Capítulo 39

2.9K 152 209
                                    


Por Poncho:

O tempo parecia correr mais rápido quando estávamos juntos. E eu me sentia mal por não poder estar ali por completo... Por não acordar com ela no dia seguinte e fazer amor pela manhã ou simplesmente ouvir sua voz rouca me desejando um bom dia. Não posso dizer que aquilo não me matava por dentro, mas eu não podia perder o pouco tempo que tínhamos juntos pensando nisso.

Anahí ainda estava sentada no meu colo e eu abracei com força.

— Me desculpe se sou um estupido na maioria das vezes. — Suspirei.

— Tudo bem... — Ela beijou o meu ombro, para em seguida me encarar. — Mas só porque você é um estupido muito... muito gostoso! — Sorriu maliciosamente. — E eu gosto da ideia de que você ainda sinta ciúmes de mim.


Sabia que precisava ser menos impulsivo. Mas o ciúme que sinto dela, sempre despertou o meu lado irracional. E me lembro que há bem pouco tempo atrás não conseguia olhar pra ela com outro. Foda-se se era o marido dela e que a tivesse muito mais tempo do que eu jamais fui capaz de ter. Eu simplesmente não me acostumava. E eu odiava as pessoas por me obrigarem a lidar com isso. Aliás, não apenas odiava como pagava na mesma moeda. Se eu tinha que aguentar aquilo, elas que também aguentassem. Eu tinha minhas armas! Sabia como afeta-las. E não vou dizer que jogava limpo, mas isso também não era algo com que eu me importasse.

Uma declaração pra Diana no dia do aniversário de Anahí me pareceu uma ideia genial, sádica, porém genial. Eu daria tudo pra ver a cara delas, que enquanto esperavam que eu felicitasse a aniversariante (como fazíamos há alguns anos), vissem a minha publicação. E o que poderia dar errado? O que há demais um homem casado e apaixonado se declarar pra esposa num dia "qualquer"?

"Superem queridas! Cresçam e aprendam a lidar com a realidade. Ficção é só ficção."

As subestimei, outra vez. E nunca em toda a minha história, eu tomei tanto no cu como naquele dia.

Em primeiro lugar, porque Diana quase teve uma síncope, quando se inteirou dos fatos.

Em segundo, porque aquelas malucas surtaram de vez. E mil e uma teorias foram criadas. E ao invés de ficarem com raiva de mim e me esqueceram pelo menos por aquele dia. O efeito foi totalmente contrário: As menções triplicaram, na minha foto com Diana só se falava de Anahí, a cada momento uma foto minha e dela surgia na tela do meu celular, inúmeros retweets de anos atrás... Que filhas da puta!

Mas o que mais me fodeu mesmo, foi quando ela finalmente resolveu aparecer. E porra, como eu evitava abrir aqueles stores. Nem sempre eu conseguia, as vezes a curiosidade falava mais alto do que o orgulho. Mas naquele dia, eu fui forte e me mantive longe do Instagram durante horas. Só que vejam bem, dizem que o Karma não perdoa, e talvez ali eu tivesse a ponto de acreditar naquilo. Uma enxurrada de fotos do aniversário dela surgiram na minha timeline. E Deus! Como estava linda! O fato dela ter escurecido os cabelos novamente, não tinha me passado despercebido dias antes, quando um vídeo dela e de Manu cantando Rebelde viralizou na internet. E eu a achava tão sexy quando tava morena! Aqueles malditos olhos se destacavam ainda mais.

Confesso que em todo esse tempo em que Anahí esteve com ele, eu sempre torci pra que a teoria do contrato fosse mesmo real. Por que? É complexo, e talvez um dia eu consiga explicar sem sentir nenhum tipo de rancor. Mas o que não da pra negar é que odiava a ideia de que ela realmente pudesse estar feliz. Parece cruel? Sim, talvez seja. E de alguma forma, ver como ela parecia bem naquelas fotos me afetava. Aí eu me transformava no cara irracional de minutos atrás, e agia impulsivamente. Deixava de seguir qualquer pessoa que pudesse me fazer lembrar da existência dela. E aí, era outra guerra, porque nem sempre aquela minha atitude afetava só as traumadas.

One Step Closer (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora