Trip

11 1 0
                                    

A semana passou rápido, sem muitos acontecimentos interessantes. Não vi Brad nem Blake entre esses dias. Precisei conversar com Serena sobre folgar na sexta-feira para viajar com Brad. No começo ela ficou com o pé atrás porque eu já havia faltado ao trabalho na segunda, mas quando comentei sobre o casamento que havia sido convidada pela família dele, ela concordou. Me falando mais algumas vezes que eu deveria dar uma chance para ele, que ele era um bom rapaz, que nitidamente gostava muito de mim, como se já não me dissesse isso todos os dias cada vez que o nome dele surgia na conversa.

Combinamos que ele passaria me buscar em casa após o café da manhã, a cidade dele não ficava muito longe, levaríamos no máximo duas horas e meia, se todas as condições estiverem a nosso favor, como clima, trânsito, sem surpresas como pneu furado e coisas do gênero.

Chegamos para almoçar com os pais dele, Anne e Derek, pessoas muito amáveis e receptivas.

— Ahh, como é bom ter vocês aqui de novo! — Anne disse abraçando Brad apertando enquanto eu cumprimentava Derek. — Bia, querida! Você precisa vir mais vezes. — Ela sorriu largo enquanto me abraçava.

— Eu adoraria vir mais vezes, com certeza. Mas dependo da agenda do Brad e da minha. — Sorri para eles, olhando para Brad que estavam ao meu lado.

— Acho que podemos mexer nas duas e vir mais vezes, só precisamos conversar sobre. — Ele sorriu para mim e concordei com a cabeça enquanto os pais dele nos observavam, os olhos dele sempre brilhavam quando nos viam. Anne me disse uma vez que eles ficavam felizes que Brad tivesse uma amiga como eu, mas que adorariam nos ver juntos, como um casal. Minhas bochechas ficaram vermelhas, assim como as dele, enquanto ela ria baixo. Isso faz algum tempo. Mas até hoje ela acredita que nos envolvemos e escondemos dela.

— Vamos entrar! — Derek disse, me ajudando com a minha mala enquanto Brad trazia a dele. — Vamos levar até o quarto de vocês.

— Ah, eu esqueci de citar uma coisa. — Ela disse enquanto subíamos a escada em direção aos quartos. — Aconteceu um pequeno problema com o quarto de hóspedes então vocês vão ficar no quarto do Brad juntos, tudo bem? — Ela sorriu largo, parecia feliz com aquela situação. Eu concordei com a cabeça, afinal, não é como se já não tivéssemos dormido juntos. Dormir no sentido literal.

— Que problema? — Brad questionou  com a sobrancelha arqueada enquanto deixava a mala no canto do quarto.

— Um problema, Bradley. — Ela olhou para ele enquanto sorria. — Vamos almoçar?

Eu e Brad nos olhamos sem entender e concordamos com ela, seguindo o casal para a cozinha. Aquela história do problema do quarto era estranha, mas eu não me importava em dividir quarto com ele e acho que nem ele. Pelo menos dormiríamos em uma cama e não em um sofá como no meu apartamento.

O almoço foi tranquilo, divertido. Os pais do Brad eram muito tranquilos e divertidos. E claro que o fato do seu único filho estar em casa deixava tudo melhor para eles. Momentos como esse apertavam meu coração, sentia falta da minha família, desse convívio, das refeições juntos, até dos puxões de orelha.

— Bia, o que acha? — Brad me questionou enquanto os três sorriam para mim.

— Me desculpem, acabei me distraindo enquanto pensava na minha família. — Sorri amarelo para eles.

— Oh, querida...— Anne segurou minha mão, fazendo um breve carinho.

— Meus pais querem que você passe o Natal com a gente. O que acha? — Brad sorriu para mim, segurando minha mão. — Eu sei que não vai conseguir visitar sua família então talvez seja uma boa ideia.

— Eu adoraria. — Sorri largo para eles, recebendo sorrisos animados enquanto Brad apertava suavemente minha mão.

— Será maravilhoso tê-la conosco mais uma vez. — Derek sorriu gentil e eu em senti acolhida mais uma vez.

Brad não soltou a minha mão o restante do almoço, algumas vezes ele acariciava com o polegar. De nós dois, ele com certeza era de longe o mais carinhoso. 

Desde que nos conhecemos ele sempre foi aquela pessoa que chega sem motivo pra mimar, que gosta de ficar fazendo carinho, de ficar abraçado e dando beijos. É isso que ele faz quando gosta de alguém que seja próximo, como eu e os meninos da banda. Algumas pessoas acham estanho como eles fazem carinho um no outro, beijam o rosto e dizem que amam, mas eu acho lindo. Os quatro são os garotos mais gentis que já conheci na vida e, com certeza, quem namorar um deles será uma garota muito sortuda.

Durante a tarde, saímos com seus pais, eles queriam me mostrar alguns lugares da cidade que eu ainda não conhecia. De noite, após o jantar, tomei banho e vesti meu pijama, me sentando na beirada da janela do quarto com os pés no telhado enquanto Brad tomava banho. Como de costume, fiquei observando o céu, mas logo senti braços ao redor do meu corpo, seguido por um beijo no ombro.

— Tudo bem? — Ele perguntou, abraçado a mim enquanto me olhava, sorri para ele.

— Tudo ótimo. Só a velha mania de observar o céu.

— Algumas coisas nunca mudam... — Ele riu baixo, me fazendo sentar no telhado e se sentou atrás de mim, me abraçando. Confesso que meu coração acelerou, ele nunca tinha ficado assim comigo, era uma novidade, mas era boa. Estar nos seus braços fazia eu me sentir segura, em casa, como se nada de ruim pudesse acontecer enquanto eu estivesse ali.

— Obrigado por aceitar vir comigo.

— Estou feliz de estar aqui. — Dei um beijo no braço dele, acariciando suavemente com as pontas dos dedos. Ele encostou a cabeça na minha, me acariciando enquanto sorria. Ficamos em silêncio um tempo, apenas curtindo o momento e apreciando a companhia enquanto olhávamos as estrelas. Momentos de calmaria como esse eram raros, ainda mais estarmos sozinhos dessa forma, grudados e sem trocar muitas palavras. Realmente um momento a ser aproveitado e guardado na memória com carinho.

WILD HEARTOnde histórias criam vida. Descubra agora