Capítulo 8

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Como havia me prometido, Juan veio no feriado prolongado no início de setembro para procurarmos casa e finalizarmos os últimos detalhes do buffet. No buffet foi rápido, era só aprovar pratos para o jantar, petiscos e doces. A decoração já estava pronta. A igreja já estava reservada e os convites estavam sendo entregues. Estava tudo indo bem.

Saímos da última casa que a imobiliária havia reservado para aquele dia e eu suspirei quando entrei no carro.

— Nenhuma? — Juan perguntou me olhando e eu fiz careta.

— As casas são ótimas, mas não me vejo morando em nenhuma delas — respondi dando de ombros. — Você gostou de alguma?

— Gostei muito dessa, mas faltou alguma coisa para ela ser a nossa casa... Só não sei o quê — Juan respondeu pensativo.

— Eu também — concordei mordendo o lábio e olhando para a frente.

— Mas amanhã tem mais casas para a gente ver — Juan disse otimista enquanto colocava o cinto de segurança. Repeti o gesto e fiquei pensando distraída enquanto Juan dirigia.

— Amor. Para o carro — pedi e Juan parou cauteloso.

— O que foi? Você está passando bem? — perguntou preocupado.

— Ali. Encosta ali naquela casa — apontei e Juan riu. — Do que você está rindo?

— É sério, amor? Naquela casa? — ele perguntou incrédulo.

— Sim — confirmei e olhei outra vez para casa do outro lado da rua com placa de venda. Era, com certeza, uma casa velha, bem antiga mesmo, e não estava conservada, mas era linda e eu precisava vê-la por dentro.

— Tem certeza? — Juan perguntou arqueando a sobrancelha e eu desci do carro sem esperar por ele. — Maria! Espera! — gritou e estacionou na calçada da casa enquanto eu tentava ver por dentro.

— Será que tem alguém? — perguntei apertando a campainha.

— Maria, essa casa está abandonada — Juan suspirou impaciente descendo do carro e ativando o alarme.

— Quem é? — uma senhora apareceu e eu olhei para Juan com uma sobrancelha arqueada. Ele bufou.

— Boa tarde, senhora. Desculpe incomodar, é que a minha noiva viu a casa com placa de venda e ficou encantada, quis saber se tinha alguém para conhecer a casa por dentro — Juan disse antes que eu pudesse abrir a boca.

— Meu Deus! Vocês estão interessados na casa?! — os olhos da senhora brilharam enquanto ela abria o portão para falar melhor com a gente.

— Eu gostei, mas preciso ver por dentro — respondi abraçando Juan de lado e sorrindo.

— Claro! Venham! — ela exclamou empolgada e abriu mais o portão para que passássemos. — Eu me chamo Rute. Vocês são? — ela disse enquanto fechava o portão.

— Maria e Juan — respondi sorrindo.

Primeiro ela nos mostrou o lado de fora, era enorme, na garagem cabia uns 5 carros, tinha dois corredores laterais que eram largos e que davam em um quintal enorme no fundo. Tinha uma piscina em um canto, churrasqueira no outro e um jardim, mas estava tudo abandonado, sujo, as plantas mortas... dava dó de ver.

Entramos pela cozinha, estava vazia e com o piso e azulejo quebrados. Mas era bem espaçosa.

— Como vocês podem ver, a casa não está em bom estado, os donos foram embora e ninguém nunca mais voltou para cuidar. Eles faleceram há pouco tempo e os filhos colocaram a venda e me contrataram para tentar dar uma limpeza, mas eu não posso fazer muito — a senhora disse enquanto nos mostrava a sala e o escritório. — A estrutura da casa é ótima, mas ela precisa de uma boa reforma — subimos a escada. — Aqui em cima tem três quartos, sendo um a suíte e tem um banheiro social, igual ao de baixo — mostrou abrindo as portas e nos deixando totalmente à vontade para vermos os cômodos e por cada um que eu passava, imaginava mobiliado para nós e os nossos futuros filhos. Eu não me sentira assim em nenhuma das outras casas que havíamos visto.

Salvando Meu CasamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora