Capítulo 20

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Clarice, Luna e Júlia estavam de férias, então, depois de ficar um fim de semana na casa da Clara, roubei Luna pra passar uns dias comigo. Chegamos em casa, coloquei as três no banho e fui arrumar um lanchinho para elas. Juan veio me ajudar e enquanto ele terminava, fui tirar elas do banheiro.

— Eu não acredito nisso! — gritei e elas gritaram assustadas, depois caíram na gargalhada. — Eu vou bater em vocês três! Olha a situação do meu banheiro! Eu não acredito que vocês fizeram isso — briguei, mas nem estava nervosa de verdade. No fundo, eu não me importava mesmo, elas eram crianças e haviam "apenas" molhado tudo. Nada muito grave, levando em consideração que o banheiro tinha box e que até o chão perto da porta estava molhado. Eu conseguia lidar com isso. Joguei as toalhas nelas que se enrolaram segurando o riso.

— Desculpa, madrinha — Luna pediu, mas seu olhar era travesso.

— Desculpa, mamãe — Clarice e Júlia encolheram os ombros e se olharam de lado, claramente tentando não rir.

— Vocês nem estão arrependidas — revirei os olhos ao que elas riram alto. — Vão se vestir que eu vou secar aqui. Corram se não eu vou bater nas três — ameacei e elas correram dando risada.

Sequei o banheiro e fui ajuda-las a terminar de se arrumar. Penteei o cabelo delas, sequei e descemos para comer.

— Madrinha, como foi que a mamãe te escolheu pra ser minha madrinha? — Luna perguntou de repente me pegando de surpresa. Estávamos os cinco sentados no chão da sala, ao redor da mesinha de centro, comendo e deixando que elas contassem mais mil vezes tudo o que haviam feito durante o fim de semana.

— Nossa... Você me pegou de surpresa com essa pergunta — confessei rindo e me lembrando como foi.

— A senhora não lembra? — ela perguntou decepcionada.

— Mas é claro que eu lembro! Nós sempre prometemos que seríamos a madrinha uma da filha da outra e foi um dos momentos da minha vida que mais me emocionaram — falei olhando para Juan que sorriu largamente.

— Conta tudo! — elas pediram empolgadas e eu e Juan começamos a contar.


Flashback

Clara havia descoberto que estava grávida com quase dois meses de gestação e o meu coração quase explodiu de tanto amor. Clarice tinha quatro meses de vida, a diferença entre elas não seria muita. Cresceriam juntas e até poderiam ser melhores amigas. Eu só não fiquei mais radiante do que a própria Clara com a notícia. Ela sonhara tanto com a Luna e eu tinha certeza de que ela estava chegando enviada por Deus.

— Maria, você vai trabalhar amanhã? — Clara perguntou pelo telefone. Ela já tinha completado quatro meses.

— Não, eu ainda estou de licença maternidade, esqueceu? — respondi.

— Ah, é mesmo — Clara riu.

— O que foi? Pode pedir — falei e ela riu mais alto.

— Eu tenho ultrassom amanhã, mas o Caio não pode ir comigo porque ele vai trabalhar e minha mãe está viajando. Não quero ir sozinha e... Eu quero você comigo — Clara respondeu envergonhada.

— Mas é claro que eu vou! Ai meu Deus! Que horas vai ser? — respondi eufórica.

— Vai ser a tarde. Às duas da tarde — Clara disse animada.

— Eu chego para o almoço, faça algo descente, por favor — pedi e ela riu. Clarice resmungou no berço e eu me aproximei para olhar. Era só resmungo mesmo.

Salvando Meu CasamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora