My black hair and your black heart

Capítulo 6- Pássaro

Como as aulas estavam passando devagar... Eu queria sair dali! Pelo menos para o intervalo, mesmo não sabendo se era bom ou ruim.
Não conseguia prestar atenção nas palavras que os professores falavam, eu queria, mas não dava; eu tinha um problema maior.
A Bia, que se sentava na carteira atrás de mim, me cutucou e me deu um pequeno papel. Com minha curiosidade, é claro que eu o abri.
Eu conhecia aquela letra, nem ruim; nem perfeita, dizia:

Preciso falar com você, no intervalo. E você sabe que é melhor não dizer não

Agora não conseguiria nem comer em paz, que legal!
De repente, tocou o sinal. Justo agora o tempo passou rápido!?
Tentei sair da sala com as minhas amigas e chegar ao nosso lugar de sempre rapidamente.
"Será que ele desistiu?",eu pensei.
Estávamos conversando e rindo. Até que elas pararam de rir e apenas ficaram com um sorrisinho, eu conhecia aquilo, era quando elas viam alguem bonito passando perto delas.
Então alguém colocou um dos braços em volta do meu pescoço, o apoiando.
Quem será que era?!
-Hey pássaro- ele me disse como se estivesse se divertindo com aquilo.
Flashback on
Não sei como eu conseguia acompanhá-lo. Foi difícil. Depois de um tempo, chegamos em um lugar que parecia um acampamento. Havia uma fogueira e meninos em volta dela. Peter chamou a atenção de todos apenas pigarreando.
-Bom, meninos perdidos, essa é...
E olhou para mim
-Izzy- eu respondi querendo completar sua frase.
-Izzy e ela será...... a mãe de vocês.
Eu o olhei confusa, mas ele apenas sorriu. Conheci os meninos e tentei conversar um pouco, jantamos(tinha uma boa comida até) e Peter pegou minha mão e disse para ir com ele. Espero que seja algo bom.
Ele me levou a uma cabana, parecia ser dele, eu acho. Ele abriu a porta, indo para o lado pra me deixar entrar.
-Essa é a minha cabana- ele apresentou.
Ela é BEM maior do que eu pensava ser uma cabana.

E depois me levou a um quarto.

-Você vai dormir aqui essa noite, e não sei direito por mais quanto tempo.-ele me disse.
Bom, ou eu dormia aqui ou eu dormia lá fora.
-Ok- eu respondi como se eu não estivesse ligando, mas pelo contrário, eu estava.
Ele me deu um pijama, na verdade; uma camisola.
-Não pode ser um shorts e uma blusa?-eu perguntei me sentindo um pouco mal, porque ele já tinha trazido aquele pra mim, mas eu não ia usar aquilo.
-Ok-ele me respondeu calmamente, me deixando mais tranquila.

Um pouco curto, mas vai assim mesmo.
Escovei os dentes e tals. E por fim, fui dormir.
Olhei por um momento o céu, que estava lindo. Nunca tinha visto algo assim.
-Como será?- eu perguntei
-O que?- ele me respondeu não entendendo nada.
-Estar lá, nas nuvens; entre as estrelas... Deve ser maravilhoso!
-Como um pássaro?
-Se for, só na parte de voar. Mas sendo eu mesma.- eu ri
-Está com sono, pássaro?
Eu ri.- Então agora esse vai ser meu apelido?
-Sim, mas só eu posso te chamar assim
Nós dois rimos.
-Onde eu vou dormir? Num colchão ou...
-Na cama ué.
Eu não o conhecia e eu vim pra cá praticamente como obrigação eu não sabia suas intenções Enem como ele era. Comecei a ir em direção a cama. Apenas deitei mais no cantinho possível.
Vi ele tirando a camisa, estava tentando fingir não olhar, porque p*******************.
Ele deitou no meu lado, queria olhar pra ele, mas me segurei, de novo.
Me virei com os olhos fechados e os abri lentamente, nossos olhares se encontraram. P***que p***, que olho lindo.
-Boa noite- ele me disse com uma voz sonolenta.
-Boa noite- eu respondi me virando novamente, mas para o lado oposto.
O que eu sei sobre ele é que ele é o Peter Pan, mas não sei se é o mesmo da minha história preferida.
O que será que vai dar? Eu estou fazendo errado de não ter insistido mais? Mas adormeci logo.
FlashBack Off

-Hey- uma resposta seca e fria.
-De mau humor? Mas você acabou de comer, não é?
Apenas o respondi virando os olhos.
Ele respirou fundo como se estivesse bravo. Mas depois voltou como estava antes.
-Vou deixar você aproveitar mais um pouco, outro dia a gente conversa.- e acabou dando uma piscadinha. Por que você faz isso??
Ainda faltava um bom tempo para acabar o intervalo. Então com calma, contei a elas toda a história, tentando resumir, mas pegar pontos importantes, que eram muitos.
Percebi que elas não aviam acreditado, é claro que não! Quem iria?
-Mas como você pode provar tudo isso? Desculpa, mas não parece de verdade...
Olhei para os lados pra ver se tinha alguém perto e abri uma mão, fazendo riscos coloridos dançarem no ar. Eu sorri, e elas também.
Tocou o sinal.
-Por favor, eu preciso que vocês não contém pra ninguém, ninguém mesmo!!! Me prometam, porque eu vou saber se vocês contarem.
Eu fui um pouco grossa, mas precisava.
Todas concordaram.
E fomos para a aula.
Os dias passaram normais, não sei como. Às vezes, eu e Peter trocávamos um olhar e ele fazia alguma gracinha, eu me segurava para não dar um sorrisinho ou morder meu lábio; um hábito; para ele não pensar coisas erradas.