Capítulo 22

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Por Anahí:

Eu sabia que existia um limite pra toda aquela situação, e com certeza naquela tarde de sábado eu acabava de atingi-lo.

Fui do céu ao inferno tantas vezes naquele dia, que não parecia real.

Ouvir tudo que Poncho me disse, despertou inevitavelmente algum tipo de esperança dentro de mim. Mas na mesma proporção, ele também destruiu aquele sentimento.

Não dava mais pra conviver com aquele Poncho inconstante.

Que num momento me beijava e no segundo seguinte me ignorava.

Eu realmente suportaria persistir naquilo, se ele conseguisse manter uma distância segura. Mas ele não parecia disposto.

Que fraca eu sou!

E que vergonha sinto de não conseguir resistir aos seus toques e aos seus beijos. Me sinto uma tola quando meu coração dispara a cada palavra dele.

Sou louca por Poncho.

O amo!

Mas não dá mais pra ser assim.

Eu sinto que já passei da idade de ter um relacionamento apenas baseado em sexo. E essa possibilidade se torna ainda mais inviável quando se trata dele.

Estava na hora de desistir.

Poncho se dizia confuso, e eu cheguei à conclusão de que ele precisava de espaço pra pensar.

E a dor que eu carregava agora, era por saber que inevitavelmente, quando ele colocasse a cabeça e os sentimentos no lugar, não seria eu quem ele iria procurar.

Então foi por isso que eu resolvi me afastar.




Por Poncho:

Quando desci do carro dela aquele dia, fiz algo que há muitos anos não fazia: Chorei.

Chorei por me dar conta do que eu realmente sentia. Do que na verdade, nunca deixei de sentir. E parecia que daquela vez aquele sentimento tinha reaparecido ainda mais forte do que eu me lembrava. Quase devastador.

Era desesperador assumir aquilo. Porque eu já tinha jurado a mim mesmo, muitas vezes, nunca mais ousar me sentir assim.

Não sabia se era amor, aliás, eu nunca soube ao certo.

Sempre me pareceu tão pouco resumir algo tão grandioso em quatro letras.

Era o que de mais intenso eu já tinha sido capaz de sentir.

Ia além de mim, além do meu corpo e das minhas vontades.

Era ela. Sempre foi ela.

Eu a queria, disso tinha certeza, mas ainda não sabia até que ponto conseguiríamos superar tudo o que passou.

O passado tinha se tornado o meu pior pesadelo.

E pensar nele me trazia insegurança.


Alguns dias se passaram e ela não voltou a me procurar. E eu não seria mentiroso em dizer que não sentia sua falta.

Por que eu não a procurei? Porque era a porcaria de um covarde!

Numa noite daquelas, senti meu coração disparar quando ouvi a campainha do meu aparamento tocar. Corri até a porta pra atender, na esperança de ser Anahí. Mas ao invés disso...

— Porra cara, isso tudo é decepção por me rever? — Christopher perguntou irônico, ao perceber a minha feição.

— Uckermann! — O abracei. — Finalmente!

One Step Closer (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora