Capítulo 35

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Por Poncho:

Perdi o ar quando a porta abriu e dei de cara com Anahí. E é claro que o fato de ela estar completamente produzida me intrigou, mas nem por isso deixei de reparar no quanto estava linda. E principalmente, no quanto eu sentia falta dela.

Suspirei aliviado quando ela se jogou em meus braços. Tinha medo! Um medo aterrorizante de perdê-la outra vez.

Fechei os olhos e afaguei seus cabelos. O cheiro dela invadiu minhas narinas, provando o quanto aquilo era real, estava mesmo ali e ela estava em meus braços. Apertei o abraço e ela suspirou.

— Tentei falar com você... — Ela disse baixinho e um pouco hesitante.

Procurei seu rosto, segurando seu queixo com as duas mãos, obrigando-a a me encarar.

— Me perdoa! — Pedi olhando no fundo dos seu olhos. — Mas eu não pude...

Ela desviou o olhar do meu, em seguida se desvencilhou das minhas mãos e desfez o contato entre nossos corpos.

O medo voltou a me dominar. E senti um aperto no peito, por causa aquela aparente rejeição.

— Entra... — Ela pediu ainda sem me encarar, andando em direção à sala.

Entrei na casa, encostei a porta atrás de mim e a segui.

Anahí colocou a sua bolsa em cima da mesa se centro, cruzou os braços e me encarou.

— Escuta... Eu já vou... Tá na cara que você tava de saída e eu não quero te atrasar...

Fui interrompido pelo toque do celular dela.

— Alô? Não precisa, não vou mais... — Arregalei os olhos. — Não houve nada Neni, só desanimei... — Soltei um suspiro de alívio por saber com quem ela estava falando, e eu podia jurar que ela tinha escutado. — O quê? Não tem ninguém aqui... Não pira! — O rosto dela corou, e eu imaginei que tipo de coisa a irmã não deveria estar falando. — Não... Você não vem! Eu não vou abrir a porta... Aí, caramba! Por favor não vem!

Andei alguns passos até que estivesse bem próximo a ela.

— Me deixe falar com ela! — Pedi, e ela arregalou os olhos, negando com a cabeça. Ali de perto a voz de Neni se tornava perfeitamente audível. — Ela não vai desistir, você sabe. Vamos Ani, me dê o celular.

Ela bufou e me entregou o aparelho.

— Anahí se você não falar, eu vou aí! — Neni falava sem parar. — Eu juro! E olha que nem vou demorar a chegar, porque já estávamos a caminho!

— Como vai Neni? — Comecei e automaticamente ela se calou. Talvez tivesse tentando assimilar de quem era a voz ou talvez tivesse surpresa por saber que se tratava justamente de mim.

— Uau! Poncho? — Ela constatou animada. — Que filha da puta!

Soltei uma risada.

— Escuta... Não vou estragar a noite de vocês... — Explicava sentindo o peso do olhar de Anahí sobre mim. — Mas será que você pode me ceder uma horinha? Prometo que a entrego sã e salva onde você mandar!

— Uma horinha? — Ela perguntou irônica. — Nossa, que rápidos! Acho que esperava mais de você quase ex/futuro cunhado... — Soltou uma risada. — Tudo bem... Diga a essa ingrata que a esperarei lá.

— Muito obrigado Neni, você é muito gentil!

Encerrei a ligação e estendi o celular para Anahí pegasse de volta. Ela me olhava de uma forma indecifrável.

One Step Closer (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora