Capítulo 4

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Já fazia um ano e meio que Juan e eu estávamos namorando e eu estava começando a sentir um aperto estranho no peito.

— O que está te preocupando? — Juan perguntou deitado de bruços na minha cama enquanto eu fazia massagem em suas costas, eu o fazia de cobaia e testava nele o que aprendia na faculdade.

— Eu não estou preocupada — respondi naturalmente.

— Você está apertando muito, você está preocupada com alguma coisa, eu te conheço, eu conheço seu toque — Juan respondeu.

— Eu estou bem — respondi somente e beijei suas costas nuas.

— Maria, você reclama que eu não converso e que eu não te conto as coisas, mas você não é diferente — Juan reclamou e eu revirei os olhos apertando mais que o necessário e ele resmungou.

— Mas eu não tenho nada para contar — retruquei impaciente.

— Tá bom então, Maria, você é quem sabe — Juan bufou.

— Para de me chamar de Maria — reclamei irritada e apertando com força onde eu sabia que ia doer mais.

— Esse é o seu nome e você está me machucando — ele reclamou se contorcendo.

— Você está me irritando — respondi apertando um ponto com os dois dedões.

— Ai Maria! — Juan se contorceu e me fez cair para o lado, depois pairou sobre mim. — O que está acontecendo? Sério, eu não to aguentando mais, faz dias que você está assim e não é tpm — Juan segurou minhas mãos acima da cabeça e me olhou nos olhos, tentei desviar o olhar, mas ele segurou meu rosto com uma mão. — Vai, fala — exigiu.

— Meu Deus! Eu já disse que não está acontecendo nada! — resmunguei irritada.

— Maria Luísa Andrade Beorlegui — Juan pronunciou lentamente.

— Eu odeio que me chame de Luísa — reclamei bufando de raiva.

— Eu não perguntei — Juan retrucou infantilmente.

— Me solta Juan Carlos — exigi tentando me soltar.

— Ou a gente conversa ou eu nunca mais transo com você — Juan chantageou e eu revirei os olhos.

— Eu tenho dedos — respondi impaciente.

— Seus dedos são pequenos e finos, não é a mesma coisa — Juan debochou.

— Eu compro um vibrador — retruquei.

— Borracha? Plástico? Não chega nem perto do que eu tenho entre minhas pernas — pressionou o quadril na minha barriga e eu tive que segurar o gemido que quis escapar.

— Eu vivi 20 anos sem transar com você, eu consigo ficar o resto da vida sem de novo — é obvio que eu não ia admitir que aquilo seria o maior e pior sacrifício de toda a minha vida!

— Okay Maria Luísa, a decisão é toda sua... Se você não quer conversar comigo... — Juan deu de ombros e se afastou. Eu respirei fundo impressionada com o fato de aquele simples contato físico me deixar tão ofegante.

— Eu já disse para não me chamar de Luísa e não é que eu não quero conversar, eu apenas não tenho o que falar! — me alterei. — Que merda, Juan! Você tem o dom de me estressar — bufei sentindo o sangue ferver.

— Tem alguma coisa te preocupando e você não quer falar! — Juan se levantou e eu fechei os olhos para não ver seu corpo maravilhoso coberto apenas por uma samba-canção.

Salvando Meu CasamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora