Capítulo 15

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O celular de Juan começou a tocar irritantemente. Abri um olho e forcei as vistas até conseguir enxergar a hora no aparelho da TV. Meia noite e meia.

— Você não vai atender esse celular?! — resmunguei sacudindo Juan.

— Eu não. Olha a hora — ele resmungou de volta e voltou a dormir. O celular parou de tocar e eu suspirei.

Quando fechei os olhos novamente, o maldito celular voltou a tocar. Juan nem se mexeu. Me inclinei sobre ele e peguei o celular e atendi.

— Pensei que não ia me atender, querido — uma voz nojenta disse do outro lado assim que eu atendi e meu estômago revirou.

— Quem tá falando? — perguntei respirando fundo.

— Eu liguei errado? Não é o número do Juan? — perguntou a mulher e eu senti ânsia de vômito.

— Quem é? — insisti.

— É a Cléo. É o número do Juan? — ela respondeu e eu empurrei Juan com o pé.

— Sim, é o número dele? O que você quer? — perguntei empurrando de novo até ele cair no chão.

— Ele me deu a entender que viria no encontro que eu marquei com ele, mas não apareceu — choramingou ao mesmo tempo que Juan se levantou do chão irritado.

— Qual o seu problema, Maria?! — Juan reclamou nervoso, mas se calou quando o olhei com vontade de mata-lo. Me levantei e comecei a andar de um lado para o outro.

— Ele tem família! Tem uma esposa e duas filhas! É CA-SA-DO! Será que você nunca vai entender isso? — falei tremendo de raiva. Juan continuou parado, me olhando assustado.

— Eu não tenho culpa se ele me dá bola, querida. Nem se ele gosta do que eu faço e falo — respondeu risonha. Meu sangue ferveu ainda mais.

— Vai para a puta que te pariu, sua vaca! — exclamei, desliguei o celular e taquei no chão com toda a minha força. Juan tinha acabo de comprar aquele celular. Estava sem capinha. Talvez eu tenha mesmo usado toda a minha força.

— Porra Maria! — Juan gritou em pânico.

— Porra digo eu, Juan! — gritei de volta ainda trêmula.

— Por que você fez isso?! — ele perguntou se abaixando para pegar o celular que poderia ter quebrado mais, eu não me importaria nenhum pouco.

— Porque, aparentemente, você tinha um encontro marcado hoje — respondi nervosa. Juan se levantou bufando.

— Você quebrou meu celular que eu acabei de comprar porque, aparentemente, eu tinha um encontro no qual eu nem fui?! — perguntou me encurralando na parede.

— Quebrei! E quebraria de novo! Porque mulher nenhuma é obrigada a ouvir o que eu ouvi nesse maldito celular! — exclamei. Uma sensação de desmaio tomou conta de mim e eu pisquei repetidas vezes.

— E o que foi que você ouviu? — Juan perguntou segurando meu queixo com força e me fazendo olha-lo nos olhos. Empinei o nariz.

— Que essa tal de Cléo não tem culpa se você gosta do que ela fala e faz — respondi ficando trêmula de novo.

— Ela não fala e não faz merda nenhuma. Não comigo — respondeu deslizando a mão pela minha cintura e apertando meu bumbum.

— Não encosta em mim, Juan — rosnei sentindo nojo. Ele se afastou.

— Você prefere acreditar nela do que em mim? Depois de todos esses anos? Depois de todas as provas que eu dei do meu amor por você? — perguntou decepcionado.

Salvando Meu CasamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora