Olhos Azuis - Stamon

Capítulo 17 - O Passado (parte 3 - final)

Klaus

Os dias se passaram e depois daquela garota de nome desconhecido, meu quarto virou um ponto de encontro, eu estava pior que o Kol e estava ciente disso. Mas o que eu poderia fazer, lutar por um amor que não existe?

Ouvi uma batida na porta e pensando ser mais uma rapariga para satisfazer meus desejos sanguíneos e sexuais, pedi para entrar, mas assim que as portas se abriram, vi que se tratava apenas de minha mãe com o seu típico humor de sempre, ou seja, nenhum humor.

- Olá mamãe querida - forcei um sorriso - Em que posso lhe ajudar?

- Oh! Não guardando segredos e fazendo tramoias pelas minhas costas já é um bom começo - o ódio dilacerante na sua voz.

- Você fala sobre eu tentar minha felicidade sem ligar para o que os outros pensam? - me levantei ficando frente a frente - Foi exatamente o que eu fiz.

- Se você tivesse me dito algo eu teria te ajudado, agora não adianta se lamentar - ela se sentou no estofado - Agora eu vou ter que planejar o casamento do seu irmão.

- O quê, como assim?

- Finn pediu o filho do mercador em casamento e o pai do garoto deu sua benção, claro que com muito ouro envolvido - senti seu olhar de piedade.

- Não quero sua pena - falei cheio de ira - Eu não me importo com esse casamento, com o Mycheslaw ou com o amor, amor é para os fracos.

- Não ouse se rebaixar á não sentir nada, eu sou uma mãe e amo todos os meus filhos e nenhum deles vai criar um lado obscuro no peito - Esther segurou meu rosto - Eu não criei monstros, vampiros sim, monstros não.

- Eu pensei que não tinha diferença.

- Você vai se levantar e tornar a sua eternidade nesse mundo um lugar sem ressentimentos, vai lutar pelo que quer - suas ordens eram severas - Não criei filho fraco.

Mais nenhuma palavra foi dita, ela apenas se retirou do meu quarto e lá estava eu seguindo suas ordens. Ela tinha razão, eu teria que lutar até o fim para que eu não me arrependesse depois.

Sai pelos corredores daquele castelo.

- Onde pensa que vai? - ouvi a voz de Elijah.

- Vou lutar pela minha felicidade - encarei ele, meu olhar necessitava de apoio.

Elijah sorriu.

- Que esse Myscheslaw seja capaz de te tornar o homem honroso que eu acredito que seja, meu irmãozinho.

- Eu espero, eu espero - disse enquanto descia as escadas.

No salão de festas, o mesmo onde ocorreu a primeira festa e onde está planejado para ocorrer a cerimônia, eu vejo dezenas de serviçais carregando flores, acentos e outros apetrechos de casamento. Ele estava lá, um pouco perdido á procura de alguém que pudesse livrá-lo de todas aquelas tolices, então decido me aproximar sorrateiramente. Mas meu irmão é mais rápido e abraça o jovem de olhos castanhos por trás.

- Está gostando? - ouço-o perguntar, que idiota, é óbvio que não.

- Suas riquezas me pagaram, nada mais do que isso, eu sou nada menos do que qualquer outro objeto deste castelo  - Mycheslaw se soltou.

- Preferia estar nos braços do meu irmão? - o tom de voz de Finn é irritado.

- Claro que não, não é o meu sonho ser vendido para alguém e muito menos depender de homens - explicou - Você e Klaus erraram em pensar que eu preciso de vocês ou do ouro, eu preciso de amor e só, o restante Deus nos dá.