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Mais um pouco dessa historia para vocês!!!

O coração acelerou e ela adentrou o quarto e ali estava ele, grande, forte e com os olhos fechados como se estivesse adormecido e ela se aproximou e o observou. Era tão ou mais bonito do que quando o conheceu e seus olhos se encheram de lágrimas.

- Você voltou... - a voz saiu embargada e ela nem conseguiu se controlar e chorou. - No momento certo. - segurou a mão dele.

Frederico apertou a mão dela e com calma abriu os olhos e piscou algumas vezes e ela o soltou de imediato se recompondo.

- Frutinha é você? - e Cristina se tremeu toda.

Frutinha, frutinha... era assim que ele a chama quando namoravam, era assim que ele a apelidou quando depois de uma brincadeira ela ficou vermelha e ele a apelidou de Frutinha vermelha. Era infantil, mas naquele tempo foi a coisa mais linda para os dois que se divertiam sempre que ele a chamava assim e ela nunca esqueceu e pelo visto ele também não.

Cristina estava em choque e o coração bateu tão rápido que ela pensou não conseguir falar e muito menos se manter de pé com a voz dele e seu chamado, as mãos tremiam e ela apenas o olhava. Frederico sorriu como o bom galã que era, estava acostumado a deixar as mulheres sem fala, mas ela, ela ele queria ouvir a voz novamente.

- Frutinha... - a chamou novamente e se moveu na cama para olhá-la novamente mais sentiu uma dor terrível. - Aaaahhh... - levou a mão a costela.

Cristina voltou a si e se aproximou no mesmo momento fazendo com que ele se acomodasse na cama novamente e seus olhos se encontraram.

- Não se mexa, você acabou de sair de uma cirurgia e precisa descansar. - a voz soou como música para os ouvidos dele que sorriu se esquecendo da dor.

- Meu Deus é você mesma?! - tocou seu rosto e foi como se uma corrente elétrica tomasse os corpos de ambos e ela se afastou. - Você está linda. - falou sem conseguir se conter.

Cristina ia responder o mesmo sobre ele, mas uma enfermeira entrou e disse que ela tinha que se retirar e ela assentiu e olhou para Frederico. Ele sorriu novamente para ela e estendeu a mão para que ela pegasse. Cristina pensou por um momento e sem conseguir resistir pegou em sua mão.

- Volte amanhã quero saber tudo que aconteceu nesses anos todos!! - falou carinhoso.

- Se for possível... - foi o único que conseguiu dizer.

- Vai ser!!! - sorriu mais uma vez mesmo sentindo dor e ela soltou de sua mão para sair dali.

- Até mais Frederico. - virou-se para ir.

- Que bom te reencontrar. - respirou com calma e ela apenas o olhou e saiu dali.

O médico logo veio e o examinou e explicou todo o procedimento de sua cirurgia o que ele não gostou nada já que teria que ficar na cama por um bom tempo e ainda por cima não poderia montar um touro por mais ou menos um ano. Enquanto isso ao sair da sala Cristina foi direto para os braços de sua avó e dali as duas foram para o carro sem que ela desse o gosto de Carlos a ver chorando.

Ana a olhou já dentro do carro e Cristina respirou fundo não querendo chorar, nem deveria se quer derramar uma lágrima se quer por ele já tinha se passado tantos anos e ela nem sabia como tinha sido a vida dele se tinha se casado, se namorava ou qualquer coisa desse tipo. Cristina estava se sentindo uma tonta por querer um homem que poderia apenas se recordar do que tinha sido e acontecido, mas que já não existia o amor que ela tanto rogava e guardava por anos.

- Então meu amor? - perguntou já que ela não falava.

Cristina a olhou e baixou os olhos por um momento.

- Vovó, eu... - nem sabia como definir aqueles sentimentos todos. - Ele é um desgraçado.

Ana soltou uma gargalhada e tocou seu rosto.

- Já temos um bom começo. - piscou para ela.

- Vamos pra casa que já tirei seu tempo demais. - ligou o carro. - Está quase chegando o dia e não deveríamos ficar correndo atrás de estranhos.

- Ele não é estranho. - se arrumou no banco enquanto ela saia com o carro.

- Ele é sim! - disse com firmeza. - Não sabemos o que aconteceu com ele todos esses anos.

- Mas vamos descobrir. - tinha sempre a esperança junto consigo.

- A senhora é boa demais. - negou com a cabeça e seguiu para casa sem mais conversar.

Quando chegaram as duas subiram juntas e se despediram na porta do quarto e cada uma foi para o seu. Cristina tomou um rápido banho e se deitou em sua cama ainda com os sentimentos desestruturados, mas tratou logo de fechar os olhos e esquecer um pouco aquela história, mas em sua mente só vinha a voz dele e o apelido... Ela custou mais por fim se agarrou ao sono.

(...)

AMANHECEU...

Cristina despertou as nove estava exausta e somente queria ficar na cama mais o dever li chamava e ela teve que ir cuidar de alguns animais que necessitava se sua atenção para que não tivesse maiores problemas. Ela quase não comeu de manhã e o tempo passou tão rápido que quando ela se deu conta já era hora do almoço e somente sentiu fome quando uma tontura tomou conta de si e ela foi amparada por Matias que estava ali junto a ela trabalhando sem parar também.

- Precisamos almoçar ou não vamos dar conta de terminar o dia. - falou com calma. - Eu vou te ajudar a chegar em casa.

- Obrigada. - falou sentindo enjoo e caminharam para casa.

Cristina foi recebida por Ana que a fez se sentar direto na mesa posta com o almoço assim como Matias que não querendo ser abusado, foi obrigado a sentar junto a elas e eles três comeram já que Maria estava estudando. Depois que ele almoçou se retirou para adiantar seu trabalho e as duas ficaram sozinhas.

- Vai até lá? - perguntou com calma.

Cristina largou o copo sobre a mesa e se apoiou na cadeira deixando todo seu peso ali.

- Não!! - disse certa. - Não tenho nada a fazer lá.

- Tem certeza? - os olhos a investigava por completo.

- Absoluta!!! - cruzou os braços. - Foram vinte anos de ausência sem que ele se quer mandasse uma carta ou um recado e agora que ele está aqui e que fique claro que somente o descobri porque tirei aquela maldita máscara. - falou entre dentes. - Tenha a certeza que ele não viria até mim!! - era a única certeza que estava em sua cabeça desde que tinha acordado. - Então vovó acho que não devo ficar atrás de alguém que pouco se importou por mim esses anos todos. - ficou de pé.

- Só irá descobrir se isso é certo se o confrontar! - a olhava.

- Isso não vai acontecer porque eu tenho dignidade e o nosso momento já se acabou lá trás! - beijou os cabelos dela. - Eu vou trabalhar e é o mais certo a se fazer.

Cristina nada mais falou e se foi depois de pegar seu chapéu e Ana negou com a cabeça. As vezes o orgulho é o maior inimigo do amor...

MOMENTO CERTO - CyFOnde histórias criam vida. Descubra agora