Dúbia

Will

- Quanto tá o Bike ou o Shiva? Perguntou o garoto eufórico e bêbado.
O traficante, de drogas sintéticas, respondeu secamente:
- 25 conto.
- Cuida... esbravejou Will.

Tendo pego a droga, olhou ao redor: todos loucos, a rave estava em chamas.
Danny passou bêbada, olhou para Will e acenou. Will olhou a primeira pessoa ao seu lado e dividiu, ao meio, a droga que acabara de comprar.

- Passa na minha boca!!!

A garota estranha passou. Ele, em seguida, se virou e correu em direção a Danny.

- Seu louco, devia ter dividido comigo, reclamou Danny furiosa.

- Mais tarde, tem mais gatinha, garantiu Will.

A música tocava alto, todos fervendo: vários jovens desorientados. Will caiu exausto na grama. Um vazio do tamanho do universo o tocou. Já não valia tanto assim está ali, concluiu ele. Tentou levantar, ao longe alguém dizia seu nome, não tinha forças para se erguer. Duas pessoas vieram em sua direção. Ele identificou Danny,e milhões de raios de todas as cores ao seu lado e por todo lugar. Danny sentou na grama. Ao lado dela, havia um garoto moreno, baixo mais com um jeito sedutor. Will não tardou em reconhecer: era ele,
Chinaski. Ele estava sempre com uma garrafa de vodca na mão. Danny tomou um grande gole, depois Will. Chinaski, então, pegou Danny e lhe dá um beijo cinematográfico.

Will sugeriu cafajesticamente:

- Aceitam mais um ai?

- Demorou, respondeu Chinaski com saliva no canto da boca.

Ali mesmo na grana, sem qualquer pudor, Chinaski tirou a camisa de Danny ao passo que Will tirava a calcinha da menina. Chinaski já estava completamente nu. Na mais pura lascívia,
os três se beijavam enquanto suas mãos perscrutavam o sexo um do outro. Will executava um oral na menina deitada na grama e Chinaski penetrava Will com seu sexo curvo à semelhança de uma adaga persa. Era uma penetração selvagem. Os corpos suados buscavam em desespedo o prazer final daquele momento. Os três corpos eram universos que se chocavam naquele momento. Danny, então, gemia de prazer, totalmente submissa. Will e Chinaski invadiam o íntimo da garota sem qualquer cerimônia. Os ceios dela eram duros e redondos. Embora Will escondesse, seus ceios eram lindos como uma maçã dourada no escuro. Sem vergonha, alcoolizados, o tempo, o espaço e as pessoas não cabiam na bolha desse tripé. Ninguém tinha o poder sobre os mesmos. Danny brilhava como uma pintura em néon, diante de Will e Chinaski. A rave criará uma atmosfera de total liberdade, corporal e artísticas,ali em meio a tantas pessoas, os três estavam livres mais escravos de seus próprios desejos,fazendo do sexo uma arte proibida. Danny, sentiu como se fosse uma fonte viva, pela qual Will e Chinaski saciavam uma eterna sede. Seus longos cabelos negros , pareciam esconder um mistério, ali, diante daqueles dois garotos, ela era a Deusa da noite concebida. Ao longe os três tinham um aspecto de espectros, como uma dança das sombras. Will, não era ele, era um animal selvagem, um estranho poder o fez uivar de êxtase. Chinaski tomava consigo a caixa de pandora que depois de aberta,libertou toda libertinagem consigo.

À noite, as luzes das fogueiras e jogo de luzes causavam a sensação de se estar no Woodstook. Os três avistaram ali perto um lago. Chinaski, eufórico, convidou em meio a sorrisos:

- Vamos terminar essa orgia junto aos peixes?

Mal terminar de falar, Will já estava correndo em direção ao lago. Alí gozaram juntos numa comunhão da mais pura luxúria. Exaustos, foram fumar uma erva e, logo depois, correram para multidão. Will caiu sozinho ao chão. Quando deu por si, já era outro dia. Não lembrava do que acontecera, de como chegara em casa. No seu quarto, estava Danny e Chinaski, ambos nu, dormindo no chão, em meio a garrafas de bebidas vazias e bitucas de cigarros.

Uma ressaca infernal fez parecer querer detonar sua cabeca de dor. Ligou o celular: várias mensagena não lidas; eram todas de Oscar. Era maravilhoso falar com Oscar e ter um namorado novinho e tão bonito virtualmente, pensava Will. Para ele, Oscar era uma boa diversão: amava seduzí-lo e moldá-lo a sua maneira. O garoto sempre cedia, era seu brinquedo, porém Will fazia isso por inveja. No fundo, só queria ter aquela beleza e ingenuidade. Will sabia que aquele garoto era especial de alguma forma.

"Mô, meus dados móveis acabaram bem na hora da ligação, mas já coloquei crédito. Fica chateado não, mozão."
Will visualizou a metade da mensagem, porém não respondeu. Passou a vista em seu quarto: estava um lixo assim como ele. Exaurido, colocou o celular para carregar e voltou a dormir.