Capítulo 48

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Por Anahí:


Que tipo de energia era aquela que emanávamos e recebíamos quando estávamos reunidos? Era deliciosamente inexplicável.

Alguns ali estavam mais a vontade, como Maite e Christian, que de fato nunca tinham deixado de pertencer a aquele universo.

— Uau! Me desculpem se fiquei um pouco emocionado... — Ramones brincou. — É que, caramba! Admitam, faz muito tempo...

Todos rimos, enquanto uma moça da produção distribuía os microfones, que funcionavam como uma espécie de um cordão. Naquele momento reparei que tinham umas quatro câmeras cinematográficas voltadas pra gente. E eu não sabia se os outros cinco tinham se assustado com a grandiosidade da coisa, tanto quanto eu estava assustada.

Por algum motivo a produção tinha desistido de que fosse transmitido ao vivo, como tinha sido cogitado a princípio. E embora eu confiasse plenamente na discrição e competência de Ramones como entrevistador, agradecia por isso.



— Pessoal, acabamos de assistir em primeira mão o tão famoso e esperado documentário do RBD. — Ele dizia falando pra câmera. — E se você tem dúvida se vale a pena, olhe bem pra carinha desses seis e tire suas próprias conclusões. — A câmera do meio focou em um por um. — Se Alfonso Herrera conseguiu se emocionar, por que vocês estariam imunes? — Zombou.


Tive vontade de rir, mas me contive, porque só pra lembrar, aquilo seria transmitido para os quatro cantos do Planeta.


— Aaaah, não! — Poncho como um bom ator, entrou na brincadeira. — Sabe como sou um homem sensível...


Sim, sensível como o casco de um jumento.


— Sabemos... — Ramones riu.— Mas falando sério, o que achou? Até onde eu sei você foi bastante resistente a isso, não?

Ok, agora eu precisava olhar bem pra cara dele e assistir de camarote.


— Não sei se resistente seria a palavra certa... Eu sempre esperei pelo momento certo, mas nunca gostei de responder isso as pessoas, porque não tinha certeza se de fato esse dia chegaria...


Franzi o cenho tentando esconder minha cara de deboche. A Televisa tê-lo claramente ameaçado, realmente não deve ter tido nada a ver com aquela decisão...


— E o que te fez achar que esse é o momento certo?

— Digamos que tudo se encaixou da maneira certa. — Respondeu em poucas palavras, e eu percebi que ele já estava ficando incomodado.

Ramones pareceu aceitar aquela resposta.


— E vocês? Como se sentiram? Foi realmente como voltar ao passado?

— Sim. — Me apressei em responder. — Não sei se com os meus amigos isso também acontece, mas sempre que vejo uma foto ou ouço uma música do RBD, é como se viajasse no tempo. Sinto que é impossível assistir a todos aqueles momentos e não revivê-los internamente. Não? — Mirei para o lado esquerdo, onde os outros cinco dividiam o sofá. E trocamos um olhar de cumplicidade.

— É exatamente como me sinto. — Maite concordou. — É como assistir a fita do baile de formatura do colegial. — Sorriu. — Nesse exato momento estou respirando nostalgia...

— Além de todas as sensações que o documentário trouxe, imagino que também estejam assim pelo reencontro entre vocês, ou não?

— A verdade é que é sempre emocionante quando podemos estar juntos de alguma forma. É exatamente o que sentimos quando encontramos alguém da nossa família, que ficamos há muito tempo sem ver. — Christian respondeu. — Mas dessa vez o impacto foi menor, porque conseguimos nos reunir antes disso.

One Step Closer (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora