Capítulo 43- Boas-vindas

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Também escutei alguns sons lá dentro.
-E os meninos?
Peter sorriu.
-Eles estão bem- eles treinavam e treinvam, como não estariam bem.
Peter encarou dentro da casa por alguns segundos e acabei encarando seu rosto com se quisesse ter certeza que estava ali. Quando ele viu, sorriu
-Vai ficar me admirando? São piratas de outra ilha.- e acabei voltando para a realidade.
Escutei algo que parecia uma coruja, porém sabia o que era...
Vimos alguns meninos um pouco longe de nós, fazendo sinal para irmos até mais fundo na floresta.
Cuidadosamente fui até eles.
-Todos estão nos seus posicionamentos.
-Eu sei, vocês sempre acertam- eu disse
-Não sempre-me responderam
Entendi do que falaram, de Peter Pan.
-Sim, sempre.
Pan chegou atrás de mim, alguns pularam em Peter e outros ficaram boquiabertos, mas logo depois fizeram o mesmo que os outros.
Depois de um tempo todos se recomporam. Pan explicou de uma forma muito resumida o que aconteceu e começamos a montar um plano.
-Podemos nos divertir- Peter Pan deu um sorriso assustador, pessoas iriam se machucar.
-Uma festa de boas-vindas- sorri de volta.

Entrei na casa e me assustei com os meninos ali. Um homem de dentes estragados apareceu atrás de mim.
-Heyy mocinha.
Pisei no seu pé com força fazendo-o pular para trás.
-Quem você pensa que é pra me chamar de mocinha?
Dois piratas me olharam feio sem muito esforço.
-Olha, eu só queria pegar alguma coisa pra comer ok?
E fui até a cozinha preparar um sanduíche. Os piratas me olharam incrédulos, alguns me seguindo até lá. Eles acompanhavam cada respiração e passo meu, então fui montando o sanduíche e estava pronto.
Alguns sorriram.
-Esse eu fiz pra mim, se alguém quiser faça o seu.- além de invadirem a nossa casa ainda querem pegar minha comida? Nem pensar.
Um deles que parecia ser o líder veio até mim.
-A senhorita está... tranquila com a situação?
Olhei para o meu celular pra ver a hora, tinha passado uns 8 minutos.
Fiz um sinal para esperar com a mão e engoli minha primeira mordida.
-Não, não muito. Por que?
Dei mais uma mordida.
-Por estarmos invadindo a sua casa e estar levando alguns meninos.
-Que meninos?
Os piratas olharam para trás e não tinha ninguém lá. Fui andando até as janelas da sala.
-Além disso, se alguém deveria estar preocupado são vocês. É bom terem feito coisas boas na vida...
Um grito de um pirata no fundo, então outro. Dei outra mordida no sanduíche.
De repende um saco de farinha nas partes lá embaixo de um e começaram as pegadinhas. Todos petrificados. Então, começa a luta, e os que foram atingidos anteriormente pelas pegadinhas provavelmente já estavam mortos. Me sentei no sofá.
Sangue espirrou na parede.
-EU NÃO VOU LIMPAR ISSO!- gritei para quem tivesse feito isso.
Aquele sanduíche realmente tinha ficado bom. Abaixei a cabeça quando vi alguém sendo arremessado para trás de mim. Com magia peguei um brownie da cozinha até mim, saudades desse doce.
Levantei os pés para o sofá depois de perceber uma poça quase me atingindo.
Então os meninos começam a dar apertos de mãos e batidas no peito.
Pan veio até mim me dando a mão e me ajudando descer do sofá sem pisar na poça embaixo de onde eu estava. Ele segurou na minha cintura.
Lambi meu dedo e limpei o respingo de sangue em sua bochecha.
-Quer?- ofereci o resto do meu brownie.
Ele sorriu e pegou o doce. Então olhou para os meninos.
-É bom estar de volta.- ele disse ofegante.
Pedimos uma pizza depois de achar um lugar que entregava aquela hora.
Eu e Peter limpamos a casa com magia antes do entregador chegar.
Comemos e conversamos, Peter dessa vez contando com detalhes o que aconteceu e coloquei os meninos pra dormir.

Fechei a porta do quarto de Peter Pan e quando me virei o mesmo estava na minha frente com um sorriso um tanto quanto malicioso. Carinhosamente ele passou a mão pelo meu braço, meu ombro e foi descendo.
-Fiquei com saudade de você, do seu sorriso, da sua sombrancelha levantada pra mim, o revirar de olhos... De conversar e te fazer sorrir e ficar vermelha.
A mão chegou à bainha da minha blusa curta, tirando-a calmamente como se tivesse todo o tempo do mundo. Então beijos e beijos, ele me levou até a cama e novamente agradecia pela proteção de magia que fazia nenhum sair sair dali.

Peguei no sono sentindo uma pequena quentura que vinha da janela no rosto e peguei no sono.

My black hair and your black heartOnde histórias criam vida. Descubra agora