Capítulo 17- Não sei se me ama ou me quer morta

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P.S. Autora
Nesse capítulo eu tive que escutar a música duas vezes. Bjs e bom capítulo!!!

...eu simplesmente corri e abri a rodinha de pessoas que estavam lá sem se importar quem eram, com um sorriso no rosto eu o abracei e depois o olhei rindo. Mas não me pergunte o por quê, eu não sei a resposta.
Naquele momento eu estava me sentindo como se fosse fazer merda com as suas amigas sem pensar nas consequências porque disseram: "a gente só vive uma vez"; era tipo isso.
E pela minha surpresa ele também sorriu (sério, eu não esperava isso mesmo).
Isso foi bem surpreendente, agora sabem que você é minha.
É claro que ele havia sorrido por algo a mais.
Digo o mesmo.- eu pensei
Não sei se estava falando sério, mas não ia deixar de responder, eu sempre fiz isso; porque eu iria mudar?

Se passaram as aulas, agora o intervalo, até que enfim.
No corredor eu ia conversando e rindo com as meninas como sempre, até que eu me assusto com alguém abrindo espaço na filinha e passar no meu lado, porém nesse tempo sinto uma mão passando na minha cintura (e um pouco na bunda) e indo na minha frente, virando o rosto e me dando uma piscada com aquele sorriso. E eu revirei os olhos, sabia que ele não gostava muito disso e também sorri. Sentia várias meninas suspirarem em volta, afffffff.
Eu e as meninas ficamos em algum canto para comer e conversar.
- Vocês parecem ir bem- a Bela me disse sorrindo.
- Peter não parece ser tudo que você diz, ele parece ser legal e até fofo- agora a Bia disse dando uma mordida no seu sanduíche.
Eu ri. E... bom eu não contei nem metade das coisas de Peter e, me desculpa, mas pretendo evitar contar pra não sentirem medo.
- Não, ele pode até ser um pouco dessas coisas. Mas só quando quer e às vezes nem isso. Peter é... difícil de se entender, até hoje eu não consegui resolver todo esse enigma. Ele é muitas coisas, por exemplo, é manipular; egocêntrico; muitas vezes assustador; competitivo...
- Ah, mas na parte de manipular e ser competitivo não é muito diferente de você né Izzy!?- a Ana disse.
Não é mentira, mas será que eu sou tanto assim?
Eu tentei não me importar muito com o comentário e continuei.
- Vai até os confins do mundo pra conseguir o que quer, sempre disseram pra mim:"Peter Pan nunca falha". Não sabia se ele me amava...quer dizer, gostava de mim ou me queria morta. Principalmente no começo eu tinha esse medo, eu era a única menina naquele lugar, tinha alguma coisa errada. Mas eu tinha minhas possibilidades... e praticamente nenhuma era boa. Parecia que eu era puxada para perto dele, era estranho. Tinha as pequenas omitidas, não mentiras, que me deixavam ansiosa. Era como se numa escuridão você visse algo de longe; ele também te viu, mas ficamos sem saber se aquilo vai te deixar vivo. "O escuro é tão lindo", eu já pensei nisso.
Porém às vezes ele era a melhor coisa da minha vida...- eu bufei- Essa história tem sangue, eu lembro de ver. Na primeira vez, eu me assustei, olhei como se eu não soubesse quem ele era, mas no fundo eu sabia que era uma mentira que eu estava fazendo pra mim mesma. Acho que ele pensou o mesmo de mim, mas a diferença é que ele fez uma cara animada e não; assustada.- eu só percebi agora o que eu acabei de falar- então... Ele não é ruivo e anda com três crianças na ilha, eu já usei muito a palavra demônio, mas eu não sei mais o que eu uso. Não tenho um adjetivo ou um nome pra isso.
Quando vi, estavam todas um pouco espantadas pela história, mas não sei por qual parte. Espero que elas não tenham prestado muita atenção na minha parte.

Chegando a noite, eu estava pronta pra dormir. Peter apareceu (eu posso falar que não, mas eu queria isso) e me convidou pra dar uma volta, meus pais e minha irmã estavam dormindo, por que não?
Pan pegou minha minha mão e fomos para a sacada de um prédio com uma vista muito linda. Peter sentou na beirada e eu fui até ele, sentando no seu lado. Podem até estar pensando que estávamos vendo as pessoas; as luzes da cidade ou a rua movimentada, mas na verdade era o céu que chamava a nossa atenção, sempre foi assim.
Me lembrei da conversa com as meninas...

Flashback on

Fazia uns meses que eu estava aqui e Gancho estava com algo que Pan queria e... praticamente isso não ia acabar bem.
- Daqui a pouco eu já vou ok? Você quer ir?
Eu já tinha ido pra algumas batalhas, mas normalmente Peter falava o meu objetivo, como pegar um objeto ou alguma coisa, eu fazia e voltava pro acampamento. Mas agora acho que eu ia pro campo de batalha.
-Você tá indo bem no treinamento.
- Ok, pode ser.- eu disse fingindo não estar animada.
Ele colocou seus punhos na cama, se apoiando para seus olhos ficaram na mesma linha que meus, por conta de eu estar ajoelhada. Nossos olhos se encontravam profundamente, enquanto nossas bocas iam pelo mesmo caminho. E Peter parecia se aproximar cada vez mais. Porém, olha é maravilhoso aqui, mas eu tenho uma sensação ruim sobre isso, tudo isso e acabei me afastando por impulso. Sinceramente, não sei o porquê, ainda estou confusa sobre isso. Ele é bom ou mau?? Mesmo que eu prefira os mais, mas isso não vem ao caso. Eu devo ser fácil assim?
Percebi que ele ficou meio desapontado.
- Precisamos ir- dissemos juntos.
Nos levantamos e fomos. Meu forte era a espada, então a peguei.
Chegando lá, ficamos a nossos postos. Peter tentou convencê-lo a entregar a tal coisa, ele teria conseguido, senão fosse que ele queria uma briga. E começou... Quando os meninos voltavam das batalhas, pareciam estar voltando de alguma brincadeira e pensei que poderia ser assim; mas não foi... Vi os meninos e Peter matarem pares e pares de piratas, com respingos de sangue na roupa ou na pele. Eu poderia estar lutando, mas não era pra matar. E Peter percebeu meu espanto, mas voltou ao defender um ataque.
- E quem seria você? A nova garota de Pan não é? Não é nada feia, poderíamos aproveitar...- um pirata me disse.
E chutei um lugar bem doloroso (se é que me entendem), então ele me atacou, mas o pirata se desequilibrou pela dor e acabou recebendo um corte no tronco do corpo, o homem ainda tentou me atacar novamente, mas pelo meu choque fiquei parada com a espada na mão e não sei como a espada entrou na perna dele!! E ele grunhiu de dor. Puta merda. Eu levei as mãos a boca de espanto e horror. A primeira coisa que veio a minha cabeça foi tirar a espada e foi o que eu fiz. E quando eu vi minhas mãos tinham grande respingos de sangue. Como eles conseguem ficar tranquilos com isso???
Me virei pra Peter que sorriu como se não estivesse me reconhecendo mas ao mesmo tempo como se estivesse orgulhoso. E voltamos para o acampamento, Peter conseguiu o que queria, os meninos animados como se tivessem voltado de uma brincadeira, eu fui pra cabana e fui TENTAR dormir.
Flashback off

Depois de um tempo conversando e rindo, Peter Pan me levou de volta e nos despedimos com um beijo.

My black hair and your black heartOnde histórias criam vida. Descubra agora