A minha morte

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             Improviso

O som de nha alma solta com'um arpejo,
No bater de cada pulso no meu coração.
E tão solta bate a alma que não vejo,
A cada meu sofrer toda minha ilusão.

Nesta hora em que me vou, no ultimo desejo
da vida de ausências e de mui especulação,
E de morte em contigencia, de louvor em salvação,
Que no formoso leito me traz, neste vão cortejo!

Meu adeus para sempre, de justeza clara;
Como se, duma morte,  a sorver de penas,
Vê da vida os brandos que no rosto repara...

Neste som de melancolia que a alma empena,
Quando da luz, só indo, tão alto e emissário,
Em que chamados, nas endenchas, me vale o berçário .



           Auréd Ross

Primeiro CantoOnde histórias criam vida. Descubra agora