Capítulo 30- Um demônio?!

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Comecei a treinar meus poderes com Peter Pan me ajudando, consegui ser até melhor do que eu era antes tanto nos poderes quanto a luta.
Hoje uma conhecida ia comemorar o aniversário dela numa balada e ela acabou me convidando, os meninos e as meninas também. Talvez ela só tenha me convidado por causa dos meninos, mas vai ter comida grátis, então...
Agora estou me arrumando pra essa festa e vou esperar até o Peter vir me buscar, ele disse que tem uma surpresa, vamos ver...

Agora estou me arrumando pra essa festa e vou esperar até o Peter vir me buscar, ele disse que tem uma surpresa, vamos ver

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De repente, em frente da minha casa aparece uma limosine. A porta se abre e o Peter desce de lá.
-Senhorita Pan- ele riu ao dizer isso e eu fiz o mesmo.
Enquanto eu entrava, vi que os garotos que aparentavam a minha idade estavam lá.
-Agora vamos passar pra pegar as meninas.
-Sério??? Obrigada.
-Vai ser legal.
Entrei ali dentro e fomos para a próxima casa.
Ali dentro era incrível, tinha luzes coloridas, música alta e comida, era um pouco apertado, mas naquele momento não fazia diferença.

Ali dentro era incrível, tinha luzes coloridas, música alta e comida, era um pouco apertado, mas naquele momento não fazia diferença

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Foi algo incrível, todas nós nos surpreendemos com certeza.

Chegando lá todos os olhares foram pra aquele carro que não era difícil passar com atenção, nós descemos e ele voltaria pra nos buscar depois.
Entramos e já cumprimentamos a aniversariante.
Eu estava conversando um pouco com as meninas. Até que a Alice falou:
-Ei, vocês ficaram sabendo que o James tá no hospital e ele estava em coma por um tempo, parece que por uma grande falta de sangue, alguma coisa assim, não lembro e nem entendi direito. E ele decidiu ir pra outra cidade, estado ou país sla.
Minha pressão até caiu um pouco agora. Senti que precisava beber alguma coisa com álcool, mas me segurei. Aliás o que o álcool ia me ajudar, mesmo que eu fosse esquecer aquilo por 5 segundos, eu teria que consertar depois de qualquer jeito, além de que teria grande chance de acontecer alguma merda. Preferi ficar com uma boa quantidade de energético.
Pqp, como eu fui idiota. O Peter prometeu que não ia fazer nada com ele, mas eu não disse nada dos meninos, que fazem o que Pan manda.
Levantei e fui tentar dançar um pouco pra ver se me concentrava um pouco, Peter veio comigo.
Passou um tempo e só fui tomar um copo d'água, quando estava voltando pra onde Peter estava me esperando, um grupinho de meninas veio até ele e começou a falar com ele.
-Quer dançar?
-Não
-Por que? Só um pouquinho, com a gente.
-Primeiro, eu tenho namorada. Segundo, mesmo se eu não tivesse eu não dançaria.
É verdade, elas pareciam mesquinhas e se achavam demais pro meu gosto, nada a ver com o estilo do Peter.
-Nossa fiquei chateada.- a garota disse colocando uma mão no peito de Peter, que tirou a mão dela imediatamente.
-Aí não tem muito o que eu fazer. Agora com licença que eu estou esperando a minha namorada.
-Você podia ser mais gentil, mas eu gosto disso.
Ela se aproximou dele e muito, estava a alguns centímetros dele.
-Com licença e eu não quero repetir isso.
Peter se afastou e me achou com seu olhar, vindo até mim.
-Olha, não é o que você tá pensando. Confia em mim por fa...
Eu não deixei ele acabar de falar e o abracei.
-Eu vi o que aconteceu, obrigada.
-Por que obrigada? Por eu não ter te traído? Novamente, nada que não fosse minha obrigação.
Dei um selinho nele. Porém, eu não estava apenas sentindo um tipo de felicidade ou alívio, mas também ódio e muito.
Eu estava tremendo e sentia minha pele queimar. Fui no banheiro e vi que meus olhos estavam pretos com pequenos círculos vermelhos, as últimas vezes que eu vi isso foi quando eu lutava com os piratas e no final algum estava morto, eram muito raras as vezes que acontecia isso, mas acontecia.
Saí e fui até Peter.
-Eu vou sair pra respirar um pouco tá?
-Você quer que eu vá junto?
-Não precisa- gritei já longe.
Fui até lá fora e vi aquela menina sozinha, acho que fumando.

Peter estava do meu lado, me pedindo pra parar.
-Pássaro se controla, você vai matá-la.
Essa frase não parava na minha cabeça, até que senti controle sobre as minhas mãos e parei.
A menina na minha frente estava com respingos de sangue na pele e minhas mãos também estavam, ela parecia meio desacordada. Peter Pan fez algo que fez todo sangue e machucados ficarem menores.
-Você caiu no asfalto e foi parar em alguns arbustos. Você não viu ninguém quando saiu dali.-Pan sussurrou para a menina, que levantou e saiu andando para dentro.
Eu olhei pras minhas mãos sujas e me sentia horrível, uma dor parecia me alcançar por completo e comecei a chorar incontrolavelmente.
Peter Pan mexeu um pouco no celular e depois virou pra mim.
-Eu já avisei os meninos pra falaram pras suas amigas que você não estava muito bem e te levei pra casa.
Ele me pegou no colo cuidadosamente e quando pisquei estava no quarto dele. Minhas mãos estavam limpas, mas elas não saíam da minha mente.
Eu me sentia petrificada e não conseguia parar de chorar.
-O quê aconteceu?
Eu não conseguia falar.
-Você pode me mostrar se for melhor.
Consegui fazer um leve movimento com a cabeça concordando.

-Hey
-Hey
-Então, lá dentro você deu em cima do meu namorado e mesmo ele falando não, você continuou. É assim que você trata as pessoas? Sem respeito?
-Ah, aquele lá. Faltou pouco pra eu pegar ele e fazer um bom proveito, aquilo é um pedaço de pecado. Mas você percebeu que ele é bem determinado?
-Sim, eu sei disso. Como eu disse ele é meu namorado.
-Não sei o porquê. O que você tem pra oferecer? Um corpo magro demais, pontas duplas. Vamos lá, você sabe que não merece ele, te olhando assim parece que é mimadinha do papai, esquentadinho, nos olhares de todo mundo tem uma vida perfeita, mas a sua vida é uma merda né? Não deve ter amigos que prestem.
Quando vi estava cega pela raiva, minha mão estava contra o seu pescoço e meu corpo mesmo não demonstrando estava queimando totalmente.
-Você tem certeza disso tudo? Eu não julgaria as pessoas desse jeito.
-Eu não queria ele mesmo, deve ser igual os outros e provavelmente vai fazer igual os outros também, te abandonar como lixo e ir pra alguém como eu.
Sem meu controle comecei a bater nela, não conseguia parar e sentia desespero.
Ela olhou encarou meus olhos muito assustada.
-Você é o que? Um demônio?!
Senti Peter chegar perto de mim. Ele não parava de falar:
-Pássaro se controla, você vai matá-la.
E eu juro que eu tentava absorver e raciocinar essa frase o máximo possível.

-Ela me chamou de demônio Peter, olha o que eu fiz com ela. Eu não tinha controle.
-É que pra mim é algo normal, mas não liga pra isso.
-Como eu não vou ligar pra isso Peter! Olha do que eu fui capaz, eu não conseguia parar, eu podia ter matado alguém!!
-Mas você não matou! Ela está bem agora.
-Peter, você mandou os meninos machucarem o James?
Quando eu vi, eu já tinha perguntado.
Ele suspirou.
O que eu devia pensar sobre isso?
-Não era pra conversarmos e confiar um no outro? Ai meu Deus, não consigo nem confiar em mim ou me controlar.
-Ele não podia ficar imune depois do que ele fez com você.
-Peter não estamos mais em Neverland, estamos aqui, onde existem regras e leis diferentes.
-Não vai acontecer nada, eu tenho contatos até na polícia.
Onde ele não tinha alguém que não devia no mínimo um favor pra ele?
E voltei a chorar do nada, parecia que tudo tinha se acumulado ali.
Peter Pan me deitou cuidadosamente na cama e tirou o meu sapato, deitou me envolvendo nele.
Não sei quanto tempo de passou, mas Peter disse que precisava me levar de volta pra minha casa. Ele me pegou no colo e meus olhos praticamente fechavam sozinhos.
-Ela dormiu no caminho e eu não queria acordá-la- Peter disse- pode deixar que eu levo ela.
-Ok- escutei meus pais falarem.
E apaguei no sono.

My black hair and your black heartOnde histórias criam vida. Descubra agora