Thrteen

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- Bom dia! - Exclamou Amora sorrindo. - Fiz o café, devo dizer, nós fizemos.

Sorri para os dois e cocei meus olhos beijando a cabeça de Andy.

- Bom dia, parece estar delicioso. - Me sentei ao lado de Andy. - Por que não me acordaram?

Amora deu de ombros mas foi Andy quem respondeu.

- Você estava dormindo muito profundamente, então nós decidimos deixar você dormir mais um pouco.

Assenti e sorri.

- Obrigado.

Amora colocou uma tijela de salada de frutas na mesa junto com panquecas, whaffles, ovos, café, chocolate em pó, leite, iogurte...

Enquanto eu colocava o prato dela, ela colocava o de Andy.

- Obrigada mamãe. - Disse Andy.

Então no segundo seguinte, o caminho que ele estava fazendo com a colher, parou no ar. Amora ficou encarando-o com os olhos marejados e eu fiquei passando o olhar de um para o outro freneticamente.
Além de comunicativo, Andy também estava começando a se adaptar, isso era incrivelmente ótimo.

- Ahhh, me desculpa...eu... - Amora o interrompeu dando um abraço forte nele.

- Não se desculpe, está tudo bem. - Beijou sua cabeça e algumas lágrimas rolaram. - Me chame de mãe quando quiser e eu chamarei-te filho.

Bom, agora eu precisei segurar minha próprias lágrimas.

Andy sorriu e assentiu secando as lágrimas que desciam pelo rosto de Amora.

Queria dizer que ele podia me chamar de pai se quisesse, mas chamar Amora de mãe já foi um grande avanço e eu não podia tirar aquele momento dos dois.

- Então peguem seus cafés da manhã e vamos para a sala de cinema. - Anunciei. Andy me olhou surpreso. - Vamos pessoal!

Amora riu e pegou sua tijela, Andy pegou a dele e eu peguei o pote todo. Fazer oque? Eu sou um homem grande.

- O que querem ver? - Perguntei pegando o notebook que ficava já ali.

- Quer ver algum filme em especial? - Perguntou Amora a Andy.

- Eu nunca... - Resmungou envergonhado. - Eu nunca vi um filme.

- O que? - Perguntou revoltada. - Você ouviu isso? - Me Perguntou e eu assenti. - Então vamos fazer uma maratona de todos os filmes infantis já lançados!

Assenti e pesquisei.
Seria um dia longo...

***

E mais uma vez eu estava colocando Andy na cama.

Passamos o dia inteiro vendo filmes infantis, comendo pipocas, chocolates, etc...

Ao todo, foi um dia bom e Andy riu muito, oque deixou o dia ainda mais alegre.

Amora estava no banho enquanto eu estava arrumando a sala de cinema, mas quando passei em frente ao seu quarto ela parecia agitada e bagunçava o quarto desesperadamente.

- Morie, aconteceu alguma coisa?

Ela me olhou frustrada e logo voltou pra sua busca.

- Meu caderno, o caderno dos sentimentos sumiu, procurei por toda a casa e não o encontro em lado nenhum.

Assenti e comecei a ajuda-la em sua busca.

Mamãe da um caderno dos sentimentos a todos. Até pra mim, mas eu nunca fui de me expressar escrevendo, já Amora, escreve poemas de acordo com seu sentimentos desde que aprendeu a escrever. Sei o quão importante aquele caderno é pra ela e sei que ela não suportaria perde-lo.

Procuramos por toda a casa, de cima a cabeça e não encontramos nada.

- Ah meu Deus... - Amora se sentou no sofá e deixou sua cabeça cair nas mãos que estavam apoiadas em suas coxas.

- Se acalme, ele não pode ter desaparecido, vamos encontra-lo ok? - Ela assentiu devagar. - Agora vai se deitar, amanha será um dia cheio.

- Ta bom papai...

Sorriu e se levantou ainda analisando o lugar.

- Você poderia fazer um feitiço de localização. - Opinei quando ela começou a subir as escadas.

- Não posso. - Respondeu se virando devagar.

Franzi o cenho.

- O que? Por que?

Ela suspirou e voltou a descer.

Quando parou na minha frente, levantou sua blusa de pijama e virou de costas.

Me surpreendi ao ver algumas marcas de formas diferentes, as vezes apenas linhas irregulares, mas eram poucas.

- A magia tem um preço Josh, ilusões óticas, curar ferimentos leves...são feitiços simples que não prejudicam a natureza mas, feitiços de copilação, de localização... são coisas astrais.

Passei as mãos pelas marcas em suas costas, algumas pareciam ser antigas, outras pareciam recentes. Passei por cima de uma em especial que a fez se encolher. Me lembrei do dia em que ela usou o feitiço de copilação na delegacia.

- Sinto muito.- Pedi.

- Tudo bem.  - Respondeu abaixando a blusa e se virando.

- Dói? - Perguntei passando uma mão em seu rosto.

- Na hora que aparece e alguns dias depois.

- Sinto muito. - Pedi novamente.

- Você não tem culpa. - Disse pegando a mão que estava em seu rosto.

- O que as marcas fazem? Tipo, elas têm de significar algo certo? - Perguntei.

Ela deu de ombros.

- Se fazem algo além de doer muito, eu não sei... - Suspirou. - Já procurei em todos os livros da bruxa e não encontrei nada. É meio frustrante sabe? Ser marcada e não saber o porque.

Assenti, meus olhos estavam presos nos seus de uma forte enigmática e estranha.

- Sabe oque é estranho? Eu já te vi de biquíni e não havia marcas em suas costas.

Foi a vez dela assentir.

- Ninguém consegue ver a não ser que eu mostre.

Aqueles olhos verdes, aquelas bochechas rosadas, aquela boca carnuda... ah nossa aquela boca...

Eu não poderia... nunca.

- Boa noite Morie. - Beijei sua cabeça e subi as escadas sem olhar para trás.

Eu não podia fraquejar...

Ela é minha irmã...

- Boa noite Jojo. - Ouvi ao longe.

Ela é minha irmã...

The ProblemOnde histórias criam vida. Descubra agora