Capítulo 27

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Por Anahí:

Deixei o apartamento de Poncho bem cedinho, enquanto ele ainda dormia. Não foi fácil, mas se o acordasse, não conseguiria sair dali.

Tinha um voo pra Chiapas em duas horas, e tudo que eu consegui fazer foi tomar um banho rápido, pegar as duas pequenas malas que já estavam prontas e seguir com Manu e Nana pro aeroporto.

Essa tinha se tornado a minha vida nos últimos tempos. Toda vez que meu filho ia passar uns dias com o pai, eu o levava e o buscava. Ele ainda não podia ser fotografado viajando sozinho com a babá.

As vezes era exaustivo. Mas esse era o preço que eu pagava por estar morando na capital.

Quando relaxei na poltrona do avião, peguei meu celular e procurei o número de Poncho no WhatsApp. Sorri ao ver sua foto.

Imediatamente varios momentos da noite anterior se fizeram presente. Suspirei ao lembrar de tudo que ele me disse. Parecia um sonho, de tão inacreditável.

Comecei a digitar alguma coisa e logo apaguei. Isso se repetiu algumas vezes, ate que o piloto informou que o avião ia decolar. Então resolvi simplificar:

"Ani: Tive que sair bem cedinho. Não se preocupe, estou bem."


Distribui dezenas de beijos nas bochechas do meu filho, deixá-lo era sempre doloroso. Mas era pro bem dele, então era necessário.

— A mamãe vai sentir saudades, meu amor! — Sorri, com Manu em meu colo, enquanto éramos observados pelo pai dele.

— Ani! — Ele me chamou, roubando minha atenção. — Por que você não fica pra almoçar conosco? Faz muito tempo que não conversamos, e eu mandei fazer aquela massa que você adora.

Sorri e assenti.

— Como estão as coisas por aqui? — O encarei.

— Difíceis, querida! Difíceis! — Manuel suspirou. — Sinto sua falta... quer dizer, de vocês dois!

Desviei o olhar por um segundo.

Não era a primeira vez que Manuel fazia aquele tipo de comentário desde que eu tinha resolvido não morar mais em Chiapas. E aquilo me parecia confuso, porque quando resolvemos nos separar, ele não fez nenhum tipo de objeção.

— A minha casa está de portas abertas pra você, Manuel. — Sorri cordialmente. — Sempre que quiser visitar o nosso filho, será bem vindo.

Ele também sorriu e ficou me olhando. Não soube por quanto tempo, porque tratei de me concentrar em outra coisa.

Senti meu celular vibrar e imediatamente fui verificar minhas notificações.

"Poncho: Não sei se consigo te perdoar por você ter ido embora sem se despedir de mim... Acho que você vai ter que pagar por isso."

Um sorriso idiota se formou no meu rosto, e rapidamente digitei a reposta.

"Ani: Diga seu preço e eu vejo se posso pagar..."

— Como estão as coisas na Capital? — Manuel me perguntou.

— Ótimas... — Respondi sem dar muita importância, e continuei com a atenção voltada para o meu celular.

"Poncho: Quando eu te encontrar, te passo o orçamento (=

PS: Seu cheiro está grudando em todas as partes do meu corpo."

One Step Closer (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora