Cold water

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Estar desempregada era como estar de férias, só que de um jeito ruim. Você não tem muito dinheiro, não tem o que fazer e seus amigos estão todos ocupados trabalhando.

Tecnicamente eu não estou desempregada, mas é assim que vou me sentir até a turnê começar.

Eu ficava basicamente o dia inteiro na casa dos meninos, grudada em quem estivesse livre. Ficava vendo filmes, jogando vídeo game ou a toa na companhia de um deles, todas as atividades envolviam comida, é claro.

— Trist, quando você vai cansar de apanhar no Mortal Kombat? — Olhei para ele, rindo enquanto meu Scorpion dava mais um fatality no seu Sub-Zero. Tristan afundou no sofá, bufando.

— É injusto! Você sempre pega o Scorpion.

— Aposto que consigo vencer você com outro personagem.

— Talvez mais tarde. Agora eu vou descansar essas belas mãos. — Ele passou a mão na frente do meu rosto e saiu, me fazendo rir. Ele era uma peça rara. Sempre bom estar perto dele, era alguém que te fazia rir com facilidade.

Desliguei o vídeo game e fui andar pela casa, ver quem estava livre agora. Era péssimo fazer isso, mas era a realidade. Connor estava dormindo, James mexendo em sua guitarra e ele odiava ser interrompido nesse momento. Então decidi procurar por Brad novamente. A última vez que chequei ele estava ocupado com algo da gravadora. A porta do seu quarto estava entreaberta e pude ouvi-lo cantar baixo alguma música enquanto dedilhava algumas notas no violão, decidindo entrar em silêncio.

Me aproximei da cama, abraçando ele por trás, depositando um beijo no seu pescoço, sentindo a pele dele se arrepiar contra os meus lábios, o que me fez sorrir.

— Ei...

— Ei! — Ele sorriu pra mim, soltando o violão para acariciar meus braços que estavam ao seu redor, dando um beijo nele. — Me desculpe por quase não ter ficado com você hoje. Tinha muita coisa acontecendo na gravadora.

— Vantagens de estar desempregada. — Brinquei com ele e ri, me deitando na cama. Ele sabia que eu não estava gostando daquela situação de ficar sem trabalhar.

— Você não está desempregada. — Ele riu enquanto me olhava. — E tem sido legal ter você aqui. Vai ser ainda melhor na turnê.

— Espero poder ter mais tempo com você, apesar de saber que essa época pré turnê é sempre conturbada. — Disse acariciando o braço dele, Brad sorriu amarelo.

— Eu também. Mesmo. — Ele suspirou. — Você pode dormir aqui e talvez possamos assistir um filme mais tarde. — Ele se curvou e me deu um selinho, resmungando baixo quando ouviu o celular tocar. — Me desculpa, preciso atender. — Assim que terminou de falar, atendeu o telefone e eu me levantei da cama, dei um beijo no rosto dele, acenando para ele enquanto saía do quarto. Era melhor ir pra casa e deixá-lo trabalhar em paz.

No caminho para casa, recebi uma ligação de Blake.

— Ei! O que vai fazer hoje?

— Aparentemente ficar no meu sofá, comendo e vendo Netflix. — Ri baixo.

— Por que não vem pra cá então?

— Estou indo. — Pedi para que o taxista mudasse a rota, seguindo para a casa dos meninos da New Hope Club. Não ficava muito longe então o motorista não precisou desviar tanto do caminho.

Quando cheguei a casa deles, estavam comendo pizza e bebendo então me juntei a eles. Conversamos sobre situações engraçadas que já havíamos vivido e eu nunca parei pra pensar quantas eu tinha para contar. Reece e eu chorávamos de rir. Eu não sei exatamente o porquê mas meus olhos sempre lacrimejam facilmente quando começo a rir e, aparentemente, Reece passa pelo mesmo.

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