Capítulo 5~

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***SEM REVISÃO***

Christian

Havia chegado um pouco mais tarde da empresa hoje. Tomei um banho e desci para o jantar. O estranho é que não vi Charlotte. Como era seu dia de folga não me importei muito, mas depois do jantar sentei na sala a sua espera, já estava ficando preocupado com sua demora. Tentei ligar, mas seu celular estava desligado. Odeio quando preciso me comunicar com alguém e não consigo.

Charlotte não tinha filhos, e a única família que tinha eram dois irmãos e sobrinhos, que eu também não conhecia. Já estou impaciente, já estava ficando muito tarde. Levantei e andava de um lado para o outro quase fazendo um furo no chão. Onde ela estava?
Como resposta a minha pergunta a porta se abriu e a vi entrar.

-Boa noite. -ela se aproximou e eu parei a sua frente de braços cruzados.

-Boa noite. -ela sorriu como uma adolescente travessa. -Eu sei que é seu dia de folga, mas por onde esteve que chegou tão tarde?

-Estive em muitos lugares. Visitei minha família e matei a saudade de amigos. -disse simplesmente.

-Ok. -fiquei observando-a.
-Fiquei preocupado. Você nunca chegou tão tarde. -tentei falar sem soar como uma reclamação.

-Não fique. -ela passou por mim e virei-me para vê-la se afastar. -Sei me cuidar. -provavelmente ainda estava chateada comigo ou queria me punir por não escutá-la. Ela sabe como vencer uma briga de teimosias.

-O que é isso que carrega? -ela parou e suspendeu um quadro que trazia, a sua frente.

-Presente de uma amiga. -ela parecia admirar a pintura e eu me aproximei para ver.

-Que amiga? -eu sabia que era um quadro, eu só não queria nem imaginar o que Charlotte poderia está fazendo. Ela me olhou por um instante e baixou o objeto.

-Uma amiga.

-Eu não acredito Charlotte...
-nos olhamos entendendo o que cada um queria dizer neste momento. -Você não pode fazer isso comigo!

-Não estou fazendo nada. Você tem amigos do qual não gosto, e acho que eu tenho amigos os quais você não aceite. -neste momento tive certeza que aquele quadro era dela e que ela só poderia está fazendo isso de propósito, como ela poderia ousar dar algo que Charlotte pudesse trazer para dentro da minha casa?

-Então você quer me punir com essa amizade, porque eu estou namorando com Stacy? -a raiva já estava tomando conta de mim.

-Claro que não! -ela me enfrentou com o olhar. -Eu gosto de Ellie.

-NÃO DIGA O NOME DELA NESTA CASA! -o sangue me subiu a cabeça tão rápido que não tive tempo para pensar como um grito com alguém que eu gosto muito como Charlotte, poderia ser ofensor. Ela arregalou os olhos, mas logo voltou a sua postura desafiadora.

-Como quiser. -Charlotte virou-se para continuar seu caminho.

-Não quero isto aqui! -apontei para o quadro.

-Vou deixá-lo em meu quarto.
-ela continuou andando.

-Você não entendeu Charlotte.
-ela parou ainda de costas. -Ou você tira esse quadro daqui, ou terá que sair com ele. -minhas palavras se quer vacilaram.

-Tudo bem. -ela olhou para mim por um momento. -Como quiser. -depois saiu em direção a cozinha.

Como Charlotte poderia ser tão teimosa assim? Ela não viu tudo o que àquela mulher havia me causado? Depois de tudo o que fiz para ajudá-la, ela me enganou, pior me traiu.
E o pior de tudo, ela sempre voltava para tornar minha vida difícil.

*

Acordei no dia seguinte com a esperança que Charlotte havia reconsiderado. Me aprontei e desci para o café. A cozinha estava em silêncio, isso não era muito normal quando Charlotte estava lá, certo, Charlotte não estava lá, confirmei.
Sentei-me e Mary começou a me servir. Isso era estranho.

-E Charlotte? -a mulher ficou me olhando em silêncio. -O que foi?

-Charlotte saiu bem cedo...
-assenti. -Com uma mala.

-Uma mala? -questionei confuso.

-Sim. -ela baixou a cabeça. -Mas antes se despediu de todos.
-nem todos, pensei.

-Tudo bem. -foi o que consegui responder.

*

Perdi a concentração no trabalho. Passei o dia todo pensando até quando Charlotte me castigaria com sua fuga. Liguei para casa diversas vezes durante o dia, mas ela não havia voltado.

-O que houve? -perguntou Stacy. -Você nem tocou na comida. -a convidei para jantar, mas se quer sentia fome.

-Charlotte saiu de casa.
-desabafei. -Ela ainda não voltou.

-Você precisa uma hora cortar as asas dessa mulher, Christian. -encarei o prato a minha frente enquando remexia a comida.
-Ela precisa entender que é sua funcionária e lhe deve todo o respeito.

-Ela não é minha funcionária, Stacy. -respirei fundo. -É minha única família. Charlotte é como uma mãe para mim. -confessei.

-Tudo bem querido. -ela segurou uma de minhas mãos sobre a mesa. -Ela está apenas querendo sua atenção, logo logo vai voltar.

-Espero. -forcei um sorriso. Por enquanto eu daria o tempo que ela precisa para pensar, eu não a procuraria.

-E o que houve para que ela fizesse isso? -ela sustentou um olhar curioso sobre mim.

-Nada demais. -eu não quis entrar em detalhes, não queria falar sobre este assunto, muito menos com Stacy.

-Deixemos esse assunto de lado. -assenti. -Porque não vamos para meu apartamento, hum?

-Não sei... -me remexi incômodo.

-Vamos Christian! -insistiu.
-Sim? -sorriu e piscou exageradamente com as mãos no queixo.

-Tudo bem. -respondi vencido.

Acordei em um quarto diferente e por um momento fiquei meio perdido, acho que bebi mais do que deveria ontem à noite. Olhei para o lado e vi Stacy me observando. Virei-me para o outro lado e alcancei o relógio para conferir a hora. Já passava do horário de estar na empresa.

-A quanto tempo está acordada? -levantei depressa vestindo minhas roupas.

-Digamos que faz um bom tempo que observo você dormindo. -olhei rapidamente para ela que sorria travessa.

-Deveria ter me acordado, vou chegar tarde no trabalho. -a repreendi. -Sabe que odeio ser irresponsável com horários.

-Tudo bem, desculpe.

-Vou indo. -peguei meus objetos pessoais sobre a mesinha de cabeceira. -Preciso passar em casa para tomar banho e me trocar.

-Porque não tomamos um banho juntos? -ela levantou-se e segurou minha camisa. Tirei suas mãos.

-Estou atrasado. -beijei sua cabeça e fugi de sua presença.

Odiava ser um cretino e por isso evitava dormir com Stacy, por que me sinto falso, mentiroso e mais ainda, sinto que estou apenas magoando seus sentimentos, eu não consigo retribuí-los.

Sei que estava atrasado, mas quando cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi procurar Charlotte, só pra ter certeza de uma coisa: Ela não voltou e... -senti a garganta secar.

Talvez não voltasse.

Posso Conseguir que me Ame LIVRO II❤Onde histórias criam vida. Descubra agora