"Não conte com o ovo no cu da galinha!" (sabedoria popular)
Davi chegou no bar de sempre, para encontrar os amigos de sempre e para tomar a bebida de sempre. Aquilo já se tornara uma rotina nos últimos dez dias após a morte do irmão mais velho.
_Olha ele aí vindo bater o cartão de ponto!_comemorou um de seus amigos visivelmente bêbado.
_Achei que iria deixar os amigos na mão, Davizito! Errou a hora porque estava atolado no rabo de alguma puta?_gritou outro de forma enrolada.
Caíram na gargalhada já totalmente alterados pelo álcool.
_Respeitem um homem que bebe pela morte do irmão, cambada!_exigiu já se apossando de um copo cheio abandonado num dos cantos da mesa. Avaliou que fosse pinga, pois subiu à cabeça instantaneamente.
_O respeito vem junto com uma rodada para todo mundo?_incentivou um terceiro.
O bar estava quase cheio, mas ele sabia que o outro se referia àquela mesa com os sete amigos mais chegados.
Davi riu de lado, virando dois copos de cerveja antes de responder.
_Seus filhos da mãe...vão secar a fonte detonando o meu patrimônio só pra encherem a cara!_disse já jogando um bolo de cédulas sobre a mesa de maneira arrogante.
_E olha que ele está cheio da grana, gente!_comemoraram.
_E vou estar sempre cheio, porque eu não vou seguir o exemplo do Nicolau, podem acreditar! Eu estou aqui, firme e forte...bem vivo, enquanto ele, onde está? Comendo capim pela raiz, uma hora dessas! Todo certinho, nunca bebeu, nunca fumou...
_Nunca trepou..._uma voz anônima gritou ao fundo, fazendo todo mundo rir.
_Ôpa, que eu não vou deixar que falem mal do mano velho que está financiando as nossas rodadas!_protestou virando um pouco da cerveja no chão, como a dividir com o falecido.
A garçonete veio com mais cervejas. Ele percebeu que era Carla e que ela parecia ainda não tê-lo perdoado pela última noite juntos, há alguns dias.
Os homens contiveram uma risada ao ver o rosto da garota que parecia mais inclinada a quebrar uma das garrafas na cabeça do homem que bancava aquela rodada.
_Acho que esta daí não deita com você mais, Davi!_provocaram.
_Não se eu puder evitar, porque me esfolou o pau e ainda queria mais!
Os homens vaiaram, sem se preocupar se a garota estava vermelha de vergonha!
_Pior pra ela, porque o que não vai me faltar agora é mulher pra encher minha cama! Acho que vou fazer a minha parte e a parte do meu falecido irmão._soltou o agricultor.
A gargalhada corria solta, enquanto ele tentava afogar a dor da perda, mais ainda a mágoa por sentir-se enganado por Nicolau.
Sentia-se traído, pois sempre amara o irmão. Sempre acreditara que ele também o amasse.
O anúncio de que ele deixara um testamento que deveria ser lido nos próximos dias, e que para fazer isso deveriam esperar a chegada de um suposto amigo do falecido, o decepcionara!
Davi achava que seria o único herdeiro, quando muito, o mais contemplado, deixando alguma lembrancinha para a sua mãe, irmã e, claro, a governanta que trabalhava há décadas com eles. Mas agora descobrir que um italiano de quem ele nunca soubera da existência também fora convocado para estar presente à leitura do testamento, realmente o irritara profundamente!
VOCÊ ESTÁ LENDO
MATÉRIA BRUTA- Armando Scoth Lee-romance gay
Storie d'amoreIMPRÓPRIO PARA MENORES DE 21 ANOS: contém sexo explícito e linguagem chula! Um agricultor tem um estranho sonho no Brasil: num ritual erótico, um homem misterioso cobre o corpo do agricultor com tinta azul! Enquanto isso, um artista italiano re...