Não tive nenhuma dificuldade em entrar no condomínio, já que a minha chegada havia sido previamente autorizada. Era um condomínio de casas muito luxuosas. Logo que avistei o número da casa que ela havia me passado, estacionei numa vaga próxima e segui até a porta.Cogitei apertar a campainha, mas antes que eu erguesse minha mão para toca-la, a porta abriu.
Anahí surgiu, vestida com um robe de seda preta. Incrivelmente mais sensual do que sempre fora. A maquiagem ainda estava ali, marcando seus traços perfeitos.
Ela me olhou com preocupação. E eu tive vontade de saber o que passava pela sua cabeça.
— Por favor, entre! — Me deu espaço, e eu prontamente obedeci.
Ela fechou a porta atrás de nós e andamos alguns passos até o que parecia ser uma sala de visitas.
Não nos sentamos.
Ela me encarou e cruzou os braços.
— E então Poncho, o que houve? —Sua voz era séria.
Eu já estava ali e já tinha apostado todas as minhas fichas. Então, era necessário ser direto.
— De quem é essa casa?
Ela enrugou a testa sem entender, mas respondeu.
— Minha.
Aquilo era uma novidade.
— Manu está aqui? — Me senti na obrigação de perguntar, mesmo sabendo que se a resposta fosse sim, aquilo mudaria todos os meus planos.
— Não.
— Tem mais alguém aqui?
— Claro que não! — Ela parecia ter se irritado com a pergunta. — Que droga de interrogatório é esse? Você não acha que errou de endereço, não? — Bufou.
Sorri.
Como eu podia sentir falta até do seu mau humor?
— Não, não errei.
Dei um passo em sua direção. Ela deu um passo pra trás. Dei outro. Ela estagnou e me olhou como um gatinho acoado.
— E não, eu não estou bêbado. — Mais um passo. — E sim, eu sei o que estou fazendo. — Outro passo e estava a cinco centímetros de Anahí. Ela desviou olhar. — E não, eu não vou me arrepender. — Segurei o seu queixo com uma das mãos e a obriguei a me encarar. — E sabe por que eu tenho tanta certeza disso? — Ela negou com a cabeça. — Porque eu to completamente louco por você. — Eu a olhava dentro dos seus olhos. — E antes de mais nada... — Colei nossos corpos e a senti estremecer. — Mesmo que eu não possa te prometer nada, preciso que você entenda que é diferente. — Rocei nossos narizes e fechei os olhos. Ela ofegou. — Você não é como um objeto pra mim... — Arrastei meus lábios nos dela. — E muito menos como as outras. — Estalei um pequeno beijo ali. — Você é a Anahí e eu sou o Poncho. — Suas mãos pousaram em meus braços, uma de cada lado. — Isso não te diz nada? — Senti uma lágrima quente na mão em que ainda segurava o seu rosto e voltei a abrir os olhos. — Isso diz tudo, não diz Ani? — Ela apenas assentiu, enquanto outras lágrimas rolavam. Detive uma por uma, com muita paciência. — E nós sabemos... nós sempre soubemos, que é mais forte do que nós.
Eu não sabia ao certo o que estava fazendo com ela, mas ela não falava nada, apenas me olhava, tentando não chorar.
— Ninguém pode apagar o que passou. — Continuei. — Mesmo que eu desse a vida por isso, eu não conseguiria. — Suspirei. — E eu não sei se um dia nós vamos conseguir nos perdoar, pelo que fizemos um com o outro... Mas hoje... Só por hoje, eu queria que o passado não existisse. — Confessei. — Eu... eu queria que os outros não existissem... — Pausei, pra conter a emoção que estava ficando óbvia na minha voz. — E tudo que eu mais queria, Ani, era amar você! De todas as maneiras que me fosse possível. E quando eu não tivesse mais forças, eu encontraria, só pra continuar dentro de você.
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One Step Closer (Concluída)
Fanfiction"Eu só quero que aonde quer que esteja que esteja feliz, e eu espero que em uma noite como essa você ainda pense em mim, e eu quero que você saiba que não importa o que aconteça, não importa onde você esteja no mundo, não importa quantos anos se pas...