15
O grupo estava grande agora. Ainda não tinha decidido se isso era uma coisa boa ou ruim. Trazia uma sensação de segurança maior e estávamos forte o suficiente para continuarmos, mesmo com tudo que houve. Achamos um rio com água limpa o suficiente para beber e isso pareceu reaver as energias de todos.
Encontrávamos poucos caminhantes, então a viagem parecia tranquila, mesmo com o fato de não estarmos indo para um destino específico. Éramos somente andarilhos, procurando comida, tentando sobreviver mais um dia. Isso me fazia questionar a diferença entre nós e a mulher morta que se arrastava a pouco metros de nós, a qual Michonne matou segundos depois com a base de um rifle antigo.
Decidimos que continuariam os seguindo os trilhos, só que dessa vez para a outra direção. Rick tinha me dado uma arma, então conseguia me sentir mais segura.
Estavamos caminhando quando Rick viu uma placa do Terminus e parou. Em vez de estar escrito 'Santuário para todos', agora todos poderiam saber o que realmente era. 'Não é um Santuário'. Aquele lugar queimava junto com suas mentiras.
(...)
De vez em quando paravamos para comer e dar água para Judith. Sempre ajudava Carl a alimentá - la e acho que eles me animavam também. Mesmo com Carl se mantendo distante de mim e não mantendo um assunto concreto com ninguém.
Páravamos e fáziamos uma fogueira á noite, não podiamos continuar andando sem arriscar ser pegos pelos mortos. E precisavamos descansar. Mas eu nunca conseguia, eu não conseguia dormir bem há muito tempo, então dormia com um sono leve durante pouco tempo e tomava os tempos de vigia mais longos. Sabia o que encontraria quando fechasse os olhos e não deixaria que isso tomasse minha mente por mais de uma ou duas horas por noite.
Em uma manhã, tinha notado o desaparecimento de Daryl, mas ninguém comentou nada então fiz o mesmo. Ele provavelmente tinha ido caçar ou ficar um pouco sozinho.
Quando voltava da floresta, onde tinha ido para mijar um pouco, ouvi vozes e preparei minha arma rapidamente.
- O que tá acontecendo com você ? - relaxei ao ouvir Carol e avistar Daryl ao seu lado, sentados em um manto de folhas secas. Relaxei e comecei a me afastar.
- Eu não sei, não consigo lidar com isso agora. Não consigo nem olhar pra ela direito sem me lembrar. Parece que estou revivendo tudo.
Me perguntei quem era ela e porque despertava esse sentimento tão estranho em uma pessoa tão fechada como Daryl. Parecia que era algo que tinha acontecido há muito tempo e nunca tinha sido resolvido. Ignorei a conversa que não deveria estar ouvindo e voltei para o grupo, com a intenção de esquecer as palavras de Daryl que insistiam em permanecer em eco no meu cérebro.
Ouvimos um barulho e automaticamente apontei minha arma. Daryl apareceu andando com sua besta presa nas costas e uma corda cheia de esquilos mortos que me deram água na boca. Só nesse mundo para algo assim me deixar salivando.
- Eu me rendo. - disse ele. Abaixei a arma e levei - a ao coldre.
Meu cabelo grudava na minha cara por causa do suor toda hora e sempre que fazia um coque ele se desfazia como num passe de mágica. Na próxima vez que vir uma tesoura, vou cortar essa merda. Dessa vez é sério.
- Quando eu achar uma tesoura, vou cortar essa merda. - murmurei, refazendo o coque pela nonagésima vez. Percebi Carl me encarando com uma expressão que não consegui identificar. - Corto o seu também, cowboy.
- Fique longe do meu cabelo. - falou ele de modo sério, ajeitando o chapéu na cabeça. Ele não parecia tão bravo quanto antes e talvez sua teimosia tivesse sido deixada de lado por um tempo.
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The Apocalypse
ActionAs citações sempre fizeram parte de sua vida e, quando a praga foi espalhada, ela recebeu um novo mantra : simplesmente sobreviva de alguma forma. Com o romper de uma nova realidade, ela confiava nessa frase como um amigo e ela cobria - a como um c...