A fúria

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Curtis achou Dylan no refeitório, tomando um copo de coca-cola e lendo um livro sobre alguma coisa de trabalho. Ela estava concentrada demais, e quando ele se sentou na frente dela, ela nem olhou para ele.

- Estou lendo.

- Sim, estou vendo. - Curtis disse aproveitando que tinham o refeitório só para eles. - Como você está?

- Bem. - Dylan olhou para ele com curiosidade. - O que foi?

Curtis viu que ela não estava exatamente para papo agora. Estava no seu momento "Dylan solitária", mas infelizmente ele não podia respeitar isso agora.

- Eu estava com Spencer no colo há 10 minutos atrás. - Ele viu a amiga curvar a sobrancelha, sem entender. - Chorando.

- Ah, merda... - Dylan suspirou passando a mão pelo cabelo. - Eu vou ver ela... eu comecei a dominar ela, Curtis, é lógico que ela ia quebrar e chorar e eu sinto muito que...

- Dylan. - Ele interrompeu. - Eu acho que você foi muito bem.

- Obrigada. - Ela aceitou o elogio.

- Ela está com dor no bumbum e no ânus. - Ele anunciou vendo que a amiga abriu a boca surpresa. - Imaginei que ela não ia vir te contar, com medo de você querer olhar.

- Pestinha... ela te contou?

- Uhum. - Ele sorriu. - Uma surra eu entendo... mas fazer anal nela assim? É aí que eu me perco na dominação... pobrezinha.

- Dói um pouco, mas ela vai sobreviver, eu vou cuidar disso.

- É assim que você faz? - Ele perguntou. - Tira tudo dela? Privacidade? Pudor?

- Ela não tem porque ter vergonha de mim. - Dylan deu de ombros. - Eu já vi tudo nela. Cada centímetro.

- Um pouco de cada mundo, Dylan. - Curtis explicou. - Ela é sua submissa, mas também é sua criança.

- Eu sei disso. - Dylan não estava entendendo onde aquilo ia chegar.

- Crianças tem medo, Dylan. Medo que os mais velhos fiquem furiosos, ou não os ame mais. Spencer já foi deixada pra trás pela família, é natural ela esperar isso de você.

- Eu não vou deixar ela.

- E quais seus planos? - Ele quis saber, antes de abrir o jogo.

- Ela é esperta, trabalha rápido. Ela pode ficar no navio. Você sabe disso. - Argumentou. - Com alguns anos ela vai ser uma ótima nagevadora.

- E no continente?

- Ela não tem para onde ir, Curtis. Eu tenho uma casa.

Curtis sorriu, vendo que Dylan estava falando sério, tanto sobre a contratação, quanto a menina morar com ela. Dylan estava mesmo apaixonada e isso era realmente puro e lindo de se ver.

- Ela não te deu todas as drogas. - Avisou Curtis.

O rosto de Dylan ficou branco, totalmente sem reação. Ora... aquela garotinha...

- Ela mentiu pra mim. - Dylan disse, levando a mão até a testa, com raiva.

- Ela nem te conhecia direito, Dylan. Ela está com medo... ela é só uma menina.

- Uma menina que vai apanhar muito. - Dylan falou alto.

- E eu não posso te impedir de fazer isso, se você quiser. - Ele disse. - Mas eu não acho que deva.

- Ela é minha, Curtis.

- Ela está assustada, Dylan.

- Ela vai apanhar.

- DYLAN! - Curtis falou alto. - Se está tão ansiosa por isso, eu mesmo posso bater na menina, mas ela precisa de você agora! Deus, mulher, ela estava chorando com medo que você a deixasse, e está apavorada de vir te procurar para dizer que está com o bumbum doendo e provavelmente com o ânus todo assado!

Dylan ficou honestamente corada quando o amigo disse isso.

- Curtis...

- Nós somos uma família, Dylan. Sempre fomos. Você quer bater nela de novo, tudo bem, eu não posso te impedir, mas pelo amor de Deus, Dylan, eu te proíbo de fazer isso até essa menina entender que ela vai ficar aqui. Conosco, Dylan. Com você.

Dylan olhou para o amigo, e pela primeira vez, ficou em silêncio. Sim... ele tinha razão. Ela sabia que ele tinha razão.

- Tudo bem. - Ela concordou. - Tudo bem... você está certo.

- Ótimo. - Ele falou sério. - Então você pegue a menina, veja como ela está, revire ela do jeito que você gosta e depois você converse com ela sobre ela ficar aqui conosco.

- Você vai punir ela? - Dylan perguntou.

- Eu? Está maluca? Claro que não.

- Bom, eu acho que você deve estar lá, quando eu punir ela.

Curtis quase riu, nervoso.

- É um momento íntimo de vocês, Dylan e eu não...

- Você colocou minha menina chorando no colo e está falando sobre família, mas você só quer ser o tio legal?

- Eu sei que você bate nelas sem roupa. - Ele argumentou.

- Você a viu nua não tem nem uma semana.

- Dylan...

- Você disse família, mas você tem medo de disciplinar uma menina que mentiu sobre drogas?

- Claro que não. - Ele se sentiu ofendido. - Eu nunca vi alguém apanhando assim, Dylan. Eu só sei o que você fala. Deus... eu não sou assim, eu não cuido de ninguém assim.

- Você já me cuidou antes. Já me deu broncas antes. Já me viu nua. Me deu banho.

- Você fez o mesmo por mim. - Curtis disse. - Você é lésbica.

- Vou continuar sendo. - Ela sorriu. - Nós sempre quisemos isso, não é mesmo? Um navio, cheio dos nossos, pessoas que amamos, e confiamos. Eu amo a Spencer, Curtis. E eu te amo também. De maneiras diferentes, mas amo.

- Se significa tanto para você.... - Curtis concordou.

- Sim, significa. E acredite, para Spencer também. Ela não teve ninguém... vai ser bom para ela também. - Ela falou. - Obrigada.

- Eu te acho maluca... mas eu tenho que concordar...você sabe o que faz. - Curtis disse.

- Ora, obrigada. - Ela disse convecida.

- Fez anal nela com o quê? - Quis saber, como amigo. - Dedos?

- Ela não estaria com dor se eu tivesse colocado só um dedo nela, Curtis. - Riu.- Eu coloquei... um pênis, de látex, amarrado na cintura. Transei assim com ela.

- Ela era virgem. - Ele percebeu.

- Sim. Era. - Concordou. - Ela chorou, doeu bastante.

- Tá vendo... eu entendo as palmadas, a surra que deu nela... agora isso aí...

- Bom, ela é minha. Toda minha. Isso é só mais uma parte dela.

- A pobrezinha só vai chorar mais apanhando se está assada. - Curtis se lamentou.

- Então... você quer resolver logo isso?

- Agora? - Ele curvou o rosto, preocupado. - Mas você não vai... olhar ela primeiro e conversar e....

- Curtis. - Ela disse interrompendo. - Está com medo?

- Não. Não estou.

- Ótimo, então vamos. - Dylan falou se levantando.

- Eu vou me arrepender disso... não vou? Ah... eu vou... - Ele se levantou atrás da amiga, já com medo de como seria toda a cena. Ele já tinha ouvido mil vezes pelas paredes, mas ver, seria a primeira vez.

Ponte para lugar nenhumOnde histórias criam vida. Descubra agora