Recolhendo os cacos.

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Os três estavam sentados no chão, sujos de sangue e acabados. Dylan dormia agora, com um soro no braço, coberta apenas por um cobertor térmico e com quase 20 pontos na leteral do corpo. Curtis nem conseguia acreditar que ela estava estável agora. Ele ainda estava tremendo, assustado e tinha certeza que todo mundo ali estava do mesmo jeito.

- Ela vai dormir o dia todo... - Bruce prometeu, respirando e passando a mão pelos cabelos. - Escutem... eu vou ficar aqui com ela. - Bruce olhou para Curtis, de pernas cruzadas no chão, e disse sério. - Curtis... ela deu muito sangue. E ela já estava com a cabeça bem batida antes. - Avisou.

- Certo. - Curtis concordou, um pouco mais calmo, e olhou para Spencer. - Vamos lá, gatinha... você precisa sair dessas roupas sujas e descansar.

- Eu vou ficar com ela. - Spencer disse firme.

- Ninguém vai se beneficiar se você desmaiar, Spencer. - Curtis disse com carinho, começando a se levantar e ofereceu a mão para a menina sentava no chão também. - Vem, eu te ajudo.

Spencer aceitou a mão de Curtis e saiu do chão.

- Se ela acordar...

- Eu chamo. - Bruce prometeu.

A menina caminhou até o quarto de Dylan, porque fazia muito mais sentido agora. Ela ouvia os passos de Curtis atrás dela, mas sinceramente, não ligou para isso. Ela só entrou no quarto e cruzou os braços no peito, sem humor algum.

Ela estava suja de sangue, sangue de Dylan, e bom, Curtis estava também, e nenhum dos dois estava bem com isso.

- Vamos... - Curtis disse com carinho encostando a porta. - Tire essa roupa. Eu espero você tomar um banho e deitar, e depois eu vou me limpar também.

Spencer curvou os ombros, e começou a chorar, em silêncio. Sim... ela estava assustada. Ela tinha visto a mulher que amava machucada, e só imaginou como Dylan se sentiu no dia em que ela caiu na falha da geleira.

Curtis se aproximou da menina, puxou-a pro peito e deixou ela chorar ali, acariciando suas costas.

- Eu sei. Foi um belo susto. - Disse ele acolhendo ela.

- Tinha tanto sangue! - A menina disse chorando no peito dele.

- Ela vai ficar bem, eu prometo. Você ajudou muito. - Curtis a afastou do peito e olhou para ela com meio sorriso. Ela estava pálida. Tinha doado quase uma bolsa e meia de sangue, e além disso, o cansaço começava a correr por ali também. - Vamos, você precisa descansar agora. Tire essa roupa suja.

- Tá... - A menina concordou. - Posso... fechar o banheiro? - Pediu.

- Encostado. - Ele concordou. - Se sentir qualquer coisa me chame.

Curtis deixou a menina tomar o banho, se vestir, e depois a deu alguns copos de suco e fez ela deitar. Claro, ele de novo, se via quase que como responsável por tudo, mas ele sabia que Dylan tinha realmente se arriscado demais daquela vez.

Curtis foi para seu quarto, tirou a roupa e também tomou um banho.

Deitou-se na cama, e amaldiçoou-se várias vezes. Antes ele do que ela. E ele só podia agradecer por ela estar bem.

Ponte para lugar nenhumOnde histórias criam vida. Descubra agora