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- Esse é o momento certo para você dois e espero que não tenha que amarrá-los e levá-los até o altar! - deitou ao lado dela. - Você vai ser muito feliz e Diego irá pagar por tudo que fez com você! - estava sentenciando o destino dele e não pararia até que ele pagasse.

- Vamos ser feliz e esquecer aquele maldito! - a abraçou e ficou ali no melhor lugar do mundo: os braços dela...

Mesmo com aquele turbilhão todo se passando entre as duas, Cristina estava feliz por finalmente conseguir se livrar daquele passado, não que ela fosse esquecer, mas já era mais fácil de conviver com aquela marca já que tinha conseguido se encontrar nos braços de seu amor. Frederico era o homem Mais feliz do mundo e sorria naquelas poucas horas em que terminou seu trabalho e por fim pode conversar com seu amigo e sócio depois de se desculpar muito pelo ocorrido mais cedo e ele só fez rir sabendo que a mulher era uma fera e ele estava de quatro por ela.

Cristina terminou aquele dia dormindo já que ainda sentia em seu corpo as estripulias do dia anterior e quando a noite caiu ela ligou para Helena e perguntou como ela estava e a amiga narrou como tinha sido chegar em casa daquele modo e ambas riram mancando um novo encontro mais agora de casal. Ela queria mostrar a cidade inteira que estava com aquele homem maravilhoso e claro não deixar espaço para a aquela irmã de Frederico, eles se falaram um pouco por telefone e ela não aceitou o convite para jantar com ele já que as coisas estavam estranhas em sua casa e ela queria olhar para sua filha.

Quando desceu de banho tomado para o jantar encontrou as duas a mesa esperando por ela, sentou e as encarou com um meio sorriso. Maria do Carmo respirou profundamente ainda chateada pela conversa da tarde e Cristina focou seus olhos nela e disse firme.

- Achei que não te encontraria aqui já que estava tão decidida a morar com seu pai! - tomou seu suco recebendo a mirada da filha.

- Cristina... - Ana a repreendeu.

Ela olhou rapidamente para sua avó e a questionou com o olhar já que precisava saber o que realmente a filha queria.

- Eu só quero saber realmente o que ela quer já que o defendeu com unhas e dentes como se ele precisasse da defesa dela!

- Essa também é minha casa e eu posso decidir sozinha o que fazer! - ralhou com a mãe.

Cristina deu um meio sorriso a encarando.

- Você é só uma menina de dezessete anos e que se deixa manipular por um homem que claramente tem a intenção de estar perto de você para estar próximo a mim! - trincou os dentes. - Minha filha, eu não quero ser rude e muito menos estragar esse momento que acha que está tendo com ele, mas Diego só pensa nele mesmo e você é só uma peça nesse jogo!

Maria encheu os olhos de lágrimas porque era a verdade, ela era somente uma menina carente de atenção e Diego sabia muito bem como usar isso a seu favor e sem dizer uma palavra se quer se levantou e saiu correndo dali para o lado de fora. Cristina até pensou em ir atrás dela, mas não foi porque ela precisava entender e aprender que a vida não era um mar de rosas como ela pintava ao ter Diego a seu lado.

- Você não deveria ser tão rude com ela! - negou com a cabeça. - Sabe muito bem como aquele homem é!

- Ou ela aprende assim ou eu vou ter que contar quem realmente é o paizinho que ela pinta! - a olhava nos olhos. - O que prefere vovó?

- Eu prefiro que vocês voltem a estar bem como mãe e filha! - servia seu prato. - Quero que essa casa volte a ter felicidade e que somente se ouça o eco das risadas e não de choro!

- É o que eu desejo também, mas ela precisa aprender a não se deixar levar por aquele traste! - deu o prato a ela. - Eu vou atrás dela para que jante conosco!

- Deixe-a pensar em suas palavras e depois ela janta! - foi firme.

(...)

Maria do lado de fora estava debruçada sobre a cerca e chorava por não querer aceitar que o pai apenas estava jogando com seus sentimentos, ela o queria por perto e queria que ele a amasse como era de direito seu, mas a mãe parecia ter razão quando dizia aquilo já que o pai sempre que a encontrava queria falar dela: Cristina era o assunto. Chorou forte porque queria que ele fosse diferente e desse a ela o amor que merecia mais não era assim e somente lhe restavam às migalhas de um sentimento manipulador.

Carlos Manoel que ainda estava por ali olhando uns dos cavalos a viu e se aproximou dela com um sorriso que morreu assim que ouviu seu choro, ele se aproximou mais e tocou suas costas a fazendo se assustar e virar rapidamente. Os olhos se encontraram e ela não disse nada apenas se lançou nos braços dele que a apertou com carinho dando a ela um conforto que se quer sabia que era importante ou somente não queria admitir para si e para ela que se gostavam já que a idade deles era muito distante e ela era apenas uma menina que nem seus dezoito anos tinha completo e ele já estava quase na casa dos trinta.

Não queria sentir o que estava sentindo mais era difícil já que ela era uma menina apaixonante e em meio a tantas conversas descobriu que se quer tinha idade para um possível relacionamento e que se a relação com Cristina já era difícil imagina se ele se atravesse a colocar os olhos em sua menina. Mas é certo rotular amor por idade? O amor tem idade pra acontecer? Rotulamos tanto as coisas que nos esquecemos de viver e apenas sentir o maravilhoso sabor que é estar ao lado de quem desejamos e realmente queremos a nosso lado, mas Maria estava predestinada a viver aquele amor e com calma foi soltando de seu corpo e o olhou nos olhos sentindo o doce toque de sua mão a enxugar suas lágrimas, um gesto que a fez fechar os olhos por incontáveis segundos e ele sem conseguir aproximou mais seu rosto do dela a fazendo abrir os olhos.

- Por que choras assim? - o cheiro de menta invadiu suas narinas e ela se arrepiou por completo.

- Você tem cheiro de menta... - ignorou completamente a fala dele que sorriu por sua observação.

- E você cheira a morango! - sorriram juntos. - Maria...

- Eu quero que me beije! - o cortou desejando aquilo mais que tudo e ele apenas a encarou um tanto surpreso mais desejando o mesmo que ela.

- Você sabe que não devemos! - foi doce mais morrendo por seus lábios.

- E por que não? - o olhava nos olhos.

- Por que...

Maria se soltou dele de imediato e se afastou querendo chorar mais por tirar suas próprias conclusões.

- Você não gosta de mim é isso?

Seria possível ter se enganado em relação a ele? Não era possível que todas as demonstrações de carinho vindas dele era coisa de sua casa, mas se não fosse assim por que ele se recusaria a beijá-la? Sentiu as pernas tremerem mais ainda e antes que ele destruísse ainda mais seu coração naquele dia, ela saiu correndo em direção a sua casa mesmo com as súplicas dele para que ela parasse e o ouvisse.

MOMENTO CERTO - CyFOnde histórias criam vida. Descubra agora