Capítulo 2~

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Ellie

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Ellie

Tratava-se de uma das noites mais importantes da minha vida. Finalmente as pessoas conheceriam meu trabalho e isso me deixava saltando de alegria por dentro.
Joe me apresentou as pessoas e só pude sorrir de satisfação. Avistei Consuelo e sua filha Maya, Darla com Nick nos braços e ao lado Tom me sorrindo com orgulho segurando Ivy, eu não consigo expressar o quanto estou feliz.
Algumas pessoas da imprensa me fizeram perguntas e tiraram fotos comigo e com Joe.

Quando consegui finalmente me livrar dos fotógrafos fui até minha família. Peguei Ivy nos braços e da maneira que pude abracei a cada um.

-Você está maravilhosa. -disse Darla. Beijei o rosto da minha cunhada e de Nick. Meu sobrinho estava grandinho e muito mais fofo.

-Eu só tenho que concordar!
-disse Tom.

-Fico tão feliz de vê-los aqui.
-olhei para cada um e acenei em agradecimento.

-Nós é que agradecemos pelo convite. - disse Consuelo ao pegar Ivy nos braços. Pisquei para ela.

-Então, não queria, mas temos que ir. -disse Tom. -Temos que pegar a estrada.

-É verdade, uma longa estrada.
-completou Darla.

-Já disse que podem ficar em meu apartamento, e amanhã à luz do dia vocês podem voltar para casa em segurança.
-insisti pela terceira vez desde que chegaram.

-Sinto muito mana, mas amanhã preciso está na empresa às nove. -lembrou meu irmão. Fiz uma careta de desgosto.

-Tudo bem, fazer o quê?! -disse vencida.

Tom e Darla se foram e Consuelo levou Ivy para jantar na minha sala no segundo andar da galeria.
Então tive que voltar ao trabalho. Por onde passava as pessoas me comprimentavam. Avistei Joe que dava uma entrevista, ele acenou e eu sorri. Continuei andando e admirando o nosso trabalho, a galeria estava incrível, e a partir de segunda, as obras estariam a venda.

Parei em frente à um quadro de um dos artistas convidados para a exposição. Era bem complexo. Um casal nada feliz com a vida juntos, chego a pensar, ela estava com uma expressão tão triste na janela, enquanto que o homem estava olhando para ela completamente desolado, talvez por não fazê-la feliz?
Quanto mais eu olhava para àquele quadro tentando imaginar qual seria o problema do casal, mais sentia uma tensão me pesar os ombros. Chega a ser angustiante.

-Parabéns pelo trabalho incrível!

Àquela voz... Christian.

Meu coração disparou ao ponto de sentir o ar faltar. Meu corpo paralisou e não tive coragem de olhar para trás. Mantenha o controle! Era a única coisa que gritava em pensamentos para mim mesma.

-Obrigada. -consegui dizer ainda sem tirar os olhos do quadro a minha frente.

-Então finalmente retornou.
-começou ele. As palavras saiam perigosamente afiadas.
-Me pergunto o por quê?

-Porquê? -sorri ainda de costas.
-Sou livre para ir e vir, e não devo satisfações da minha vida à ninguém. -tentei soar o mais confiante possível.

-Claro. -ele manteve-se firme e pareceu não se importar com minha resposta atravessada.
-Aposto que conseguiu tudo o que queria, porque é uma mulher livre.

-Sim! -desta vez me virei para encontrar seus olhos. E lá estava ele, mais lindo, mais perigosamente charmoso, mais irredutível e frio como nunca. Seu olhar sobre mim continha uma boa dose de desprezo.
-Livre de tudo o que me fez mal, livre de pessoas sem qualquer coração ou sentimentos.

Ele sorriu e concordou com a cabeça enquanto se aproximou e parou ao meu lado olhando para o quadro que admirava agora a pouco.

-É assim que também me sinto! Livre. -sorriu triunfante.

Novamente senti que meu coração poderia sair pela boca de tão forte que batia.
-Com licença. -disse assim que avistei Consuelo descer as escadas com Ivy.

-Toda. -disse com ironia.

Saí o mais depressa possível e fiz Consuelo subir as escadas novamente para a minha sala. Minhas pernas estavam vacilando, minhas mãos tremiam. E se ele a tivesse visto?

-Aconteceu alguma coisa senhora Ellie? -perguntou Consuelo assim que fechei a porta.

-A senhora está pálida, parece que vai até desmaiar. -disse Maya me olhando assustada.

-Sente-se. -Consuelo entregou Ivy para a filha e me levou até uma cadeira.

-Estou bem. -consegui dizer.
-Acho que minha pressão alterou um pouco, mas já estou bem.

Elas continuavam a me olhar sem entender. Respirei fundo.
Preciso manter minha filha bem longe dele.
Mantive Ivy com Consuelo na minha sala até que tive certeza que não encontraria ninguém que não a pudesse vê-la durante o evento.

Quando a festa de inauguração acabou, finalmente pude sentir a segurança de está em casa e manter Ivy segura, dei-lhe banho e a fiz dormir. Fiquei um bom tempo olhando para ela dormindo.
Senti as lágrimas deixar minha visão turva. Eu sei que parecia muito egoísmo da minha parte com minha filha, mantê-la longe do pai, mas esse era o certo a fazer...
Foi ele quem quis isso não foi? Então Christian Donovan teria que conviver com as consequências de suas escolhas, sem saber que tinha uma filha. Infelizmente Ivy é quem pagaria por isso, crescendo sem a presença e o carinho de um pai.

Peguei a babá eletrônica e fui para o banheiro e me olhei no espelho.
Eu tinha tanto orgulho da mulher que aprendi ser, mas me sentia ainda a mais fraca dentre todas as mulheres por ainda amar um homem que me fez tanto mal, que não soube me ouvir, ou que se quer me deixou saber do porquê me tratar daquela forma. Eu gostaria de ter reconstruido minha vida amorosa, mas eu decidi que somente minha filha teria todo meu amor e dedicação.

Posso Conseguir que me Ame LIVRO II❤Onde histórias criam vida. Descubra agora