Uma semana depois...
Dylan tomou um bom gole de café enquanto sua cabeça latejava do lado direito. Seus olhos já estavam doendo demais e ela não conseguia correr outra análise, muito embora sua mente estivesse lhe dizendo que ela era obrigada. O laboratório estava silencioso agora e ela sabia que sua noite seria ao lado de Spencer.
Elas estavam simplesmente dividindo a cama na última semana. Nada sexual nem nada agressivo. Dylan gostava de desenvolver intimidade e estava ok com as coisas indo devagar - afinal, elas estavam há apenas 10 dias à bordo do Ponte.
Dylan passou a mão por sua blusa roxa grossa e mordeu os lábios, quando percebeu que Curtis estava entrando no laboratório.
- Diga que finalmente conseguiu alguma coisa. - Ele falou quase implorando com as mãos no ar.
- Não. Os resultados simplesmente não fazem sentido. - Suspirou Dylan. - É quase como se estivessem errado.
- Acha que Spencer rodou a primeira análise errado? - Ele perguntou, parando e cruzando os braços no meio do laboratório branco e estéril demais.
- Não... não acho. Os números e gráficos estão de acordo com a amostra... eu chequei. - Suspirou de novo, sem vergonha alguma. - Precisamos de outra amostra.
Curtis fez uma careta, das grandes.
- Você está cansada demais para subir de novo.
- Não é como se tivéssemos escolha, não é?
- Podemos esperar. - Curtis sugeriu.
- Não vou esperar dois meses.
Os dois se olharam seriamente. Muito seriamente, porque os dois sabiam o que aquilo significava com o clima do jeito que estava.
- Vamos esperar alguns dias. - Curtis exigiu. - O sol baixando, nós vamos.
- Ok. - Ela concordou.
- Dy... tire o dia de folga.
- É...é... eu imaginei que poderia.
Dylan levantou-se dali, e saiu pela porta honestamente exausta por tudo. Ela sabia que Spencer estava em algum lugar do navio, mas sinceramente, hoje ela sentia-se um tanto frustrada para lidar com Spencer da forma como ela merecia ser tratada.
Foi direto para sua cabine, sem pensar demais.
Tirou a roupa e entrou no chuveiro, excessivamente quente, colocando as mãos na parede e encostando a cabeça ali. Sim, ela odiava se sentir assim - cansada e frustrada com trabalho. Por isso, chorou. Dylan era mulher o suficiente para reconhecer quando estava precisando chorar e não se sentia mal por isso. Chorar as vezes era um bom remédio.
Ela iria chorar, até não poder mais e isso ia resolver o nó que ela estava por causa do trabalho. Lavou-se toda, enquanto chorava, e quando se sentiu vazia e mais calma, resolveu sair.
Dylan enrolou-se na toalha, e quando saiu do banheiro, surpreendeu-se por ver Spencer sentada na cama, com as pernas cruzadas com suas jeans rasgadas a olhando.
- Oi. Não ouvi você entrando. - Dylan não tinha ouvido, mas tinha plena consciência de que estava com o rosto vermelho.
- Eu não quis... te atrapalhar. - Spencer disse mordendo os lábios, compreendendo que ali existia um momento pessoal. - Você está bem?
- Um tanto frustrada com trabalho. - Confessou. - Vou ficar ótima.
- Podia ter me chamado. - Spencer disse, porque sentiu que tinha que dizer isso. Ela viu Dylan tirar a toalha do corpo, sem vergonha alguma e começar a secar os cabelos. - Você quer conversar?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ponte para lugar nenhum
Romanzi rosa / ChickLit18 anos. Contém sexo, distorção de valores, violência, drogas e conteúdo LGBT e fetichista. Considere isto antes de ler, pode não ser apropriado para todos os públicos.