Capítulo 26

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Por Anahí:

O jeito com que Poncho me amou naquela noite, me atingiu em cheio. Me senti completamente sua, e enlouqueci por vê-lo tão entregue. Sabia que ele deveria ter enfrentado uma verdadeira guerra interna, pra estar tão aberto novamente para todos aqueles sentimentos. E gostaria de saber o que tinha o levado a mudar. Mas pra mim, naquele momento, nada disso importava, porque só conseguia pensar em aproveitar cada segundo ao lado dele.

As palavras saíram inconscientemente da minha boca. E eu não esperava que ele respondesse e também não fiquei chateada por isso. Poncho tinha me dito de varias maneiras diferentes o que realmente sentia. E pra mim, depois de tanto tempo, bastava.

Senti um desespero tomar conta do meu corpo, quando ele já não estava mais dentro de mim. Era surreal a sensação de solidão que isso me causava. Mas logo sorri, quando ele se deitou ao meu lado, me envolveu em seus braços e me levou para mais perto de si. Encostei a cabeça em seu peito, e ficamos assim por alguns minutos.

Fiquei um pouco malancolica por lembrar de todas as coisas que tinha vivido, desde a última vez em que estivemos assim.

Suspirei ao sentir seus dedos afagarem meus cabelos.

— Poncho... — Comecei insegura. — O que essa noite vai significar pra você? O que muda a partir de agora? —Perguntei de forma direta.

Notei que sua respiração ficou um pouco descompassada. E o encarei.

— Significa que cansei de adiar o inevitável. — Ele sorriu, enquanto me olhava. — Não consigo mais fugir, Ani...

Senti meu peito aquecer. E um sorriso involuntário surgiu nos meus lábios.

Era algo que eu já não achava mais ser possível. Poncho estava mesmo ali, totalmente rendido. E eu não sabia dizer se já tinha sido tão feliz na vida.

Levei meus lábios aos dele e estalei um beijo ali. Ele sorriu, antes de morder minha boca, me arrancando um gemido.

— Caramba! Você tá tão linda essa noite! — Poncho voltou a me encarar. — Não me canso de te dizer isso... — Ele suspirou. — Sério! Eu adoraria te levar a algum lugar que tivesse a sua altura. E pedir a droga do vinho mais caro que o dinheiro pudesse pagar...

Enruguei a testa, não sabendo exatamente porque ele estava falando tudo aquilo.

— Ei! — Chamei sua atenção, o interrompendo. — Nada disso que você tá falando ai, me faria mais feliz do que estou sendo agora. — Sorri. — Você não imagina o quanto eu sonhei em estar aqui... Nessa cama, nos seus braços!

Percebi que minhas palavras o atingiram, pela forma com que ele me olhava.

— Jura? — Ele arqueou a sobrancelha. — Jura que não ser arrependeu de ter vindo?

Soltei uma risada.

Meu Deus! Ele ainda tinha dúvidas?

— Me arrependo de muitas coisas na vida, Poncho... — Suspirei. — Mas nunca das vezes em que escolhi estar com você.

Ele me olhou e ficou em silêncio por vários segundos.

— Ani... Você percebeu que nós não cuidamos? — Ele me encarou seriamente. — Nem hoje, nem naquela noite...

Respirei fundo. Sabia que aquele seria um assunto pra ser conversado, se realmente as coisas entre nós dois fluíssem. Mas ainda não era o momento. Por isso, respondi de uma forma superficial, mas não falei nenhuma mentira.

One Step Closer (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora