A neve

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Dylan amava a vastidão de branco que havia sempre que ela subia em uma geleira. O lugar era absurdamente branco, brilhante e liso, como um tapete celestial. Ela adorava trabalhar ali. Enquanto sua furadeira tirava uma amostra do gelo - pelo menos uns 50 cm dele para dentro da geleira - para avaliar a mudança nas camadas de gelo, ela esperava contemplando o sol.

Devia estar uns -30 graus ali, e seus dedos estavam doendo mesmo sob as mil camadas de luvas e protetores, e mesmo assim, ela admirava aquele lugar. Quando seu sensor apitou, e ela viu que o gelo extraído começava a subir no tubo, ela pegou o seu rádio e apertou o botão.

- Curtis. Acabou. Câmbio.

- Finalmente! Saia logo daí, esse sol não é bom para a estabilidade da geleira. Câmbio.

- Você realmente não gosta de emoção, não é mesmo? Eu vou recolher minha amostra e caminhar até o elevador, segurem a plataforma no mesmo lugar e preparem as cordas. Eu vou descer em uns 10 minutos. Câmbio.

Dylan voltou a atenção para o equipamento, e desfixou ele do gelo, com todo cuidado. Sua amostra, agora colocada em um tubo fino de vidro, foi colocado em sua bolsa, e o equipamento, embalado. Tudo demorava demais - o frio e o fato dela estar com luvas grossas dificultavam todo o processo.

Felizmente, com tudo empacotado, ela caminho com as botas de borracha próprias para neve e os óculos refletores pregados ao rosto até o guindaste de cordas e plataforma que havia subido ela até ali. Ela entrou com cuidado, e esperou. Esperou até que o elevador começou a descer devagar.

A descida lenta, pelo sol, a fizeram vitoriosa. E quando ela viu o convés do navio, viu o rosto de Curtis, Bruce - já cheio de equipamentos médicos prontos para qualquer coisa, Spencer - que parecia ansiosa e preocupada e mais dois colegas da mecânica.

- Sua filha da mãe maluca! - Curtis disse rindo, puxando o elevador com calma para baixo com as mãos, e já colocando a mão na alça de segurança.

- Eu te disse que conseguia.

Dylan disse puxando o óculos do rosto com a mão ainda na luva. Ela estava com o rosto vermelho do frio, notou Spencer, e um tanto ofegante também.

- Eu não sei como eu deixo você ganhar essas apostas! - Curtis disse ajudando Dylan a descer do elevador e ele mesmo começou a tirar as luvas da mulher das mãos. - Está sentindo todos os dedos?

- Claro que não! - Ele brincou, seria demais, sentindo os dedos de Curtis começarem a tirar seu casaco. - 45 minutos, deve ser um novo recorde.

- Não é, você fez em 43 ano passado. - Bruce disse rindo enquanto ligava um cobertor térmico.

Dylan notou os olhos assustados de Spencer, sem entender metade da movimentação quando Curtis tirou o blusão dela e ela ficou de sutiã ali, com o rosto e dedos vermelhos, tremendo de frio. O choque da menina e as bochechas vermelhas denunciaram a vergonha que ela estava sentindo por Dylan - que honestamente já tinha passado por muitas expedições no gelo antes e não se importava com a técnica usava para ela não perder os dedos depois. Bruce já foi colocando o cobertor térmico sob seus ombros nus, e ela quase derreteu de tão gostoso que era.

- Oh, você é um santo! - Ela disse gemendo e sentindo os dedos de Bruce nas suas calças, abrindo-as com cuidado.

- Uhum, diga isso depois que eu tirar sua temperatura de centro e te colocar no chuveiro.

- Eu consigo tomar banho sozinha. - Dylan disse. - Sério, estou sentindo meus dedos. - Prometeu.

- Ok. Temperatura e depois te libero. - Prometeu Bruce.

- Usem minha sala. - Curtis concordou. - Dylan... tire o resto do dia.

- Certo. - Ela sorriu para o chefe. - Spencer... - E se virou para a menina. - Me espere na minha cabine. Por favor.

Ponte para lugar nenhumOnde histórias criam vida. Descubra agora