The Problem

Two

- Oi Joshua. - Disse de cara amarrada e voltou a lavar a louça.

Franzi o cenho, ela não me chamava de Josh, quanto mais Joshua.

- Onde está todo mundo ? Pensei que a festa já tivesse começado. - Decidi deixar pra lá.

- Papai precisou resolver um problema no bar, as gêmeas estão no futebol, as trigêmeas no rugby, Goiaba foi encontrar com o time de vôlei para almoçar, Jabuticaba foi correr, Uva está no ginásio com a professora, Jambo, Kiwi, Pitanga e os gêmeos foram ao supermercado com a mamãe, todos voltam logo com ela.

Fiquei meio tonto com a quantidade de nomes, mas já deveria estar acostumado.

- Como você está? - Perguntei puxando assunto. - O que tem feito de interessante?

Amora murmurou alguma e meu banco girou me fazendo cair no chão, se eu não tive um bom reflexo, teria batido o rosto no chão.

- Que merda Amora?? - Ela nunca usava seus poderes com a família.

Me levantei rápido.
O que raios está acontecendo?
Primeiro ela me chama pelo nome, depois me ignora e agora isso.

Qual é o problema dela?

Ouvi barulhos vindo da sala e vozes tentando se sobressair, decidi deixar o assunto Amora para lá e fui para a sal. Meus irmãos estavam bastante suados e alguns sujos até.

- Salada de frutas! - Exclamei e todos se viraram.

- JOSH! - Gritaram juros e correram para me abraçar.

Fui bombardeado com perguntas do tipo.

"Como é a cidade grande?"
"Como é ser famoso?"
"Por que não veio visitar a gente antes?"
"O que você faz na cidade grande?"
"Quando vai voltar de novo?"
"Vai morar aqui agora?"

Tentei responder a tudo, mas depois de um tempo ficou difícil, então mamãe mandou todo mundo ir pro banho e enfim veio me abraçar.

- Olha só você, está tão grande. - Disse emotiva. - Tem comido direito?

Ri e abracei-a de novo.

- Senti tanta saudade sua. - Murmurei.

- Claro que sentiu. - Disse Amora irônica.

Me virei e lá estava ela, encostada na batente com um olhar bastante sarcástico, seu cabelo agora estava solto e ela tinha vestido um short.
Que pena...
O QUE?
Ah Jesus.

- Amora, nós já conversamos sobre isso. - Mamãe repreendeu.

- Tanto faz. - Respondeu revirando os olhos. - Tia Claire ligou, Stuart está com febre então ela não vai poder vir, mas vem amanhã para se despedir.

Mamãe assentiu.

- Vou ligar pra ver se ela precisa de algo, obrigada Arya.

- Qualquer coisa, eu estou no quarto, Molly e Calvin vêm hoje e seu telefone está tocando.

Franzi o cenho e Amora subiu as escadas.

Aí o celular tocou.
Olhei pra mamãe que apenas deu de ombros.

Revirei os olhos e atendi.

- O que você quer Joah?

- Relaxa cara, já entendi que sua família está fora de questão. Só liguei pra saber se chegou bem e quando vai voltar.

Estranhei o comportamento de Joah, ele não é uma pessoa ruim, mas...ele não me liga pra saber se eu estou bem.

- Eu volto em dois dias, agora preciso ir.

Desliguei o telefone e fui dar uma olhada no meu antigo quarto.
Estava tudo da mesma forma de como eu me lembrava.

...

- Vocês não estão entendendo! Ele simplesmente voltou para me buscar e acha que tudo está normal! - Ouvi Amora dizer e abri um pouco a porta.

- Eu sei Amor, mas você precisa se acalmar. - Disse uma voz masculina.

- É Amor, nós estaremos aí daqui a pouco ok? - Disse uma voz feminina.

"Amor"?

- Tudo bem então, amo vocês.

- Também te amamos.

A ligação foi encerrada e Amora se jogou na cama.
Logo a seguir murmurou.

- Ostendit occultatum.

A porta se abriu totalmente me fazendo aparecer na sua visão.

- O que quer? - Perguntou grossa. - Ninguém nunca te ensinou que ouvir atrás da porta é falta de educação?

Bufei.

- O que está acontecendo Amora? - Perguntei irritado. - Qual é a merda do problema?

- Qual o problema? - Se levantou. - O problema é você, seu idiota de uma figa!

- Do que você está falando, Amora? - Fiquei confuso.

Ela riu irônica.

- Tá brincando né? Porque para começar, você foi embora! Você foi embora e nunca mais voltou e se calhar não voltasse nunca se papai não mandasse que eu fosse morar com você!

Então é isso? Ela está nervosa porque eu não vim visitá-la?

- Qual é Morie, você sabe que a vida de um lutador é corrida, e tenho certeza de que...

Merda...

É eu vi os olhos dela mudarem de verdes para pretos, vi suas feições se transformarem em algo que eu não saberia descrever.

- É claro Joshua, sua vida é tão corrida que você não pode aparecer em nenhum dos aniversários, todos não porque são muitos, mas e o da mamãe ou do do pai? Você não estava aqui quando Corinne morreu, ou no casamento da tia Claire, ou quando Mason (marido da Claire) morreu, ou quando Stuart nasceu, você não estava aqui no nascimento dos gémeos, sobrou pra mim cuidar da Morango, da Framboesa e da Goiaba sozinha porque a mamãe precisava cuidar dos menores e o papai que por mais nos desse atenção precisava administrar o bar e pagar todos os clubes que cada um frequenta, eu precisei inventar desculpas do porque do JoJo não nos ligar, ou não estar aqui, eu precisei consolar meus irmãos mais novos do porque do JoJo dizer na televisão que não tem família, eu precisei explicar o porque do JoJo estar tão diferente na televisão. - Algumas lagrimas desciam por sua pele morena, mas eu ainda podia ver a raiva em seus olhos. - Sabe Rhaegal? O dragão que escolheu você como mestre, ou sei la oque? Adoeceu! E sabe quem cuidou dele? Eu! Seu idiota, então não me venha falar que sua vida é corrida porque eu sei das suas férias, sei que conheceu metade do mundo nas ferias, não estou dizendo que é errado conhecer o mundo, mas é errado deixar a família por sete anos e depois voltar como se nunca tivesse ido embora. Todos na casa sabem de tudo que acontece na sua vida em Los Angeles, Joshua, mas eu sou a única que não tem medo de te perder. - Se acalmou, eu to chocado. - Sabe por quê? Porque eu senti sua falta por tanto tempo que pra mim você morreu. - Agora ela virou de costas e olhou pela janela. - Seu pior erro foi me ensinar a ficar sem você.

- Amora... - Murmurei tentando me aproximar, mas era como se tivesse uma barreira entre eu ela. - Mas o que...

- Ela fez criou uma barreira entre vocês dois. - Disse a voz feminina que estava no telefone com Amora.

Ela era alta, morena e tinha olhos azuis...bonita.

- Ela não faz isso por querer, é como se a magia dela sentisse que ela está, de certa forma, machucada e cria a barreira protetora ao redor dela. - Disse a voz masculina. - A propósito, sou Calvin e ela é a Molly.

A tal Molly acenou de leve.

- Acho melhor falarmos com ela. - Disse ela e o Calvin assentiu.

- Afinal que são vocês?

Molly deu uma risadinha, mas Calvin respondeu logo.

- Somos namorados dela.