A sombra me trouxe de volta e apenas sentia lágrimas descendo pelo meu rosto fortemente. Ele havia me deixado, depois de todas as promessas, ele mentiu pra mim... Depois de dias ou meses... não consegui contar, dei meu primeiro sorriso, mas dessa ve...
Próximo do almoço conversei com Peter Pan pelo celular sobre a questão da minha família. Conseguimos um plano, não posso dizer que eu me sentia bem com aquilo, pois ele iria embora em algum momento e eu tentava ao máximo não pensar nisso. Então agora no almoço eu falaria pros meus pais que eu estou namorando, Peter vem jantar e conhecer meus pais e amanhã ele vem no churrasco com toda a minha família por parte de pai (a que mais me preocupa) e jantar com a parte da minha mãe. Ok, praticamente todas as partes me deixavam nervosa, eu nunca apresentei ninguém pra eles, nem sabem que eu já beijei. Eles sempre me viram como uma menininha que via contos de fada e eu não queria mudar isso, então não contava nada de vida amorosa. Todos os meus primos mais velhos por parte de pai namoram, então pelo menos vou ter alguém pra conversar no churrasco, normalmente ficava só eu. -Izzyyy, o almoço tá pronto.- minha mãe gritou. E lá vamos nós. Comíamos e minha irmãzinha já começou a falar, depois de um tempo ficou um silêncio, vi que era a hora. -Então... Eu preciso falar uma coisa. Meus pais e minha irmã comiam e me esperavam falar, senão ainda a minha cachorra. -Eu... Tô namorando e eu pensei em ele vir jantar aqui hoje à noite.-talvez eu tenha falado um pouco mais rápido que o normal. Todos pararam de comer, achei que meu pai ia engasgar. Acho que ainda estavam entender as minhas palavras. -Qual o nome dele?- minha mãe me perguntou -Peter Aqui, chamavam Peter Pan de Pan achando que era um apelido ou uma abreviação do sobrenome dele, teríamos que inventar um sobrenome. -Vocês se conhecem a quanto tempo?- meu pai perguntei ainda meio assustado -Conhecer, conhecer acho que um ou dois meses, porque ele se mudou e começou a estudar na minha turma. Mas aí a gente foi se aproximando. Agora namorar mesmo algumas semanas, queríamos esperar pra ver se daria certo mesmo antes de contar. Aquilo não era nenhuma mentira. -Ok, podemos pedir uma pizza ou alguma coisa assim- meus pais disseram. -A Izzy tem um namorado?- minha irmãzinha Alice de 7 anos perguntou animada. Talvez por ver casais de contos de fadas na TV como eu fazia. -Eu tenho- minha irmã dramática como é fez cara de surpresa com felicidade.
Para o jantar coloquei uma roupa básica e confortável.
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Como minha família é, todos nela já estavam sabendo da notícia. Peter chegou e eu fui até o carro dele, o cumprimentei com um beijo e entramos. Boa sorte, eu pensei. Todos se cumprimentaram e até a Star (minha cachorra) gostou dele. Perguntas e conversas, estava tudo dando certo. Vi que Peter tinha pesquisado algumas músicas e bandas de rock que meu pai gostava e também falava de arte com a minha mãe, além de que ele ainda se dava com crianças e então foi fácil com a minha irmã. Respostas boas e pareciam satisfatórias. Já um pouco tarde e Peter foi embora. Eles o elogiaram, parecia que tinha tirado um peso dos meus pulmões, agora faltava mais dois.
No outro dia acordei e me arrumei, além de tentar me preparar na parte psicológica.
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Umas 10h15 Peter veio até nossa casa. A pequena chácara que a minha tia tinha era bem perto dali, então decidimos que meus pais iriam de carro e eu, Peter e minha irmã iríamos a pé, depois Peter voltava com a gente para buscar o carro dele. Era fofo, enquanto andávamos minha irmã ficava no meio de mais dadas com a gente, cada um num lado. Ela não parava de falar e eu revisava cada um da minha família mentalmente com o Peter, que prestava atenção na conversa e no pensamento ao mesmo tempo. Sim, eu expliquei toda a minha família pro Peter e eu ficava um pouco mais preocupada porque até meu tio e a família tinha vindo de outra cidade que moravam pro churrasco e ele fala muito palavrão e faz brincadeiras, na verdade todos fazem. Minha família parece um teste pra novatos que querem entrar nela, mas são testes que nunca acabam e você TEM que entrar na brincadeira. Basicamente -Irmã do meu pai, casada, tem duas filhas gêmeas e um filho, todos na faculdade e todos namoram -Minha vó, mas meu vô faleceu. Então tentar ao máximo não falar de Alzheimer, vício de bebidas alcoólicas e tals, não sei de onde viria isso mas vai que. -Irmão do meu pai, casado, tem duas filhas, uma um pouco mais nova que eu e a outra um pouco mais nova que a minha irmã. -Meu outro tio não vem, mas ele namora e tá na cidade que minha avó morava, só pede dinheiro pra minha vó -Todos, principalmente meu tio e minha tia, falam palavrão, fazem brincadeiras e falam mal dos outros. -Minha família leve muito a sério o time de futebol, então indico você falar que não é muito fã e não teve incentivo nisso, não tem um time. Acho que é isso. Boa sorte pra nós. Havíamos chegado no portão. -Vai dar tudo certo.- ele disse com um sorriso me confortando- o que é uma luta de piratas comparado com isso? -Ah isso é com certeza pior. Ele riu. Entramos e já escutávamos música de fundo e conversas. Minha irmã já foi correndo pra lá. Respirei fundo, Peter pegou minha mão e começamos a andar. Já começou, minha família já gritava "olha quem chegou!", associação e até gritavam. Mds essa é a minha família. Apresentei Peter pra todos. Meu primo me olhava do tipo: escolheu bem. -E aí? A menininha cresceu ein?- falavam pro meu pai. Fazia muito tempo que eu não me sentia meio perdida ou com tédio num churrasco assim, apenas fiquei conversando com o Peter. Quando nos perguntavam, respondíamos com nossas respostas adaptadas. Até que: -Como foi o pedido?- alguém perguntou pro Peter -Então... Na verdade foi mais um "pré-pedido", eu ainda vou fazer o grande ato.- Peter respondeu Eu o olhei chocada. Ele ia fazer, pera o que?? Peter entrava nas brincadeiras, minha família tinha gostado dele. Mais um peso tinha ido. Depois do churrasco, em vez de ir pra casa Peter ficou um pouco em casa. Mas foi embora pra se arrumar pro jantar. Íamos para uma pizzaria, como vamos dizer..."mais chique". Essa parte da família não falava palavrão, era algo mais fino.
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Peter chegou ao mesmo tempo que nós. Revisei de novo essa parte. -Tem minha avó e meu avô que adora música clássica. -Irmã da minha mãe, casada, tem um filho um ano a mais que eu, uma uns dois anos mais nova que eu e outro com a mesma idade da minha irmã. Só que essa tia toda hora muda as coisas e isso irrita meu pai. -Nada de palavrão ou brincadeiras como as do almoço. -Dessa parte da família eu sou a única que está namorando então isso é muita novidade pra eles. Essa é mais simples. Ele sorriu mostrando que entendeu. Apresentei Peter para todos, respondemos as perguntas com as nossas respostas adaptadas novamente. Percebi que meus avós estavam muito felizes e animados com aquilo, me emocionei um pouco. Peter conversou com meu avô sobre música clássica, arte e escutou as suas histórias, conversou com meu primo e minha prima sobre livros e política, sim, eles falaram sobre política, e conseguiu conversar com praticamente todos. Fiquei feliz que ele tenha se esforçado mesmo pra isso. Às vezes sentia sua mão na minha coxa, porém nada a mais. O último peso foi tirado dos meu pulmões, conseguia respirar tranquilamente. -Na próxima na minha casa.- Peter disse pros meus pais. E me despedi de Peter Pan com um beijo. -Te amo.-eu disse em vez de um tchau -Te amo.-ele respondeu com aquele sorrisinho de lado. Entrei no carro e fui pra casa, como Peter também deve ter feito.