Devilish [TaeYoonKook]

TERAPIA DE CHOQUE

N/A: podem se acalmar pois o titulo foi aleatorio, não vai ter eletroconvulsoterapia

— E então, Jungkook, o que tem a me dizer? Como você se sente hoje? — Aquela mesma frase ele ouviu todas as semanas nos ultimos três meses a pedido de sua mãe, que depois de presenciar três crises de ansiedade do garoto, achou que o melhor era que ele recebesse um tratamento psicológico já que ela não tinha tempo e nem o poder de ajudá-lo. Jungkook havia sido contra a ideia, e mesmo depois de todo esse tempo ele ainda tinha muitas barreiras erguidas para as consultas com a psicologa e o psiquiatra. Haviam coisas que ele não tinha coragem de contar, coisas as quais ele tinha vergonha, principalmente medo. Medo da reação que veria, de ser julgado e o que ouviria como conselho. Medo de reviver as memórias diante de alguém. 

— Nada aconteceu. Você sabe. O de sempre — Jungkook falou, e ele não estava mentindo. Desde que aquilo aconteceu ele mal saia de casa, pois sentia medo de quem encontraria. Ironicamente, era a noite, quando as ruas estavam mais desertas e a iluminação era precaria em algumas ruas, que ele se sentia mais seguro para sair de casa. 

— Jungkook, para você melhorar, você tem que querer melhorar. A confiança em si mesmo é o começo da jornada. 

Aquelas palavras entraram fundo na mente de Jungkook, que ao sair da sessão decidiu não retornar, estava decidido a melhorar, e seria por conta própria. Ele daria um jeito. Iria ficar melhor. Iria superar seu medo. Iria sair de sua zona de conforto e quebrar aquilo que o mantinha preso em si mesmo e, se assim conseguisse, voltaria a ser feliz. 

A felicidade é relativa e esquisita de se definir, podendo ser interpreta de diferentes formas e ser vista de diferentes maneiras. Naquele momento a felicidade era a coisa mais almejada para Jungkook, ele queria ser feliz, ser completo de novo ao invés de se sentir vazio, ao invés de ser um brinquedo quebrado ao qual ele havia se tornado. 

Em casa, ele se lembrou das palavras que Yoongi uma vez lhe disse: "Sabe Jungkook, eu acredito em destino, acredito que as coisas acontecem porque tem que acontecer e que nossas decisões nos levam a caminhos diferentes".  Agora aquelas palavras faziam bem mais  sentido em sua mente que aquele dia, ele entendia que haviam coisas além do seu poder de controle, e entendia também que eram suas próprias escolhas que os levava ali. Então, naquele momento, em que ele havia decidido se reerguer, ele conseguiria, porque o acaso não existe. 

Quando alguém encontra algo de que verdadeiramente necessita, não é o acaso que tal proporciona, mas a própria pessoa; seu próprio desejo e sua própria necessidade o conduzem a isso.

Ele queria encontrá-lo, queria falar com Yoongi... queria que o que Min havia dito antes sobre querer funcionasse como mágica e ele o encontrasse, mas Jeon sabia que não funcionaria só por sua parte, deveria ser pelas duas, as duas forças querendo e se atraindo, e para isso Jungkook não poderia permanecer tal como estava agora. Seus olhos vagaram para a janela até o apartamento que ficava de frente ao seu, para o quarto de Yoongi, que parecia não morar mais ali. Desde a formatura de Yoongi, o apartamento parecia vago e eu nem havia presenciado sua mudança. Era como se de um dia pri outro ele simplesmente houvesse sumido junto com suas coisas, deixando para trás apenas um quarto vazio.

Com aquela decisão tomada, Jungkook retornou as suas atividades cotidianas. Ele havia perdido muitos dias da escola, mas daria um jeito de acompanhar a turma e sobreviver aos anos letivos que lhe restavam naquele colégio. A verdade é que ele havia esperado que, com a saida dos Kim, novos reis assumissem o lugar no colégio, mas aparentemente não foi o que aconteceu, parecia uma escola normal e chata, bem diferente do que se vê em filmes ou séries, sem bullying ou trotes, apenas nerds sendo nerds falando sobre filmes e jogos, gente se empanturrando de comida, e gente tola se apaixonando pelo garoto bonito ou badboy, que consequentemente poderia levar a sua perda de virgindade (se fosse esperta ou não, pois tudo depende do ponto de vista, e consequentemente se fosse estupida demais poderia levar a uma barriga nao desejada e até mesmo a ser expulsa de casa).