Dylan olhava a menina com o braço enfaixado e cheia de hematomas no corpo. Ela dormia agora, sedada, e estava com o rosto ainda vermelho de tanto choro. Ela tinha deixado a menina nua na cama, e agora, sentada do lado dela, ela se dava conta de como Spencer tinha tido sorte. Nem todas as pessoas que caiam em uma falha viviam para contar a história. Dylan estava com lágrimas no rosto, se permitindo pela primeira vez se sentir apavorada desde que o acidente acontecera.Ela ouviu a porta sendo aberta de leve e olhou por cima do ombro, vendo que Curtis, com um moletom reforçado, entrava no quarto devagar.
- Eu posso entrar? - Ele perguntou suspirando.-
- Claro. - Dylan concordou, com um meio sorriso no meio das lágrimas. - Encoste a porta, não quero que ela tome frio.
Curtis obedeceu a amiga, encostando a porta e indo para o lado dela, encostando a mão em seu ombro, e apertando ali, com força. Ele viu a menina nua na cama, mas, se tratando de Dylan, ele sabia bem que era melhor não mencionar o fato.
- Como ela está?
- Confusa. Chateada. Envergonhada. - Dylan explicou. - Ela estava com 35,5 quando dormiu, pegou 8 pontos no braço e está cheia de hematomas. E ela chorou porque tivemos que examinar ela nua. Ela é uma criança ainda.
- Eu sinto muito, Dylan... ela me disse que você tinha permitido. Eu não achei que ela fosse mentir.
- Ela acha que tem que provar que é forte. - Dylan falou, olhando para o amigo no rosto. - Obrigada por trazer ela de volta.
- Era o mínimo. Eu me sinto culpado.
- Não é culpa sua, Curtis.
Mas ele sabia que ela pensava que era. Afinal, os dois se conheciam muito bem. Bem até demais. Por isso, ele suspirou, indo até a cama e pegando um cobertor para cobrir a menina ali. Ele sabia o quanto Dylan podia ser dura, mas ele não queria ser duro também. Afinal, já bastava Dylan com esse papel.
Ele cobriu a menina, e passou a mão por seus cabelos escuros, de forma paternal e carinhosa.
- Você vai punir ela?
- Vou. - Dylan falou diretamente para o amigo. - Vou só esperar esses pontos melhorarem.
- Foi uma decisão de criança, Dylan. - Curtis disse olhando para ela. - Você vai bater nela como criança, não vai?
- Parte de mim diz que sim... que ela precisa de educação ainda. Outra parte diz que ela é minha submissa e que eu devo bater nela e punir ela como tal.
- Dylan... - Curtis se assustou, olhando para a amiga, que parecia miserável.
- Eu a amo. - Confessou. - Deus... quando eu a vi descendo naquela plataforma... Curtis, eu perdi o ar. Eu tive tanto medo... - Disse chorando mais pesado. - Ela está tão machucada!
Curtis foi até a amiga, e abaixou-se na frente dela, segurando seu joelho com carinho.
- Ei... está tudo bem, Dylan. - Ele falou pacientemente. - Você cuidou dela, está cuidando... ela vai ficar bem.
- Ela é só uma menina... - Dylan disse chorando mais.
- Sim... e por isso você tem todos os motivos do mundo para punir ela como tal. - Ele disse, concordando com o papel dela como dominadora pela primeira vez. - Dylan... ela merece.
- Isso é uma primeira vez... - Dylan falou, brincando com o amigo mesmo no meio do choro.
- Eu sei que você vai ser justa com ela. - Curtis suspirou, com um meio sorriso. - E eu sei que você também está se sentindo culpada por querer punir ela como sua submissa... e honestamente, Dylan... eu acho que você deve também.
O choque no rosto de Dylan foi muito honesto.
- Está falando sério?
- Ela é as duas coisas, não é? Uma criança... e sua submissa também. - Curtis ponderou. - E eu sou tipo... um tio legal. Você é a melhor pessoa para essa menina, e ela tem sorte de ter você.
- Obrigada. - Ela falou, suspirando aliviada.
- Agora... venha... eu vou te colocar no banho. - Ele disse, se levantando de onde estava.
- Ué... não é você que caiu em uma geleira hoje e está em recuperação? - Ela olhou confusa para ele.
- Banho e um bom café. - Ele disse puxando ela para ficar em pé.
- Não quero deixar ela sozinha. - Dylan falou.
- Ela vai dormir umas 12 horas e você sabe disso. - Curtis disse empurrando a amiga pro banheiro. - E você está parecendo uma daquelas senhoras pagando promessa em igreja.
- Nossa, que horror! - Ela riu.
- Por isso mesmo eu estou bancando o tio chato com você, e eu quero que tome um banho e venha comigo tomar um café.
- Troque o café por uísque e negócio feito.
- Eu sou um tio legal. - Ele concordou. - E eu também gosto de uísque.
- Ótimo. - Ela sorriu amplamente, começando a tirar a blusa pela cabeça.
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Ponte para lugar nenhum
Chick-Lit18 anos. Contém sexo, distorção de valores, violência, drogas e conteúdo LGBT e fetichista. Considere isto antes de ler, pode não ser apropriado para todos os públicos.