CAPÍTULO 29-CIÚMES!

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(*NOTA DO AUTOR: Queridos leitores, diante de tantas manifestações de repulsa em cenas detalhadas de violência em alguns outros livros que escrevi, decidi conscientemente omitir os detalhes da briga  no pasto, ok?! Confesso também que me causa repulsa e é desnecessário neste momento ficar descrevendo  golpes de murros...chutes...cabeçadas, etc. Espero não decepcioná-los. Grande abraço! BOA LEITURA!)


"O que os olhos não veem o coração não sente." (Título da música de Jorge e Mateus)

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Os dois vaqueiros reconheceram  que a luta não teve vencedores e nem vencidos.

Logo de início, o agricultor que já fora premiado  como o maior plantador de hortaliças dos últimos anos na região conseguiu derrubar um dos adversários  e desarmar o outro. 

Reconheceram que Davi batia bem e que apanhava com dignidade, sem jogar baixo!

Por diversas vezes ele teve a chance de lançar mão do porrete que um dos homens trazia, mas não...ele preferia socar de mãos limpas! Poderia ter lançado mão das pedras que ali se espalhavam para obter a vantagem de estar armado, mas não...ele preferia usar a própria cabeça para acertar o nariz de um...o pé para acertar as costelas de outro.

Os dois agressores admitiram que  se cada um tinha que brigar apenas com um adversário..Davi tinha que trabalhar dobrado!

Finalmente o imobilizaram preso ao chão! Os três estavam  ofegantes!

_Você está possuído por uma legião de demônios, cara?_perguntou um ainda ofegante cuspindo sangue devido aos lábios machucados.

_Ou então está querendo é morrer...só pode ser isso!_completou o outro.

Davi deu uma reviravolta e conseguiu se soltar. Levantou cambaleante, punhos erguidos, rosto sujo de sangue, olhos já começando a inchar, lábio ferido...chamando os adversários para a revanche!

Parecia um suicida insano! Ainda pensava em Érick...no corpo de Érick...no pau de Érick...nas bolas de Érick...precisava apanhar mais...apagar aquela imagem de sua cabeça...e percebeu que durante a luta...as imagens haviam desaparecido! Precisava continuar batendo e apanhando, concluiu o filho de Arlete e Nicolau!

Os rapazes sentaram no chão exaustos sem acreditar no que viam: ele queria voltar a brigar? 

_Já chega, seu louco! A gente já viu que você não é veado, pronto! Sabe lutar feito um macho...

_Sabe apanhar feito um homem de verdade! Não precisa provar mais nada pra gente, satisfeito? _completou o outro.

_Eu... só... vou... parar... quando... morrer..._gaguejou Davi ainda cambaleante.

Os dois riram de maneira sem acreditar.

_Chiii...o cara pirou de vez!

_Pois que vai morrer em outro lugar, porque a gente já tem passagem pela polícia e não vai querer problemas com a justiça, seu pirado!

_É isso aí! Já mostrou que é macho...que sabe brigar e sei que vai pensar duas vezes antes de invadir as nossas terras de novo! A gente é pobre,  mas tem dignidade! Tá na cara que você está é surtando...seria até covardia se aproveitar disso. Some daqui, anda!_ordenou um dos rapazes.

Davi percebeu que a luta tinha acabado e tentou  sair dali de cabeça erguida.

Reconheceu que os dois rapazes realmente tinham dignidade: seria fácil acabar com ele e jogá-lo para apodrecer em alguma vala no meio do mato. Ou mesmo jogá-lo dentro do carro e colocar fogo no veículo bem longe dali. Nunca seriam acusados, afinal, só os três estavam ali.

MATÉRIA BRUTA- Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora