Capítulo 59

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Por Poncho:



Quando cheguei aquela maldita festa, a recepção não podia ter sido pior. Dei logo de cara com Murílo e Anahí, que conversavam animadamente com um grupo de pessoas. Eles estavam de costas e não perceberam a nossa presença.

Fechei o punho com toda força, quando percebi que ele apoiava uma das mãos no quadril dela.



— Se você fizer algum tipo de escândalo, ela nunca vai te perdoar. — Christopher falou entre os dentes, enquanto simulava um sorriso.

Ele tinha razão.

Eu precisava agir. Precisava tirá-la de perto daquele cara, mas também tinha que usar minha sensatez.

Antes mesmo que qualquer outra pessoa nos notasse ali, os olhos de Maite nos acharam, e ela veio animadamente nos recepcionar.


— Não acredito que vocês dois conseguiram arrastar esse senhor. — Ela comentou rindo.

— Eu tenho bons argumentos. — Christopher se gabou.

— Mai, que lugar espetacular! — Christian comentou entusiasmado. — Essa boate acaba de entrar pra lista de lugares que eu preciso frequentar.

— Não é maravilhoso? Murílo falou mesmo que vocês iriam adorar.

— Muri perfeito, nunca errou. — Christian riu.



Eu tive vontade de revirar os olhos, mas perdi toda a postura quando Anahí finalmente olhou em minha direção. Seu rosto imediatamente ruborizou e ela sustentou aquilo por alguns segundos, até desviar o olhar. Sussurrou alguma coisa no ouvido de Murílo, o que fez o meu sangue ferver. Ele assentiu e ela caminhou em nossa direção.


— Finalmente... — Comentou direcionada a Christopher.

Ela sequer me olhou.


— Eu não tenho culpa. Se quer culpar alguém, culpe a Poncho... Tivemos que esperá-lo.

Anahí deu os ombros.

— Que seja. — Bebeu um último gole da taça de espumante que tinha na mão. — A noite só tá começando.


Senti um arrepio percorrer todo o meu corpo ao ouvir aquela frase.

— Vamos beber? — Christian tomou a iniciativa.

— Já passou da hora. — Christopher respondeu de imediato, e eles seguiram com Maite em direção ao bar.

Anahí estava pronta para ir atrás deles, mas eu a impedi, segurando-a pelo braço.

— Ani... Precisamos conversar.

Nossos olhos se encontravam novamente. E senti toda a intensidade que aquilo podia me causar.

— Aqui não é o lugar pra termos qualquer tipo de conversa. — Ela despejou seriamente. — Muito pelo contrário, eu vi pra cá, exatamente pra esquecer que você existe.

Suspirei, sabendo que ela estava dizendo a verdade.

— Ani...

— Me deixe em paz, ao menos hoje.


Senti meu coração apertar com aquele pedido. Ela estava magoada comigo, pela milésima vez.


— Eu não vou te incomodar. Só quero estar por perto, caso você precise de mim.

Anahí sorriu amargamente.

— Isso é tão irônico vindo logo de você, que nunca está ao meu lado quando eu realmente preciso. — Soltou com a voz sobrecargada de amargura. — Não me importo que fique, mas espero que se lembre de que isso é uma escolha sua, então não reclame se assistir a alguma cena que não queira. — Ela soltou seu braço da minha mão e saiu andando, em passos firmes.


One Step Closer (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora