Ponte Branca

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Promessa é dívida? Sim! BiaSFA volta com o prometido, então! Uma história nova, COMPLETINHA, para a alegria da galera! Vamos testar esse modelinho novo, meninxs! Espero que gostem, curtam muito, comentem muito... estou ansiosa para ver como esse novo modelinho vai agradar o coração de vocês! Obrigada por mais um ano LINDO! Amo vocês!


"Ponte Branca" era o único lugar do mundo onde ela estava de verdade - por 8 meses do ano. Dylan gostava do seu trabalho, mas o isolamento era definitivamente um bônus. Às vezes, de noite, quando todos estavam dormindo, ela saia para o convés e ficava com uma xícara de café olhando as baleias cruzarem seu caminho, sem importância alguma. Havia algo que a ligação com a natureza lhe dava que uma cidade como Los Angeles nunca lhe daria.

Barulho, 3 milhões de pessoas e a sensação de sempre ester atrasada para algo a incomodavam. Ela queria se aposentar, comprar uma casa em Tahoe e esquecer que o mundo existia.

Agora, subindo o convés com sua mala de rodinhas enorme e uma mochila mais pessoal, Dylan podia sorrir. Soltou os cabelos por cima dos ombros e viu seu melhor amigo - o capitão Curtis, sorrir de volta com ar de convencido.

- Eu te falei que iríamos ter dinheiro para a temporada, não falei?

Dylan tinha de fato perdido 10 pratas na aposta, mas, a cada dia, as pessoas se importavam mais com seu problemas do que com o estudo de animais isolados na calota polar.

- Tacada de sorte. - Ela falou fazendo um bico com os lábios. - Mal vejo a hora de colocarmos as botas de neve e sairmos dessa maluquice.

- Tanto ânimo para passar o Natal longe daqui.

- Não finja que você não está! - Dylan acusou. - Eu vou deixar minhas malas na minha cabine e vou te encontrar na ponte. Temos que traçar um plano para nos abastecer em Seattle antes de seguirmos.

- Ah... obrigações primeiro! - Curtis disse enfiando as mãos no bolso da jeans. - Você ganhou um estagiário do centro de Oceanografia e não pode ignorar isso! Spencer Wyatt, está te esperando na sala de mapas.

- Ah, só pode ser brincadeira! Mandaram outro daqueles meninos achando que somos um barco do Greenpeace e que vamos abraças as foquinhas?! - Bufou. - Eu não tenho tempo ser babá de um moleque.

- Primeiro, Spencer é ela.

- Com esse nome? - Ela quase engoliu a língua.

- Segundo. Você pode gostar dela, ela teve um trabalho legal publicada na Oceanography ano passado, sobre o uso de sonar em correntes marinhas por rastreamento de grandes mamíferos.

Dylan mordeu os lábios, bufando.

- Tá, isso parece interessante. Isso não significa que vou ser babá dela! - Porém, não ia dar o braço a torcer.

- Só use a menina para aquele projeto idiota do mapeamento de geleiras do ano passado, está bem? Te vejo na ponte em uma hora.

Um dos lado negativos de tudo aquilo era ter que lidar com o pessoal que não era acostumado com viagens de barco. Estagiários imaginavam que ia ser um cruzeiro da Disney. Tudo podia parecer muito romântico: até ficarem 3 meses presos em uma geleira com ventos de 100 km por hora e - 60 graus do lado de fora do navio aquecido. Dylan já tinha visto muita gente boa perder a cabeça ali, porque era fácil perder.

Ela mesma já fazia isso há 20 anos - desde que formara como bióloga marinha, e tinha tido anos difíceis ali. Havia visto morte, doença e degradação. Ela mesma tinha começado como estagiária ali, no mestrado, hoje, ela junto com Curtis mandavam e desmandavam no Ponte Branca.

Ela arrastou sua mala até sua cabine, um lugarzinho de pouco mais de 15 metros, com uma cama de casal, uma mesinha cheia de papéis do ano anterior, e uma pequena cabine de banho. Ali era sua casa de verdade, não a pequena casa de dois quartos há algumas quadras de Santa Mônica. Ela encarava sua casa fixa como um lugar para esperar o próximo ano, apenas isso.

Ponte para lugar nenhumOnde histórias criam vida. Descubra agora