Capítulo 11 - O Passado (parte um)

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Klaus

Budapeste, Hungria - 1896

A música soava pelo local como sinal de alegria e festa, com certeza mais um baile dos Mikaelson's em que eu teria que me vestir adequadamente e dançar com algumas damas que pretendem aplicar o golpe do baú e viver as minhas custas.

Ouvi alguém bater na porta.

- Pode entrar - falei desanimado.

- Olá meu filho, você está esplendoroso - disse minha mãe com um sorriso no rosto - Com certeza a filha da Lady Krutze vai ficar aos seus pés.

Ela me abraçou por trás e eu me desvencilhei do seu abraço.

- Eu não tenho interesse algum, naquela garota, não temos nada em comum - retruquei.

- Klaus Joseph Mikaelson, não interessa, felicidade não é o mais importante em relacionamentos - Esther disse irritada - A família dela é influente e tem poder por toda a Europa e nós como vampiros originais precisamos deles para criar nosso clã em segredo.

- Dominar o mundo é tão fácil... - sugeri - Podíamos hipnotizar todos e dizer que somos a raça superior.

- Isso soa cruel até para você, não somos os vilões, querido - ela disse acariciando meu cabelo - Agora se apresse que a Srta. Krutze e muitas outras garotas te esperam.

Quando estava saindo do quarto esbarrei com Kol.

- Olha por onde anda irmão - ele disse alterado, estava bêbado - Eu e minha presa estamos com pressa.

A garota sorriu, mal sabia ela que realmente seria uma presa.

Segui e parei sobre o alto da escada, observei a festa a procura de algo realmente interessante e não vi nada que chamasse minha atenção.

- Olá irmão, parece que a festa não está do seu gosto - ouvi Finn sussurrar no ouvido - Imaginei que estaria como Kol, deitando-se com mulheres da vida.

- Imaginei que você não julgaria as pessoas com quem se deitam, irmão - sussurrei de volta.

- Claro que não, preciso de sua ajuda com alguém - ele engoliu a saliva, sedento.

- Você, o irmão mais velho, precisando de ajuda? - perguntei sarcástico - Quem é a dama?

- É... é ele... - Finn respondeu nervoso.

Me virei e o encarei surpreso, nunca imaginaria que meu irmão se sentia atraído por homens e não me sinto capaz de julgá-lo, mas não sei se o mundo entenderia da mesma forma que eu. Sorri o abracei, precisava passar o sentimento de confiança.

- Quem é ele? - perguntei ainda sorrindo e me desfazendo do abraço.

Finn procurou na multidão e sorriu ao encontrar.

- Ali... - apontou - Mycheslaw Humbret.

Assim que o vi, sorri, no meio da multidão estava ele sentado e parecia entediado em uma festança daquelas; ele obviamente era inferior às pessoas que estavam ali, mas me arriscava em dizer que vale muito mais a pena que qualquer Lady naquele salão.

- Quer que eu faça o quê? - perguntei.

- Peça para ele me encontrar na estufa - Finn pediu - Eu sempre peço para que nos encontrarmos lá, então ele sabe onde é.

- Muito bem!- falei descendo a escadaria.

- Obrigado irmão - ouvi Finn agradecer.

Presente

- Não sei - respondi.

- Isso é... Isso é... essa foto é muito antiga - Damon disse sério - Quer dizer, não pode ser o Stiles, não é?

- Ou o Stiles não é o Stiles... - sugeriu.

- Faça sentido Klaus, por favor - Damon ainda estava sério.

- Por que está tão preocupado com se é ou não - perguntei desconfiado - Que eu saiba, desligar a humanidade inclui preocupação.

- Eu chamo de querer saber no que estou me metendo - ela anda até a porta - Eu desliguei minha humanidade, mas não sou idiota.

Damon sai da cabana.

Passado

Me aproximei e sentei de frente a ele, joguei o meu sorriso e quando estava prestes a falar, fui interrompido.

- Eu sei quem tu és - saiu da boca do garoto que ainda observava a dança - Eu conheço um irmão Mikaelson quando eu vejo um.

Seus olhos âmbares me encararam e de repente me senti preso, nos olhos deste.

- Então com certeza deve ser saber o motivo da minha graciosa presença - sorri provocativo.

- Diga para o infame do seu irmão que eu não pretendo encontrá-lo nunca mais - Myscheslaw disse irritado.

Levanto-me e estendo a mão.

- Me acompanhe e me explique a burrice que meu irmão cometeu - pedi.

- Não precisa fingir que se interessa - ele revirou os olhos - Sou apenas o filho do mercador, não é natural um homem se envolver com outro. Ainda mais quando um é da nobreza e outro da classe operária.

- Venha comigo, apenas lhe peço - encarei aqueles olhos.

Ele apenas assentiu e se levantou, me acompanhando. Saímos daquele lugar movimentado, para o exterior do grande casarão, onde estava um pouco frio e começamos andar.

- Acredito que o amor é natural independentemente de suas formas - comecei - Títulos e dinheiro deveria ser o que menos importa, para mim, o amor é única coisa que importa.

- Muito otimista da sua parte, mas amor não paga impostos e não põe comida na mesa - Mycheslaw respondeu impertinente.

Interrompi o caminho parando a sua frente.

- O amor faz com que façamos coisa inimagináveis - disparei - Não concorda?

O rosto d'ele ficou ruborizado como rosas-vermelhas.

- Como vou saber? - perguntou sorrindo - São coisas inimagináveis.

Eu queria beijá-lo, então me aproximei, passei meu nariz por toda sua extensão do pescoço e senti aquele cheiro gostoso de sua colônia. De repente me lembrei que Finn tem esse mesmo cheiro e me afastei, desnorteado.

- Então... - respirei de forma descontrolada - Qual foi mesmo a burrice que o meu irmão cometeu?

Mycheslaw parecia magoado e levemente irritado pelo recente acontecimento.

- Ele foi ao prostíbulo e se atracou com algumas prostitutas - disse sem nenhum interesse.

- Não parece ser um ato que meu irmão faria - comentei.

- Se ao menos outra pessoa tivesse me contado, mas eu vi com meus próprios olhos -Myscheslaw sorriu - Parece ser de sangue, se aproveitar dos meus momentos de fragilidade.

Tentei me aproximar, mas ele me afastou, segurei seus braços e selei nossos lábios. No começo ele recuou, mas gradualmente foi sedendo e a paixão daquele beijo foi se revelando.

Ouvimos o barulho de algo metálico sendo derrubado e nos afastamos, vi Finn nos observar e em seu rosto um olhar de ira.

- Dois traidores! - disse irado.

Finn

Presente

Observei Mycheslaw pela janela, aquele disfarce de garoto inocente com certeza não me convencia.

- Myscheslaw Humbret, você vai me pagar - sorri.

Olhos Azuis - StamonOnde histórias criam vida. Descubra agora