Capítulo 17

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Me perdoem o sumiço! Como eu comentei das outras vezes, as coisas aqui em casa não estavam muito boas, eu não tava com tempo nem com ânimo para postar, mas cá estou. Vou tentar postar esse capítulo e mais uns dois. 

Espero que continuem gostando ♥


***


Meu último paciente saiu da sala e eu desabei na cadeira suspirando. Graças a Deus e nosso esforço, eu e minha família tínhamos uma vida boa, estável. Juan e eu tínhamos um bom emprego e nossa situação financeira era boa. Nossas filhas tinham saúde, eram espertas, inteligentes e educadas. Em relação a nada disso eu podia reclamar, pelo contrário, eu era extremamente grata a Deus por tudo. Mas eu estava cansada, minha vida estava monótona, sem contar as brigas com o Juan que, sim, até haviam diminuído, mas ainda existiam e estavam me enlouquecendo. Peguei o celular e olhei algumas imagens de cabelo que eu tinha salvado. Toda minha vida, eu nunca tinha mudado a cor do cabelo, eu tinha vontade, mas coragem faltava. Mal mudava o corte.

Olhei a sala ao redor, estava tudo uma bagunça, mas eu precisava aproveitar a coragem repentina que me invadiu. Eu precisava mudar um pouco. Urgente.

— Eu venho mais cedo amanhã e arrumo isso — disse em voz alta e sai fechando e trancando tudo com pressa para não mudar de ideia.

Eu tinha um amigo cabeleireiro e sua especialidade era cabelos cacheados. Inclusive, era sempre ele que fazia qualquer procedimento tanto no meu quanto no cabelo das meninas, mesmo que demorasse um pouco. Entrei no carro e respirei fundo pegando meu celular. Liguei para ele para saber se ele poderia me atender.

— Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo baby? — ele brincou atendendo ao terceiro toque.

— Quero mudar meu cabelo. Você pode me atender agora? — fui direto ao ponto e houve um segundo de silêncio. — Desculpa, Oli... Boa noite, tudo bom? — continuei sem graça com a minha falta de educação.

— Maria? É você mesma? — ele perguntou agora sério.

— Sou eu mesma. Você pode me atender? Tipo... agora? Eu acabei de sair do trabalho e eu não quero chegar tarde em casa — perguntei agora receosa.

— Estou te esperando, querida — ele respondeu prontamente e, pelo tom de voz, eu soube que ele sorria.

— Chego em 15 minutos, mais ou menos — respondi empolgada e desliguei depois que ele se despediu.

Mandei uma mensagem para Juan: "Acabei de sair da clínica e vou demorar um pouco ainda para chegar em casa, vou passar em outro lugar primeiro. Beijos, amo vocês".

Coloquei o celular no banco do carona junto com a minha bolsa e dirigi até o salão do meu amigo.

— O Juan está passando bem, hein minha linda? — Oliver disse me olhando de cima abaixo e eu ri o abraçando. — Que inveja desse corpo, mulher! — brincou fazendo careta. Sim, ele é gay.

— Digamos que eu só como para manter a forma — brinquei e ele gargalhou. Não que fosse mentira, eu realmente não fazia nenhum exercício nem esporte, só fazia aula de dança uma ou duas vezes por semana, dependendo do horário que eu conseguia sair do serviço. Ah, além de ser mãe e dona de casa. Mas o Juan, apesar dos nossos problemas, dividia as tarefas da casa comigo, eu que era mais perfeccionista e exigente, certas coisas eu mesma preferia fazer.

— Vamos lá, gata, me diga o que você tem em mente? — perguntou e eu mostrei as fotos que tinha no celular.

Não era uma mudança muito radical, eu queria cortar um pouco e fazer ombre hair, deixando só as pontinhas mais claras que o resto do cabelo, nada muito exagerado para não estranhar muito.

Salvando Meu CasamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora