Capítulo 53

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Por Anahí:

Só precisou de uma semana de gravação pra que eu estivesse completamente mergulhada na trama. Já confundia meus sentimentos com os da Mia. E é claro que quando os beijos começaram surgir, um caminhão de sensações me atingiu. Pra completar, o desgraçado nitidamente se aproveitava da situação.

Beijo técnico era algo que ele nem parecia querer cogitar. E pra falar a verdade, nos envolvíamos de tal maneira com aquilo tudo, que acabava saindo de uma forma completamente natural. A pior hora era sempre quando acabava.

Toda a crise entre Mia e Miguel era por ela não achar que tivesse no momento de abrir mão da carreira, para que pudesse engravidar. Algo que ironicamente era exatamente o contrário do que tinha acontecido comigo. Miguel, por outro lado, estava há anos tentando convencê-la a ter um filho.

Desde que recebemos o texto, todos nós sabíamos que teríamos que gravar em Cancún, mas pra Poncho e eu a notícia teve um peso muito maior. E obviamente aquilo me deixava bem desesperada. Porque se aquele lugar era marcante pra Mia e Miguel, pra nós dois era simplesmente o divisor de águas.

Foi em Cancún, que a ficha de que o que eu sentia por ele era diferente de tudo já que já havia sentido antes, caiu. Naquele lugar fizemos amor pela primeira vez, também foi lá que ele disse que estava louco por mim e que me queria como sua namorada. E eu? Bom, eu não quis. Mesmo que já tivesse consciência de todo o amor que sentia por ele. Por que? Solidariedade feminina. Dulce e Poncho tinham terminado há pouquíssimo tempo e eu sabia que a minha amiga ainda sofria por ele. Não conseguiria viver em paz com aquilo.

Eu sabia que apesar de entender os meus motivos, ele sempre tinha carregado aquela magoa. Aquela foi a primeira vez que um de nós deu pra trás. Foi o nosso primeiro desencontro.

Estar de volta a aquele lugar não seria fácil, principalmente com ele ao meu lado. E por mais firme que eu estivesse em mantê-lo distante, sabia que passaria por uma verdadeira prova de fogo.


Em meio a toda aquela insegurança, aceitei sair pra um barzinho a noite com Maite, Murílo e alguns outros amigos.

As companhias eram agradáveis e eu realmente tava me divertindo. Murílo nunca tinha escondido seu interesse por mim, mas apesar disso era um cara super do bem e que sabia respeitar meu espaço.



— Então você vai pra Cancún? Que trabalho chato heim Anahí! — Ele brincou.

Soltei uma risada.

— Olha quem fala! — Debochei. — Aposto que você adora usar o seu trabalho pra viajar por aí.

— Viajo muito realmente, mas aproveito pouco...

— Não minta! — Maite se meteu. — Você é o que mais aproveita entre todos nós.

— Você não me ajuda em nada mesmo, heim Maite? Me deixe tentar impressionar a sua amiga. Sou um homem de negócios, é tudo que eu tenho a meu favor. — Ele brincou, fazendo um falso drama. — Claro que tem a questão da beleza, mas ela é atriz, droga! Contracena com homens tão bonitos quanto eu. Isso não chega a ser uma vantagem!

Gargalhei.

— Você não existe Murílo!

— Sou real, Ani. Pode me tocar se quiser...

Revirei os olhos.

— Você pode até ser bonitinho e milionário, mas tem que melhorar muito no quesito cantadas amigo! — Maite zombou.

— O que eu posso fazer se eu sou melhor fazendo do que falando? — Ele arqueou a sobrancelha.

— Ele não para! — Comentei, não conseguindo parar de rir.

One Step Closer (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora