Para me libertar

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Rompi comigo mesmo
A sociedade da vida.
Fiquei louco,
E fui contra murros
Contra tudo e todos

Até ao fim do mundo;
Ao inferno se puder;
Enganei o demônio.
Por de baixo das trevas
Nas venturas e prazer
Senti ódio,
E quis vingar de mim,
As saudades das altas vidas
Nunca antes mostradas...

Me enganei;
Eu próprio me enganei,
Nos bairros das aventuras,
Cheios de tantas amarguras;
Esqueci do Deus,
Renegei a morte
e nunca vi o perdão .

Eu poeta-marinheiro,
Navegei na luz
Desta sombra infeliz
que chamamos solidão;
E fiz isto sem razão,
Porque também sou mendigo
Carente dos amigos
Nesta triste situação.

Fui eu, um servo covarde
nos conselhos da fé;
E como filho legítimo,
Deste divino sagrado,
Eu próprio me enganei
com o tanto qu'eu vi
Neste mundo vasto.

Ai quanto andei,
Por entre selvagens ferras
Encontrei
Nova alma ao cultivo
Do temperamental momento,

Quando aos caminhos andados;
Fiquei louco,
Com o tanto qu' eu vi;
E fui contra murros,
Contra tudo e todos
E no lutar;
Ai quanto andei...

Auréd Ross

Primeiro CantoOnde histórias criam vida. Descubra agora