Olhos Azuis - Stamon

Capítulo 21 - O que realmente é um Stiles?

Stiles

"Dias onde a dor, o caos e o instinto se unem criando uma sombra."

Abri meus olhos com um sentimento sufocante me consumindo e uma frase sendo sussurrada no meu ouvido, eu não estava entendendo, mas eu presumi que não estava no banheiro de Derek quando vi aquele céu escuro se sobrepondo entre as grandes árvores.

- Onde eu estou? - sussurrei a pergunta mais para mim.

A única resposta que obtive foi o meu próprio eco, se propagando até não existir mais.

Eu estava na reserva de Beacon Hills? Eu estava na terra? Isso é real?

Essas e muitas outras perguntas surgiam em meus pensamentos, mas nenhuma delas tinha resposta, afinal, ninguém poderia ler meus pensamentos e não tem ninguém ali para que faça isso.

- Olá Stiles - o vento soprou em meus ouvidos.

- Quem está falando? - perguntei observando cada canto a minha volta.

- Você esconde um segredo, um segredo que até mesmo você desconhece... - a voz soprada pelo vento disse em forma de enigma - eu sou esse segredo.

- Isso não faz o menor sentido! - falei indignado - Se eu escondo algo que eu desconheço como vou encontrá-lo?

- Você já descobriu sua missão aqui.

- Aqui onde?... Onde estamos? - perguntei.

O silêncio do mais puro e sincronizado nada me responderam, me deixando com mais dúvidas.

Sem esperanças de alguma resposta, comecei a andar pela aquela imensa floresta a procura de algo que me indicasse uma saída. E depois de muito tempo, eu encontrei um tronco cortado e um machado preso nele, nada muito especial e que chamasse atenção mas ao mesmo tempo era a única coisa que se diferenciava do restante da floresta.

Me aproximei devagar e posicionei minha mão no cabo de madeira, a única coisa que eu poderia fazer é puxar e com muita força eu comecei, parecia mais como a espada de Arthur e eu não era o Arthur. Senti aos poucos que estava conseguindo remover o objeto do toco de madeira e puxei com toda a minha força, consegui arrancar mas o impulso foi tão grande que caí pra trás e soltei o machado.

Caí no chão e senti minhas costas doloridas, o que estava me assustando era o machado que praticamente voava em minha direção e centímetros de mim, simplesmente desapareceu.

"Seja valente meu filho! Se não souber cortar uma lenha, como será capaz de cuidar do meu comércio?".

Aquilo foi sussurrado e eu senti como uma lembrança, que veio a mente depois de muito tempo esquecida, então já assustado, corri o mais rápido que pude. Senti uma arrepio se instaurar por todo meu corpo e em instantes apareceu uma árvore gigante na minha frente e procurando qualquer coisa que indicasse um caminho ou algo que eu devesse fazer, vi uma única maçã.

Escalei a árvore com cuidado e fui me arrastando pelo galho até chegar no ramo da maçã, a puxei com toda minha força mas isso só fez com que eu me desequilíbrasse e caísse da árvore, uma queda bem dolorida. Foram muitas tentativas para remover a maçã do ramo e nenhuma delas deram certo, era como se a maçã estivesse grudada ali, quase cheguei a desistir, então eu tive uma ideia.

Subi mais uma vez naquela árvore, parei em frente a aquela maçã e em uma movimento simples, a posicionei em minha mão e mordi. Foi como se eu mordesse prazer e novamente tudo desapareceu e eu estava no chão.

E mais sussurros e sensação de lembrança...

"Um homem puxou da macieira uma maçã vermelha e entregou para um adolescente mal humorado:

- Tome, está tão rubia quanto tuas bochechas fiú.

- Apu, sabe que não gosto quando cita minhas características - o adolescente disfarçou um sorriso e pegou a maçã.".

- Apu? - eu sussurrei a palavra, achando ela tão familiar.

Ainda estava deitado na grama daquele lugar e em uma fechada de olhos, tudo mudou, o vento ficou mais forte, sendo capaz de ouví-lo ruir em meus ouvidos e enfim, sussurrar.

- Estamos ficando sem tempo, você precisa se apressar.

- Eu estou morrendo? Por que eu tenho que fazer ações pra destravar o que parecem lembranças, ou pelo menos o som delas?

- Obter respostas é algo mais complexo do que se parece, seu eu interior garantiu isto.

- Você está querendo dizer que a minha mente está me fazendo lembrar de algo sobre mim que eu não sei?

Não obtive resposta, novamente, aquilo já estava me irritando, mesmo assim não desisti e continuei andando. Ouvi barulhos estranhos vindo do céu e direcionei meus olhos, foi tão rápido e inconsciente, mas quando percebi, já havia desviado de uma faca que caia.

Infelizmente não parou por aí, mais facas foram caindo e eu tive que correr mesmo sabendo que viria mais em minha direção. Quando fui perceber diversas facas flutuantes estavam a minha volta, me predendo em um tipo de redoma afiada.

Eu não sabia o que aquilo significava, mas sabia que era mais um tipo de metáfora idiota para me fazer lembrar, só teria que descobrir uma forma de desvendá-la.

Olhei a minha volta e tentei me mexer o mínimo possível, analisei cada uma delas mas não encontrei nada significativo até que...

Um vento soprou e me causou um calafrio e uma faca refletiu um brilho em meus olhos, enfim percebi: Está nublado, não há sol, logo não tem um brilho para refletir.

Peguei a faca em minhas mãos esperando que viesse alguma lembrança, mas nada, as facas ainda continuavam apontadas para mim. Eu só podia ter errado, quando fui tentar recolocar a faca onde estava acabei me cortando e soltando um gemido, olhei o corte mas minhas pele estava intacta.

Cortei minha mão outra vez com cuidado para entender o que estava acontecendo, a dor veio, mas minha pele continuava rígida e sem nenhuma mutilação. A faca não causava nenhuma ferida, eu sabia o que tinha que fazer e de repente, com uma facilidade enorme a cravei em meu peito.

As lembranças foram voltando para mim, uma por uma, foi aterrorizante rever cada uma delas e saber que eu as havia esquecido mas chegou um ponto em que eu sabia porque eu as tinha esquecido.

Eu sei quem eu sou, eu sei de tudo, tudo ficou branco e eu estava pronto para acordar.

Continua...

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Esse capítulo vai ser muito explicativo para quem pegar as referência!! Bjs e em breve tem mais...