Capítulo 36

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Por Anahí:

Quando Poncho me deixou em frente à boate, nos despedimos com um beijo rápido. Confesso que pra mim aquilo tudo tava sendo bastante frustrante. E eu não sabia o que pensar, pra falar a verdade eu até preferia nem pensar.

Enquanto eu tava me divertindo com aquelas pessoas que eram tão queridas por mim, me dei conta de que ele fez a coisa certa ao insistir que eu fosse. Era isso, ou ficar em casa totalmente deprimida.

Poucos dias se passaram e o nosso contato continuava restrito, embora agora ele me mandasse mensagens poucas vezes no dia. Na maioria das vezes me desejando bom dia, perguntando como eu estava e dizendo que estava com saudades.

Nossa! Essa palavra era mesmo dolorosa!

Uma certa manhã acordei com o meu celular tocando e ainda meio sonolenta atendi sem ler o nome na tela.

— Oi. — Disse com aquele meu famoso mau humor matinal.

Ouvi uma risada totalmente familiar do outro lado da linha.

— Velhos hábitos nunca mudam... Já são dez horas, Ani! Você não tem vergonha de estar dormindo até agora?

Bufei.

— Não acredito Dulce María! O mundo tá acabando, por um acaso? Tá louca de me ligar tão cedo?

— Ei, calma! To ligando, porque to com uma super emergência, e só você pode me salvar!

Sentei  rapidamente na cama, despertando totalmente.

Dulce e eu nunca tínhamos brigado e muito menos decidido nos afastar, mas a vida sozinha tinha se encarregado daquilo. Não era como se eu tivesse deixado de amá-la ou de me importar, mas tínhamos seguido caminhos distintos. E tudo bem, entende? Porque no final, sempre que nos reencontrávamos tínhamos ótimos momentos juntas.

— O que aconteceu? — Perguntei em sinal de alerta. — Você tá grávida não tá? Bem que eu vi num perfil de fofoca do Instagram.

Dulce gargalhou.

— Nossa, Ani! A sua vida no mundo virtual parece muito com a da minha mãe... — Ela zombou. — Acredita em fake News e adora usar aqueles filtros bregas do Instagram.

— Vai se foder! — Resmunguei ofendidíssima. — Você nem me segue pra saber...

— E nem preciso!

Revirei os olhos.

— Jura que você me ligou pra tirar sarro da minha cara?

— Não, meu amor! Só aproveitei a oportunidade. — Riu. — Mas agora falando sério... Preciso muito da sua ajuda! Tenho que ir a degustação do cardápio do casamento hoje e estou totalmente perdida. Você conhece o meu paladar infantil... E as minhas irmãs não prestam pra nada! Não sei onde eu tava com a cabeça de escolher elas como madrinhas...

— Hum... E onde eu entro nisso?

— Ora, como onde você entra nisso? Você vai comigo!

— Eu? — Perguntei um pouco surpresa.

— Você! E nem me venha com desculpas, sei que não tem nada pra fazer.

— Ta me chamando de desocupada? — Perguntei incrédula.

— Desocupada não! — Ela ironizou. — Apenas precocemente aposentada!

Soltei uma risada.

— Onde e que horas eu te encontro sua praga?

— Esteja pronta ás 13h. Passo pra te buscar... Assim teremos mais tempo juntas!

One Step Closer (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora