Is this still love?

7 1 0
                                    

Flashback

Depois da conversa com Brad voltei para casa e encontrei a minha cama vazia, o que era muito estranho já que Blake iria dormir ali naquela noite e tínhamos confirmado isso antes de ele ir embora da festa. Peguei meu celular então e liguei para ele.

— Blake? Pensei que estaria na minha casa quando eu chegasse. — Disse com certo desapontamento na minha voz.

— Você já está em casa? Pensei que fosse demorar mais. Ou até dormir lá... — Ele comentou.

— Eu te disse que não demoraria e que voltaria para casa pra ficar com você...

— Bom, de qualquer forma, agora já estamos em casa diferentes.

— Você não quer vir pra cá? Eu posso ir até aí também, não tem problema. — Eu sorri enquanto falava com ele. Estava cansada, mas não o suficiente para me impedir de ir até ele.

— Não, fica tranquila. Conversamos amanhã, já é tarde. Boa noite.

— Boa noite... — Suspeitei baixo ao ouvi-lo. — Eu te amo.

— Também te amo. — Logo em seguida ele desligou e eu suspirei baixo novamente.

Era muito estranho não ter ele por perto. Mas imagino que ele esteja cansado então tudo bem, não tenho com o que me preocupar, certo?

Após tirar a maquiagem e vestir meu pijama, deitei na minha cama sozinha, olhando o espaço vazio ao meu lado que fazia a cama ficar fria. Fechei os olhos e tentei dormir, ansiosa para vê-lo novamente amanhã. Mas isso não aconteceu.

Fim do flashback

— Como estão as coisas com o Blake? — Brenda me questionou antes de beber um pouco do seu café.

— Pra ser sincera, eu não sei. Ele tem agido meio estranho desde que fiz as pazes com o Brad. — Cocei minha cabeça enquanto fazia uma leve careta.

— Tem passado tempo demais com o Brad? — Ela arqueou a sobrancelha pra mim e eu revirei os olhos.

— Não! Fizemos as pazes, mas as coisas não voltam 100% ao normal da noite para o dia. Eu não o vejo. E quando vejo é sempre com os outros garotos junto. Ainda assim Blake está estanho comigo, parece que está me evitando, eu não sei. — Suspirei baixo, essa situação instável com Blake estava me incomodando há algum tempo e sempre que o questiono sobre ele só diz que está ocupado.

Ela respirou fundo e balançou a cabeça.

— Ele deve estar inseguro com a ideia de você e Brad voltarem a serem amigos, mas isso não dá o direito dele agir assim com você. Se ele continuar a te afastar, pior vai ficar.

— Eu imagino a insegurança dele por conta de todo o histórico disso, mas, se ele está comigo, precisa confiar em mim.

— Sim, eu concordo com você. Acho que você precisa colocar ele contra a parede. — Franzi o cenho. — Não no sentido literal. — Ela revirou os olhos. — Talvez depois. — Ela sorriu maliciosa, me tirando um riso. — Precisa dizer tudo isso pra ele e como se sente quando ele te afasta.

— Você tem razão. Ele disse que iria pra minha casa hoje. Isso se ele não cancelar como das últimas vezes, claro. Mas, se ele realmente for eu farei isso.

Continuamos com nosso café e conversas banais até o final da tarde, então fui para casa esperar que meu namorado aparecesse. E dessa vez ele realmente foi.

— Ei amor! — Sorri ao vê-lo e selei seus lábios rapidamente. Já fazia algum tempo que não o via e realmente senti sua falta.

— Ei... — Ele disse e sorriu fraco para mim, me fazendo franzir o cenho. Sem nem mesmo eu perguntar, ele respondeu. — Estou cansado, só isso.

— Tem certeza? — Ele assentiu e caminhou em direção ao sofá. — Então você anda bem cansado ultimamente, não acha? — Comentei e caminhei em sua direção, me sentando em seu colo enquanto envolvia os braços ao redor de seu pescoço. — Sabe que pode falar sobre qualquer coisa comigo, não sabe? Afinal, eu sou a sua namorada.

— Tem certeza que é?

— Que tipo de pergunta é essa? — Eu franzi o cenho enquanto o encarava. — Bom, até onde eu me lembro, você me pediu em namoro em frente a muitos fãs e eu aceitei, desde então estamos oficialmente juntos. Estou errada? — Ele desviou o olhar para o vidro da minha sacada. —Blake... O que tem de errado? Nós estávamos tão felizes e...

— É, nós estávamos. — Ele reforçou.

— O que aconteceu? — Ele se manteve em silêncio e balançou a cabeça negativamente. — Em que momento a gente se perdeu?

— Acho que estamos perdidos desde o início e não percebemos. — Ele olhou fixamente para mim e eu encarei aqueles doces olhos castanhos, que não pareciam tão doces no momento, tentando desvendar algo neles, mas não consegui, pareciam firmes demais.

— Do que você está falando? — Eu estava confusa. Nós estávamos indo bem, mesmo com toda essa confusão. Pensei que estávamos felizes juntos. Eu estava feliz. — Você pegou meu coração e de a ele um lar. Um lar que ainda estamos construindo. Juntos.

— Ainda é amor que nos mantém juntos? — Ele suspirou baixo enquanto me olhava. — Ainda somos nós quando você pensa em para sempre?

— Blake...

— Porque se não é amor, então eu tenho que saber o que é.

— Blake, eu te amo. Nenhuma das vezes que eu disse isso foi mentira, porque eu nunca diria algo tão forte em vão.

— Mas tem o Brad. — Ele disse e eu suspirei baixo, passando a mão pelo meu rosto.

— Nós voltamos a ser amigos e as coisas continuarão assim. Qual seu ponto? Por que trazer ele pra uma conversa sobre nós?

— Porque tem uma parte sua que sempre vai querer ele. — Ele olhou para mim. — Eu não estou dizendo que você não me ama, mas que ele ainda está no meio disso.

— Não é uma situação fácil, eu sei, mas a minha escolha foi te dar 100% de mim e ser feliz com você. Eu não mudei isso em momento algum. — Eu suspirei baixo enquanto olhava em seus olhos, deslizei meus dedos suavemente pelos fios macios de seu cabelo e ele fechou os olhos, como se lutasse contra algo. — Você conhece meu coração e minha alma. Você me ajuda a acreditar e me dá esperança de que o amor é sempre o caminho certo. — Ele abriu os olhos e desviou o olhar. — Você está se sentindo da mesma maneira que eu?

— Eu não sei.

— O que você não sabe?

— Se você e eu poderíamos aprender a amar de novo. — Ele disse firme e voltou a me olhar, me fazendo engolir seco, sentindo um gelo se instalar na minha coluna.

— O que isso significa? — Perguntei com a voz trêmula, com medo do que vinha a seguir.

— Eu acho que me precipitei te pedindo em namoro e...

— Não... Não diz isso. — Meu coração batia forte e minha respiração se tornou acelerada, eu sabia o que vinha a seguir, mas eu não queria.

— E eu acho que a gente tem que parar por aqui. — Essa era a segunda vez em poucos meses que eu sentia o chão desmoronar abaixo dos meus pés. Parece que é difícil demais manter minha vida de forma estável por mais tempo que isso. Talvez eu seja amaldiçoada. Ou esteja apenas pagando o preço de viver um triângulo amoroso. Mais uma vez, acho que preciso me acostumar com o outro lado da cama ficando gelado, assim como Londres nesse momento.

WILD HEARTOnde histórias criam vida. Descubra agora