NA SANZALA

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Não baza,¹
Cantigas das cantigas;
do negro no mato sem casa
cortando à pé ao cio,
de brava sombra, os olhos brios
que do mato o veú abraça;
E o canto

que se espalha;
Como a metralha
no quebranto das suas raivas.

Não baza,
Walalá,
Corrida dos sinais para igreja
Onde fisgara na branca luz da inveja,
Por uma mulata!

Sem entrar na roça,
Onde cá,
Encosta,
Os santos, os santos
Não correm ao luar,
Em cada beco, em cada lar
Na vida da moça...

Oh grita oleí;
Em cada beco, em cada canto
Aqui-del-rei!... Aqui-del-rei!....
da sanzala o pranto;
Não subo, não desço,
Da ladeira ao despeço
nesta longa saudade minha;
E de amizade...

Não baza
Walalá,
E corridinhas de rodas até,
Que vamos ao trote;
Ao canto olé;
Para os olofotes _
“Correr à pé!?... ”

Que a vida está correndo,
E os meninos crescendo;
E com eles também
As veias aprumo;
Não creio equador em sumo,
Nesta grande esfera.

Não baza,
As lembranças da terra ;
Ai que íamos namorar,
Ai que íamos ao luar,
Ou para os pé das bananeiras!...

Escrevendo
É sanzala! É sanzala!
O começo das brincadeiras?!....

E plantar, e torrar, e viver
Do café que vai crescer,
E mais das vontades!...

Da vida,
A batida,
Das saudades!?
E a alma no bule;
“ Capitão do mato,
Quem ver lhe tapam as caras,
a cara da vontade. ”

De amizade,
É sanzala!... É sanzala!...
E plantar, e torrar, e viver
Do café que vai crescer;
E mais das minhas vontades!...

                       #Auréd Ross

Primeiro CantoOnde histórias criam vida. Descubra agora