CAPÍTULO 23-ÉRICK CONVERSA COM DAVI

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"Se não cuidar de seu corpo...onde sua alma irá morar?" (Autor desconhecido)


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Davi não daria ao pintor o gostinho de perceber que ele o estava obedecendo e, por isso, entrou no banheiro e abriu a água. Enquanto ela escorria ralo abaixo, pegou o membro e começou a trabalhar com urgência...não poderia demorar mais do que o normal, ou Érick perceberia que ele estava se masturbando!

A cabeça estava a mil! Sentia saudades da sua adolescência...ou bem antes, dez, nove anos...a descoberta do pênis...a certeza deliciosa e assustadora de que ele estava vivo e que era delicioso fazer com que ele dobrasse de volume...duro feito uma rocha, pulsasse, fizesse sua mente entrar em combustão, junto com o corpo trêmulo, coração saindo pela boca, ofegante...até que o clímax, aquele êxtase liberando porra pra tudo quanto é lado...e aí aquela bambeza gostosa de desejo realizado, tensão liberada, corpo satisfeito por ter sido atendido em sua necessidade sexual!

Riu quando lembrou-se da mãe vir reclamar que tinha porra pra todo lado, no box, na toalha, nos lençóis...era a época da fartura e, provavelmente Iolanda tivesse incumbido Nicolau de conversar com ele sobre aquilo. O outro veio com aquele papinho de que não era pra se exceder...duas, três vezes por dia e já era o suficiente...ou perderia a graça rapidamente.

Na época, ele achara ridículo...não falou, mas imaginou que talvez fosse porque o irmão já estava velho...quinze anos a mais do que ele...nenhuma namorada...talvez tivesse secado a fonte justamente porque ele não se masturbava, imaginou na época.  Mas agora...e se Nicolau estivesse realmente certo? E se ele tivesse se excedido e agora tivesse perdido toda a sua porra...todas as suas ereções...toda a sua potência...Um homem tinha direito a  quantas ereções e ejaculações durante a vida? Qual era a cota de cada um? Alguém já tinha morrido por se masturbar demais? E se masturbar de menos...poderia enlouquecer um homem?

Davi sacudiu a cabeça se sentindo um idiota por estar com a cabeça naquilo, enquanto não conseguia gozar na própria mão.

Talvez a mente precisasse aceitar o rosto certo...o corpo certo para se inspirar...mas ele não se deixaria vencer por algo que ainda não sabia identificar.

_Vamos, garoto...vamos camaradinha...não vá me deixar na mão..._sussurrou protegido pelo som da água.

A masturbação é um ato solitário e deprimente, concluiu ainda tentando se aliviar e calculando se o tempo que estava ali, adicionado ao tempo que levaria pra tomar um banho rápido seria suspeito para o viúvo de seu irmão.

Finalmente conseguiu ejacular, mas sabia que não fora lá estas coisas...nada de corpo relaxado, bambeza gostosa, "satisfação garantida, ou o seu dinheiro de volta", como diziam as prostitutas que às vezes procurava.

Estava  se sentindo um lixo por ter dado a Érick aquela sensação de vitória ao derrubá-lo no chão...assim como para Carla que rira da sua brochada. Talvez aquele fosse o seu dia de inferno astral, quando  todos os seus inimigos teriam sua chance de obter vingança sobre ele.

A chuva ainda caía forte lá fora e ele ouviu um cão uivar, seguido dos outros, quando um trovão sacudiu toda a casa.

_Puta merda, só falta a energia ir embora, porque a internet já está uma bosta!_desabafou no meio do quarto, enquanto procurava algo pra vestir.

Lera as mensagens de Arlete e Iolanda mais cedo. Ver o quanto elas estavam gostando do passeio, felizes, deveria deixá-lo satisfeito, mas não...ele se reconhecia egoísta, queria que elas estivessem ali com ele...um colo onde colocasse a cabeça...uma bacia de água morna com sal e vinagre de maçã (realmente seria aquela a receita milagrosa de Arlete?) para aliviar a mão que ainda estava dolorida.

MATÉRIA BRUTA- Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora