Thrirty-one

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- Será que ele tá bem? - Perguntou Andy olhando o cachorrinho com atenção.

- Ele está respirando, então eu acho que ele está bem. - Murmurei. - Talvez devêssemos levá-lo ao veterinário. - Opinei.

- Boa ideia.

Suspirei.

- Ok, trás minha jaqueta e depois volta pro carro.

Assentiu e fez oque eu pedi.

Levei o cachorro pro carro e o deitei no banco passageiro.

Liguei para Dom enquanto dirigia e avisei que iria atrasar.

Quando chegamos no veterinário, pedi que um dos empregados vigiasse as crianças enquanto eu ia deixar o cachorro e lavar as mãos.

Voltei, peguei Kit e dei a mão a Andy.

A moça da recepção pediu que eu preenchesse um formulário e que logo ele seria atendido.

Andy não me deixou deixar o cachorro ali.
Ficamos horas esperando novidades, não foi legal.

Logo a veterinária que estava cuidando dele veio até nós.

- Ele está bem? - Perguntou Andy.

A doutora assentiu sorrindo.

- Na verdade, ele já está de banho tomado e medicado. Agora ele só precisa de um lugar pra ficar e de pessoas que darão amor à ele.

Assenti olhando pro tempo.

Andy e a doutora me encaram com expectativa, franzi o cenho e demorei uns segundos para perceber oque eles queriam.

- Ahh não Andy, sua mãe vai me matar se eu fizer isso sem o consentimento dela. Você sabe como ela fica quando está nervosa. - Disse sem parar.

Andy fez carinha de pidão.

- Por favor papai! A mamãe vai gostar da ideia! E o pobrezinho não tem onde ficar, igualzinho a mim e a Kit antes de vocês.

Suspirei.

Mas que carinha esperto...

Isso é quase uma chantagem emocional!

- Eu não to acreditando nisso! Se Amora perguntar, você me obrigou.

Ele riu e fez um hi-five com a doutora.

Compramos tudo oque o cachorro iria precisar.
Uma coleira, uma caminha, shampoo e condicionador para cães, brinquedos, ração da própria raça que eu vim a descobrir ser chow chow. E outras coisas...

- Agora ele precisa de um nome. - Disse enquanto fazia a ficha médica do cachorro.

Da pra acreditar?

- Arnold. - Disse Andy.

- Arnold? - Perguntei com uma sobrancelha erguida, ele apenas assentiu. - Tudo bem, Arnold será.

Quando terminei.
Coloquei a coleira no Arnold e nos despedimos da doutora. Arrumei as sacolas no porta-malas, depois as crianças e depois o cachorro.

Cara... o carro tá ficando pequeno.
Imagina só quando os trigêmeos nascerem!

Liguei para Dom e avisei que estava indo, mas no meio da ligação, a delegada me ligou.

- Senhor Foster?

- Sim.

- Poderia vir até aqui? Temos assuntos importantes a tratar.

Respirei fundo.

- Mas é claro, já chego aí.

Voltei a ligação com Dom.

- Vou ter que me atrasar mais um pouco. Foi mal treinador.

Desliguei a chamada antes que ele pudesse me chingar e fui para a delegacia.

Tirei todos do carro e deixei Arnold e as crianças com um policial e fui até a sala da delegada.

- Bom dia.

- Então, o negócio é o seguinte. O senhor Smith morreu na madrugada de hoje, e você sendo um dos protetores legais do único parente vivo dele, foi seu contato de emergência. Além da Amora, é claro, mas ela não me atendeu.

Ok.
Não sabia bem oque pensar.
No que eu deveria pensar exatamente?
O desgraçado que machucou meu filho durante anos está morto.
Eu estava de boa com aquela afirmação.
Mas e Andy?
Ele só tem três anos.

- O que eu devo fazer? - Perguntei meio perdido.

- Precisa se informar dos desejos de Andy e me dar uma resposta imediatamente.

Respirei fundo e assenti.

Tem sido uma coisa que eu tenho feito muito ultimamente.

Pedi licença e fui até ele.

- Andy, oque eu tenho para te dizer é muito... chato de se falar. E eu juro que se eu pudesse, deixaria isso pra lá, mas eu não posso.

Ele assentiu com o cenho franzido.

- Fala papai.

Suspirei.

- Querido, aquele...cara com quem você viveu durante muito tempo. Ele morreu. E eles precisam saber oque você quer que façam com ele, já que você...

- Você, a mamãe, a Kit e o Arnold são minha família. - Me interrompeu, surpreendendo-me. - Eu não quero ter nada haver com ele.

Sorri triste e assenti.

Abracei ele e disse que voltava já.

Voltei a sala da delegada e e lhe expliquei a situação, ela entendeu perfeitamente.

Perguntei a causa da morte dele e a vi dar um mínimo sorriso.

- Os detentos não são bem receptivos no quesito de molestadores. Principalmente quando as vítimas são seus próprios filhos.

Sorri e assenti.

Sai da sala dela depois de me despedir e estava pronto pra ligar para Dom quando o telefone tocou.

- Oi Morie, a delegada disse que não estava conseguindo falar com você.

- Oi Jo, pois é eu fiquei sem área, aconteceu alguma coisa? - Perguntou preocupada.

- Nada que precise se preocupar, está precisando de alguma coisa?

- Ah sim. - Pareceu se lembrar. - A tia da Is acabou de levá-la e as coisas aqui estão uma loucura, parece houve um acidente de helicóptero e os taxistas não estão ousando parar aqui. Você podia me buscar e a gente aproveitava para almoçar?

Respirei meio frustrado e surpreso por já ser 13:00hrs.

- Claro, chego aí em quinze minutos.

- Okay, até já.

Parece que hoje não é dia de treino.

The ProblemOnde histórias criam vida. Descubra agora