Capítulo 42- Hey pássaro

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Cheguei numa cobertura, sacada... O que seja, de um prédio. Eu conhecia aquele lugar, meu joelhos fraquejaram, eu vinha tantas vezes com ele aqui... Admirar o céu, conversar, namorar um pouco...
Ri com as lembranças. Porque eu tinha ido até ali?
O vento meio frio arranhava minha pele carinhosamente e meus cabelos se embaraçavam. Porém, me petrifiquei.
-Hey pássaro.
Me virei devagar, com medo de que aquilo fosse coisa da minha cabeça e fosse me decepcionar mais uma vez.
E lá estava ele, com roupas verdes, as mãos nos bolsos, os cabelos meio bagunçados que ainda o deixava bonito, aqueles olhos verdes.
Instintivamente corri em sua direção, praticamente pulei nele o abraçando, parecia não ter mais forças então comecei a me agachar no chão trazendo ele comigo enquanto meus soluços não paravam de sair.
Não conseguia levantar a cabeça, medo de que aquilo não fosse real. Porém ele levantou meu queixo com seu polegar, apenas nos olhamos como se tivéssemos começado a ver o mundo colorido de novo e aquilo seria a primeira coisa que veríamos.
Mais alguns minutos se passavam e meus olhos ainda soltavam água e eu continuava agarrada em seu pescoço como se eu o soltasse ele poderia ir embora de novo.
Ele conseguiu me levantar. O olhei e dei um tapa em seu rosto.
-Isso foi por eu ter avisado que eu estava com uma sensação ruim e você não me escutou, não me disse nada... Só deixou acontecer.- ele me olhava um pouco assustado- E isso é porque eu te amo e morri sentindo sua falta.
E o beijei, desejava que isso acontecesse há tempos. Sentí-lo de novo, me sentir completa de novo, apenas... Ele.
Mas pqp como eu sentia falta daquele beijo, não lembrava que era tanto assim.
Depois de um tempinho, sentamos no canto do edifício.
-Como... Como você sobreviveu??
-Graças a você, a nossa... parceria. Uma parte da minha alma é juntada com a sua. Então, eu não estava completando morto. Essa... força me levou pra Neverland, fui me recuperando até ter forças pra voltar pra cá. Você me salvou.
-De tantas vezes que você me salvou ,estamos quites.
Novamente vi aquele sorriso, que irradiava minha alma, me deixava completamente viva de novo.
-As pessoas daquela cidade sabem?
-Não, e também não vão saber, mais ninguém vai- ele suspirou- por uma grande parte minha ter sido morta por um tempo, a sombra se desgrudou de mim.
Então isso significava...
-Você não tem mais poderes?
-Meus maiores poderes não conseguem se concluir, mas ainda tenho o básico, não sei como. E o maior era... não crescer.
-Quem diria? Peter Pan crescer. Nunca pensei realmente nisso.
Talvez eu tenha.
Ele se virou pra mim e ficou de pé na borda, pegando minha mão e me levantando também.
-Izzy Darling, você quer ser minha namorada sem pensar no temporiamente ou no até eu ir embora?
Eu comecei a gargalhar.
-Sim, eu aceito Peter Pan.
Ficamos lá por mais um tempinho.
-Preciso contar pros meninos.
-Você ainda não contou pra eles?
-Você foi a primeira.
Acabei corando um pouco.
-Senti saudades disso também.
Dei um soquinho em seu braço.
E fomos até a casa.
Nos transportamos até lá, porém quando chegamos, Peter me pressionou contra a parede rapidamente e colocou um dedo em frente a sua boca pedindo silêncio.
Tinha alguém na casa.

My black hair and your black heartOnde histórias criam vida. Descubra agora