Capítulo 35- Venha o que vier

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Já se passou uma semana, tirando tarefas de casas e provas, ela foi incrível. Todos os dias me divertia com as minhas amigas na escola e em algumas tardes, algumas noites ia visitar os meninos perdidos e fazíamos jogos e brincadeiras, e todos os dias eu olhava aquele sorrisinho de lado idiota de Peter Pan, todos os dias ríamos de alguma coisa, todos os dias percebia que nunca me cansaria daqueles olhos verdes, todas as noites ou madrugadas eu me encontrava com Pan para ver o céu e todos os dias eu o amava.
Tudo isso passava pela minha cabeça naquele momento, até que me cutucaram.
-Izzy, você não vai arrumar suas coisas? Todo mundo já tá arrumando- Alice disse me fazendo voltar para a realidade.
-Ah sim
Guardei minha coisas e então o sinal da saída tocou. Quando estava indo para o corredor Peter segurou minha mão.
-Quer ir comer alguma coisa à tarde?
-Claro, pode ser umas 3 horas?
-Ok, eu vou te buscar então.
-Ok- e eu lhe dei um selinho de despedida.

Peter Pan veio me buscar e fomos para uma cafeteria

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Peter Pan veio me buscar e fomos para uma cafeteria. Conversamos, comemos e rimos, então entramos no carro para ir embora. Quando Peter ia virar a chave, ele parou e voltou a mão para a sua perna.
-Tudo bem Peter?
Ele suspirou e respondeu.
-Eu vou precisar viajar, não sei por quanto tempo.
-Pra Neverland?
-Não, não. Pra uma cidade chamada Storybook, eu tenho alguns assuntos que eu preciso tratar lá.
-Venha o que vier, não é?
-Venha o que vier.

Flashback on
Naquela noite eu estava na praia, simplesmente me deu vontade de ir.
Brincava com meu pés na água, quando eu senti alguém me olhando. De trás de uma rocha, saiu o Capitão Gancho, já repassava os treinamentos na minha cabeça.
-Só estou aqui pra conversar- ele disse calmamente.
-Como eu poderia acreditar em você?
-Eu sou um homem de palavra.
-E o que você gostaria de conversar então?
Ele se sentou numa pequena rocha perto de onde ele estava.
-Sente-se
Com cuidado e atenção eu fui calmamente a uma outra pequena rocha perto dele, mas não muito.
-Me disseram que você fugiu de casa- Gancho disse
-Eu não vejo por esse lado. Não foi muito bem uma escolha.
-Mas a sombra escolhe alguém que a chama.
só... Eu estava cansada da pressão da minha família, escola, da sociedade... Queriam que eu crescesse, eu deveria atuar de um jeito pra cada situação e pra cada pessoa, ser o que parece que a escola quer que sejamos; máquinas, toda vez que eu pisava na rua somos julgados, então querem que façamos, dizemos e agimos como as pessoas esperam que você faça, querendo ou não. E tudo isso é apenas... crescer.
-Crescer é um empreendimento bárbaro, cheio de inconveniências e espinhas.
-Tudo era mais simples quando eu era menor.
-Depois que tudo começa vêm os sentimentos, Pan tem sorte, percebo que aquilo que ele faz ou pensa não são exatamente sentimentos. É como... reflexos? Não sei se usei uma boa palavra para descrever. Você automaticamente acaba tendo, mas não é totalmente iam defesa. Entende?
Olhei pra ele assustada.
-Não, não é possível ele amar. Só por um milagre, uma luz ou algo assim. Faz parte da charada que ele é.
Seria mesmo?
-Estou tentando te ajudar. Pan não é alguém que se confia. Você está aqui a mais de um ano não é?
-Sim
-Com certeza um recorde, não acho que alguma passará disso, não ficam nem um mês. Bom... Preciso ir.
Gancho se levantou e eu apenas fiquei encarando o mar.
-O que está fazendo aqui Gancho? Acho que está num lugar errado- percebi ser a voz de Pan
-Eu já estava indo.
Gancho fez uma reverência para nós e foi embora.
-Você está bem pássaro?
-Sim
Não.
Peter Pan então sentou na areia no meu lado.
-Ele te disse muitas bobagens?
-Peter... Você mentiu pra mim?
-Não, acredite ou não eu nunca menti pra você. Por que a pergunta?
-Eu só estava pensando, tem tudo que aconteceu sobre seus poderes e a ilha. Eu queria saber se você mentiu quando disse que me amava.
Peter segurou o meu braço.
-O que você tá fazendo?
-Espera
Passou alguns segundos até Peter falar novamente.
-Então foi isso que ele te falou. Que eu não podia amar. Eu acreditava nisso, como também tinha certeza.
-Só por um milagre?
-Ou por uma luz, não sei se você se lembra, mas nas profecias você é conhecida por isso.
-Tem razão, me desculpe. Eu só fiquei com medo.
-Não acho que vai se muito difícil tirar esse sentimento novo da gente.
-Venha o que vier
-Venha o que vier
Flashback off

-Quando você vai?
-Amanhã
-Os meninos vão com você?
-Sim
-Todos eles?
-Ahã
Não podia mostrar que eu estaria triste ou algo assim, eu estava sentindo algo errado. Não sabia se era eu ou Peter.
Lembram da profecia? "A luz que mudará e salvará a juventude, compartilhará o mesmo que ele". Então... No sentido de compartilhar, eu e Peter sentimos o que o outro está sentindo tanto psicologicamente quanto fisicamente, porém numa quantidade pequena. Descobrimos isso do pior jeito, quando Peter surgiu com um machucado feio e eu tive um pequeno corte no mesmo lugar, e coisas assim começaram a acontecer.

My black hair and your black heartOnde histórias criam vida. Descubra agora